#Editorial Florianópolis precisa uma frente progressista forte e representativa

Leitores e leitoras do Portal Desacato e audiência do JTT Agora, bom dia.

Para a militância do campo popular é crucial ter uma frente de esquerda concorrendo nas eleições municipais de 2020. Parece uma obviedade que se os espaços progressistas acumulam forças poderiam ter um desempenho melhor numa eleição municipal encrencada como a de Florianópolis. Mas o óbvio não necessariamente se materializa nesse tipo de construções. E uma frente tão ampla como a que se formou na capital catarinense tem muitas complexidades e sombras históricas que não facilitam sua consolidação.

A única experiência de um governo de aliança progressista aconteceu há muitos anos, na última década do século passado, e durou apenas um mandato, fruto de erros na reta final. Depois nunca mais a esquerda teve acesso ao paço municipal. Daí em diante se sucederam governos conservadores apoiados numa Câmara de Vereadores majoritariamente fisiológica. Nesse contexto as bancadas sempre pequenas da esquerda tiveram algumas vitórias com o apoio popular, mas nenhuma tão significativa como para poder, a partir dessas conquistas legislativas, ampliar uma base social capaz de ganhar o executivo municipal.

Se como sempre, a esquerda tem em sua contra os interesses empresariais, o clientelismo, a mídia conservadora e até o poder de repressão dos aparelhos do estado, lhe restam duas ferramentas que são intrínsecas a ela: a mobilização popular e a capacidade de elaborar um projeto crível que torne Florianópolis menos desigual do que é.

A mobilização popular, ferramenta primordial do campo progressista está inviabilizada por uma pandemia que irá bem além da eleição. O pleito nacional de 2018 já demonstrou a capacidade da direita de “capilarizar” na sociedade através dos formatos digitais e das fábricas de mentiras, sucesso que asfaltou o caminho para que uma figura inacreditável como Jair Bolsonaro se elegesse para presidir a república, e no estado, que Carlos Moisés se elegesse de forma meteórica.

Então, o que fazer para que um programa de cunho progressista seja capaz de seduzir a plateia? Primeiro, pareceria evidente, mostrar uma unidade política muito forte capaz de sensibilizar, com um projeto compreensível e uma atitude de firmeza coletiva que, de alguma forma, chegue os setores mais prejudicados da sociedade, os servidores públicos, os desempregados e setores da classe média que reconhecem a responsabilidade dos gestores municipais, junto com os governadores e o rei da cloroquina, na tragédia sanitária que vive o país.

No entanto, o evidente não é o óbvio numa eleição paroquial onde os candidatos e as candidatas têm uma história nem sempre de unidade, com desavenças, rupturas e uma diferente visão da política nacional. Precisam superar esses transes ou perderemos mais uma oportunidade de acumular forças, além da própria eleição, para remover duas décadas de governos adversos a uma Florianópolis para as maiorias.

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