Por Lucas Azevedo.
Antônio Osni Monn, catador de material reciclável salvou do lixo cerca de três mil livros didáticos colocados fora pelo diretor de uma escola, em Santa Catarina. Grande parte do material era nova, havia sido distribuída este ano e ainda estava embalada. O MEC (Ministério da Educação) investiga o caso.
Há duas semanas, José Vanderlinde, diretor da Escola de Educação Básica Nereu Ramos, em Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, ofereceu um material ao reciclador Antônio Osni Monn. A condição para levar os sacos de lixo cheios era que o carregamento fosse feito à noite, retirado da biblioteca da instituição.
“Eu peguei os livros e suspeitei, porque ele mandou ‘enlonar’, não podia ninguém ver. Se eu vou carregar uma coisa que ninguém pode ver, é porque é uma coisa ilícita”, disse o catador.
Monn levou os sacos para seu galpão e, ao abri-los, se deparou com muitos dos livros didáticos ainda dentro de suas embalagens com o selo do MEC. Boa parte distribuída este ano letivo e sem uso.
O caso acabou nas redes sociais. Ao saber da repercussão, o diretor da escola buscou os livros do galpão do catador. Em sua defesa, ele alega que nenhum dos 900 alunos da escola ficou sem material. Que os livros foram oferecidos e, o que sobrou, foi descartado. Segundo a gerência regional de Educação na Grande Florianópolis, o diretor tomou uma atitude errada ao descartar os livros, que, por se tratarem de patrimônio público, devem ser usados por pelo menos três anos. Depois disso, podem ser doados para instituições ou vendidos a sebos, sempre com o aval da Secretaria de Educação.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Educação de Santa Catarina destacou que o secretário Eduardo Deschamps está diretamente envolvido com a apuração do caso para que ele sirva de exemplo e que não ocorra novamente.
Na tarde desta quarta-feira, a pasta enviou uma nota à reportagem na qual informa que aceitou o pedido de dispensa dos cargos feitos pelo diretor da escola e por dois de seus assessores.
Já o MEC informa que fará uma auditoria na instituição para verificar se mais livros foram descartados.
Fonte: Geledés