Em Niterói, evento promove as diferentes faces da cultura indígena

Imagem: Reprodução

Mergulhar no universo indígena é o convite do projeto Brasil: a margem – Teko Porã que está em cartaz até o dia 30 de abril no Centro de Artes da Universidade Federal Fluminense (UFF), no município de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. O evento reúne diferentes expressões culturais dos povos originários do Brasil que se manifestam pela música, literatura, artes visuais e cinema integrado aos debates contemporâneos sobre gênero, mudanças climáticas e preservação da cultura tradicional.

Brasil: a margem está em sua segunda edição e neste ano apresenta a temática Teko Porã, que na língua guarani traduz a noção do Bem-Viver, ou seja, o equilíbrio nas relações entre pessoas e o meio ambiente. O superintendente do Centro de Artes da UFF, Leonardo Guelman, explica que a construção da proposta veio a partir do diálogo com a comunidade indígena.

“Pautamos esse projeto a partir de conversas com lideranças, artistas e intelectuais indígenas e parceiros até mais novos, como o artista plástico  Denilson Baniwa e a jornalista Renata Machado da Rádio Yandê. Eles foram interlocutores importantíssimos junto com a equipe do Centro de Artes”, ressalta.

A conferência de abertura do evento ocorreu na última quarta-feira (24) e teve como tema “Ancestralidade indígenas e dilemas contemporâneos”. O evento contou com a participação do pós-doutor em Literatura pela Universidade de São Carlos e defensor da literatura como expressão e valorização das culturas indígenas, Daniel Munduruku.

Ao longo dos próximos seis dias a vasta programação abordará também uma questão central referente ao protagonismo da mulher indígena. O assunto será tema do UFF Debate Brasil no dia 29. A escritora e poeta Eliane Potiguara que fundou o Grupo Mulher-Educação Indígena (Grumin) em 1978 e se notabilizou pela defesa dos direitos dos indígenas e das mulheres é uma das participantes do encontro junto com a antropóloga Taily Terena, integrante do Conselho Nacional de Mulheres Indígenas .

Atraso salarial

Devido ao atraso salarial dos funcionários terceirizados, o Centro Artes da UFF chegou a divulgar que as atividades do mês de maio seriam suspensas. O superintendente do espaço disse que a situação já está sendo regularizada e a programação está retornando gradualmente.

“Os pagamentos de terceirizados já está acontecendo. A gente, de alguma forma, tem que estar unido e forte para lidar com a questão da sustentabilidade, seja do Centro de Artes ou da universidade como um todo, pois elas que serão alvejadas no campo de suprimir espaços de esclarecimento e resistência”, destaca Guelman.

A programação completa do Brasil: a margem – Teko Porã está disponível no site do Centro de Artes da UFF, o evento é gratuito com a exceção de dois filmes e dois shows. As atividades acontecem na Rua Miguel de Frias, 9, no bairro de Icaraí.

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