Os trabalhadores do setor elétrico e de movimentos populares darão mais uma demonstração nesta segunda (16) de que não aceitam a entrega da maior empresa de energia elétrica da América Latina à iniciativa privada.
Os eletricitários são contrários ao apagão na empresa programado pelo “Vampirão Neoliberalista” Michel Temer.
Durante o dia de hoje ocorrem paralisações, atos e manifestações em todos os estados na defesa da Eletrobras pública, eficiente e para todos.
Portanto, para o setor, hoje é o Dia Nacional de Luta Contra a Privatização da Eletrobras – defesa do patrimônio público, soberania nacional e segurança energética.
Privatizar significa aumento de tarifa
Para o vice-presidente da Federação Nacional dos Urbnitários – FNU, Nailor Guimarães Gato, a privatização da Eletrobras significa aumentos das tarifas, queda na qualidade dos serviços, demissões e perda da soberania nacional. “Trata-se de um problema grave não só para os eletricitários, mas para toda a população brasileira. O aumento da tarifa pode chegar a 30% com a privatização”, aponta.
O dirigente da FNU ressalta que a manutenção do setor elétrico sob controle do Estado não é uma questão ideológica, mas lógica. “Lógico é o Estado controlar um setor estratégico. Se cair na mão da iniciativa privada, eles vão liberar a água do país para produzir energia ou vão desviar para o agronegócio ou ‘privatizar’ os rios?”, questiona Gato.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a venda da Eletrobras vai resultar em um aumento inicial na tarifa de energia de 16,7%, no mínimo. Alguns especialistas apontam reajustes superiores a 70%.
Outro impacto é o corte na tarifa social que garante descontos na conta de energia para pessoas de baixa renda e beneficia mais de 8 milhões de lares brasileiros e será extinta com base na proposta da nota técnica nº 5, proveniente da consulta pública nº 33, que altera o marco regulatório do setor elétrico. Segundo dados da Aneel, do total, 56% dos favorecidos pelo programa estão no nordeste e 24% no sudeste.
A Eletrobras, responsável por mais da metade da energia elétrica consumida no país, controla 47 hidrelétricas, 114 térmicas (energia gerada a partir da queima de carvão, gás ou óleo), 69 eólicas e distribuidoras de energia de seis estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Piauí, Rondônia e Roraima. Estão entre os estados com menores IDH do país Piauí, Alagoas e Acre.
Privatizar é promover desigualdade social
Diante de todos esses impactos e retrocessos, permitir a privatização das estatais do setor elétrico é promover maior desigualdade social e negar o acesso à energia para a população mais pobre do Brasil. Assim, para barrar mais esse retrocesso é preciso paralisar os locais de trabalho, fazer atos e manifestações, ocupar ruas, avenidas e praças, além de pressionar os parlamentares em suas bases eleitorais.
Em Brasília, hoje, às 10h, acontece um grande ato em frente ao Ministério de Minas e Energia contra o desmonte do setor elétrico estatal.
Área operacional também irar parar
A Federação encaminhou ofício ao presidente da Eletrobras informando sobre a paralisação de 24 horas, quando inclusive a área operacional estará parada. No ofício, a entidade que representa os trabalhadores do setor, reitera que os serviços essenciais serão mantidos.