#Editorial Migrantes forçados, obra macabra do capitalismo

Leitores e leitoras do Portal Desacato e audiência do JTT Agora, bom dia.
Faz muito tempo que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ACNUR, denuncia as migrações forçadas pelo mundo, mas, também faz décadas que a ONU nada sério faz para que as reivindicações do seu organismo se materializem. A Assembleia Geral da ONU, no melhor dos casos, discute projetos que amenizam o problema, e claro, “contribui” com toneladas de discursos de duvidosa moral. A retórica nem sequer é capaz de denunciar os motivos reais do deslocamento diário de milhões de pessoas, ocultando a mão nefasta das grandes potências, responsáveis de tamanho sofrimento humano e planetário.
 
As civilizações têm vivenciado diversas migrações ao longo dos séculos, porém, nunca a migração forçada de seres humanos foi tão violenta como no sistema capitalista. O capitalismo selvagem obriga as pessoas de diversos continentes a migrarem pela fome, falta de perspectivas, e também por conflagrações armadas, ocupações ilegais, narcotráfico e violências de todo tipo. As tragédias naturais provocadas pela exploração insana do meio-ambiente e do ser humano pelos interesses das empresas transnacionais enchem as redes sociais.
 
As organizações sérias na defesa dos direitos humanos e da natureza esbarram nos limites de uma ordem mundial organizada para ser segregadora e injusta, gananciosa e destrutiva. O espetáculo de dor que a diário vivenciamos com as multidões que caminham pela América Central até o México tentando ingressar no suposto primeiro mundo ianque, para quiçá sobreviver, quando não rebotadas pelos muros, nos levou até as imagens de crianças enjauladas pelo lunático Donald Trump.
 
As barcas lotadas de gente fugida ou traficada desde uma África escravizada e sequestrada até nossos dias, em maior ou menor medida, por todas as grandes potências, nos reportam milhares de mortos. Quando esses migrantes forçados vencem a travessia precisam ainda lutar contra o racismo, a xenofobia, o nacionalismo e o conservadorismo europeu desde as portas de entrada, Espanha e Itália.
 
Há outros deslocamentos que a imprensa oculta com esmero. São os deslocamentos na América do Sul, fruto de governos que entregaram a soberania dos seus países aos Estados Unidos. O caso mais gritante é a vizinha Colômbia onde o paramilitarismo vinculado diretamente a personagens como o ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, o narcotráfico, os interesses imperialistas no território e a violência endêmica, apresentam um dos maiores deslocamentos forçados do mundo.
 
E como se pouco fosse, existem os deslocamentos forçados pela invasão a territórios soberanos e o tráfico sistêmico de seres humanos. Olhar para migração forçada de toda natureza é obrigação de uma sociedade que se preze civilizada, honesta, solidária e humanista. Nosso Portal seguirá falando dos migrantes forçados arredor do mundo, inclusive os e as que deambulam em busca da sobrevivência no Brasil.
 
#Editorial #NossaOpinião #Desacato13Anos

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