247 – Entidades brasileiras ligadas à causa palestina divulgaram notas em solidariedade e apoio à jornalista e ativista dos direitos humanos Lúcia Helena Issa por acusação de antissemitismo e racismo depois da exibição do programa “Um Tom de resistência – Tráfico de mulheres brasileiras para Israel”, na TV 247, na última quinta-feira (20).
A live foi retirada do ar na manhã de sábado (22) após denúncias de comunidades judaicas de veiculação de discurso antissemita, conspirações e fake news contra o povo judeu (aqui e aqui). Issa nega ter feito discurso antissemita e reafirma as denúncias de tráfico de mulheres expostas por ela durante o programa.
A Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil) argumenta em seu comunicado que “divergir da jornalista não autoriza à acusação indevida, equivocada e manipuladora de ‘antissemitismo’ ou racismo e, menos ainda, de ‘negacionismo’, chantagem inovadora para calar quem denuncia o regime sionista israelense como de apartheid”.
A Ibraspal (Instituto Brasil Palestina) afirma que os crimes expostos durante o programa já foram “amplamente comprovados pela mídia brasileira e israelense” e que “é preciso reiterar a clara distinção entre o antissemitismo, por um lado, e críticas legítimas às políticas degradantes e opressivas de Israel e dos israelenses sionistas”.
O Foro Latino Palestino, com sede em Buenos Aires, diz que a jornalista “está sendo vítima de uma sórdida campanha de vozes sionistas” por sua participação no programa e que não podem tolerar “que ela seja impedida de seu direito ao trabalho e de expressão por denunciar violações aos direitos das mulheres, seja no Brasil ou em territórios palestinos ocupados por Israel”.
As entidades judaicas progressistas brasileiras publicaram uma carta conjunta em que afirmam que “a senhora Issa propaga inúmeros argumentos antissemitas, através de fake news, informações descontextualizadas e teorias da conspiração”. “Mesmo para nós, judeus que lidam há tanto tempo com a questão do antissemitismo, esta live impressionou. Issa realmente consegue unificar antissemitas de Direita e de Esquerda, englobando as mais variadas áreas do racismo contra o povo judeu”, diz outro trecho.
Confira as notas das entidades palestinas:
El Foro Latino Palestino ofrece su solidaridad a la periodista, escritora y activista por la paz Lúcia Helena Issa, que está siendo víctima de una sórdida campaña de voces sionistas tras su participación en el programa brasileño sobre "tráfico de mujeres brasileñas a Israel". pic.twitter.com/5C4FeLvhOi
— Amigos da Palestina (@am_da_palestina) January 25, 2022
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