Escândalo Ave de Rapina: Movimentos Sociais da Grande Florianópolis exigem investigação e punição rigorosa dos envolvidos

Numa unidade dos movimentos da capital catarinense, estudantes, sindicalistas e representantes de movimentos sociais cobraram uma profunda investigação dos envolvidos na operação Ave de Rapina

Por Sílvia Medeiros.

Representantes da Regional Fpolis da CUT-SC estiveram presente no ato

Representantes da Regional Fpolis da CUT-SC estiveram presente no atoesente no ato

Movimentos sociais e sindicais da Grande Florianópolis se reuniram, na tarde do dia 10 de dezembro, em frente à Câmara de Vereadores da capital catarinense para cobrar a investigação correta e o afastamento imediato dos vereadores envolvidos com o escândalo de corrupção “Ave de Rapina”. Representantes do movimento sindical CUTista da Regional da CUT-SC, estiveram presente. O bancário e Secretário de Meio Ambiente da CUT-SC, Jacir Zimmer destacou que a população de Florianópolis não ficará calada e todos cobrarão a investigação até que todos os envolvidos estejam presos. “É um absurdo o que aconteceu na cidade, vereadores votaram projetos que não favorecia à população, mas sim aos cofres de empresas. Os políticos tem que representar o povo e não o desejo de grupos que querem cada vez mais usurpar o dinheiro público”, frisou Jacir.

Apesar da sessão da Câmara de Vereadores ter sido cancelada momentos antes do início do ato, três vereadores, que não tem o seu nome envolvido com o escândalo, saíram dos seus gabinetes e foram até os manifestantes se juntar ao coro da população e pedir uma investigação criteriosa de todos os envolvidos. O vereador Lino Peres do PT, Pedrão do PP e Afrânio do PSOL, deixaram o seu recado e pediram apoio dos movimentos para que haja mais transparência dentro da política brasileira. “Eu sou a favor de uma Reforma Política através de uma Constituinte Exclusiva e soberana, para que escândalos como esse sejam varridos do mapa. O povo precisa estar representado por políticos que os defendam e não por grupos de vereadores que possuem CNPJ e defendem o interesse de grandes empresas”, destacou Lino Peres.

Ao final do ato, a calçada da Câmara de Vereadores foi lavada com sal grosso pelos manifestantes, numa simbologia de afastar os corruptos de dentro da casa, que era para ser do povo. O documento do manifesto foi recebido pelo atual presidente da Câmara de Vereadores, Jerônimo Alves do PRB, que se comprometeu em avaliar as propostas dos movimentos sobre o escândalo “Ave de Rapina”. Entre as reivindicações, estão o imediato afastamento dos vereadores envolvidos, que a investigação seja levada às últimas consequências pelo Ministério Público e Polícia Federal e que se instale uma CPI com a participação dos movimentos sociais para garantir uma punição rigorosa a todos os envolvidos.

Entenda o caso – A votação do Projeto, que por ironia se chamava “Cidade Limpa”, desencadeou uma das piores sujeiras dentro da Câmara de Vereadores de Florianópolis. Dos 23 vereadores, 13 estão sendo acusados de terem recebido propina para votar contra um projeto de retirada de outdoors e propagandas da cidade.

A operação, chamada pela Polícia Federal de Ave de Rapina, começou após a prisão em flagrante de dois servidores municipais que, ainda em setembro, foram pegos no Rio Grande do Sul, com 100 mil reais em dinheiro e propagandas eleitorais de candidatos do PSD à deputado estadual. Na época os servidores confessaram que o dinheiro havia sido entregue como propina pela empresa gaúcha, Kopp Tecnologia, que administra os radares na capital catarinense.

A partir desse caso, a Polícia Federal começou uma grande investigação da ligação dos vereadores de Florianópolis com a aprovação ou rejeição de alguns projetos da cidade, com o recebimento de propinas de empresas que tinham interesses ligados a determinadas matérias. O efeito foi avassalador e no dia 12 de novembro começaram as primeiras prisões dos envolvidos.

O presidente da casa, César Faria do PSD e Marcos Aurélio Espíndola, o Badeko, também do PSD (mesmo partido do prefeito da cidade), foram os primeiros nomes de vereadores que apareceram no inquérito como articuladores das compras de votos na Câmara de Florianópolis. Dos políticos, apenas Badeko está preso. Em menos de um mês das primeiras prisões, mais 13 vereadores já estão sendo indiciados. Com exceção de Badeko, todos eles continuam dando expediente em seus gabinetes. Quanto mais a investigação avança, mais nomes de grande empresários e políticos começam a ser envolvidos, há uma brincadeira na cidade, nas conhecidas rodas de dominó, que se essa Ave abrir as asas, muitos figurões da política catarinense serão envolvidos!

sujeiras

 

Lavando as sujeiras da Câmara de Florianópolis

Próximo ato– Outros manifestos serão organizados pelos Movimentos Sociais e Sindical da Grande Florianópolis. Datas e horários serão definidos na reunião segunda-feira, dia 15 de dezembro às 18 horas, no auditório do Sintespe.

Fonte: http://www.cut-sc.org.br/destaques/1601/escandalo-ave-de-rapina-movimentos-sociais-da-grande-florianopolis-exigem-investigacao-e-punicao-rigorosa-dos-envolvidos

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