Ontem, 12, na residência oficial, o presidente Michel Temer concedeu um almoço ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para tratar sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que congela gastos públicos com serviços essenciais por vinte anos. Mais tarde, no entanto, foi revelada a presença de outra figura no encontro: o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.
O encontro foi revelado, em primeira mão, pelo Deputado Federal Jean Wyllys (PSOL/RJ), em sua página no Facebook. “Qual é o motivo para que um ministro do Supremo se reúna em secreto com o presidente ilegítimo e um dos líderes do PSDB? Por que a relutância da grande mídia em dar um furo jornalístico desse tamanho?”, questionou o parlamentar.
De fato, a imprensa ignorou o fato, quando não diminuiu a importância da presença do ministro em almoço para negociata política. O G1 lembrou do fato apenas como nota de rodapé, o Estadão noticiou apenas por cima e coube às redes sociais a análise do evento.
Em sua página do Facebook, o Cientista Político e Professor na UNICAMP, Frederico de Almeida, lembrou a participação decisiva do ministro do STF em eventos recentes – “Gilmar Mendes não é só ministro do STF, é o presidente do TSE que deve julgar a cassação da chapa Dilma-Temer e o responsável por desengavetar o processo em 2015, quando já havia decisão pelo seu arquivamento. Por essas e outras é que digo e repito: Gilmar Mendes é igual a Eduardo Cunha, só que fala alemão”.
Essa não é a primeira vez que Mendes se encontra com Temer para articular temas políticos extremamente relevantes. Às vésperas do impeachment, ambos se encontraram na casa do então senador e atual ministro da agricultura, Blairo Maggi, para discutir estratégias.
Quem é Gilmar Mendes?
O Justificando já relembrou fatos históricos na biografia polêmica do ministro no Coisas que Você Precisa Saber. Veja: