Mal entramos em 2021 e o governador João Doria e a direção do Metrô já querem deixar claro qual será o tom para esse ano: mais ataques à categoria e à população de SP. Já no final de 2020, viemos denunciando o avanço do governo e da empresa sobre uma série de medidas que há anos tentam implementar, desta vez utilizando a pandemia como justificativa.
Agora, anunciaram a suspensão do Ciclo de Mérito (concessão de progressões salariais), conhecido como STEP, e da Participação nos Resultados da Companhia. Todas medidas que combinadas à terceirização, que precariza e reduz salários dos terceirizados, e a retirada de periculosidade e outros adicionais, servem para precarizar de conjunto o serviço prestado à população e acabar com os direitos dos trabalhadores. Ao mesmo tempo em que anunciaram, junto ao prefeito Bruno Covas, que sancionou o aumento de 46% seu próprio salário, o fim da gratuidade para idosos que possuem entre 60 e 65 anos no metrô, ônibus municipais e intermunicipais (EMTU) e CPTM, que passará a valer a partir de fevereiro.
Em assembleia virtual realizada em 16/12, os metroviários decidiram entrar em estado de greve contra as medidas já anunciadas naquele momento, junto com a utilização de adesivos e colete.
Esses ataques se dão durante um momento dramático da pandemia, com o crescimento descontrolado de contaminações e de mortes por Covid-19, mortes que já atingem a marca de quase 200 mil no país, sendo quase 24% desse total só no Estado de SP. Enquanto Doria fala em “defesa da vida” e tenta se posicionar como uma ala da burguesia diferente do negacionismo de Bolsonaro, no fim o que se mostra é uma corrida presidencial entre essas duas figuras que se dá em torno das vacinas, com bastante demagogia, nenhum plano concreto de vacinação e nem medidas sanitárias adequadas como testes massivos. Pelo contrário, as duas alas atacam os trabalhadores, e ainda por cima retirando a gratuidade do setor mais atingido nessa pandemia como foram e seguem sendo os idosos.
Toda essa situação também é sentida pela categoria metroviária uma vez que todos os dias surgem novos casos de contaminação por Covid-19 no Metrô de SP, onde os terceirizados passaram por toda a pandemia e ainda seguem sem os EPIs adequados e onde se vê a consequência das medidas de abertura do governo na lotação do transporte e na exposição que estão submetidos os usuários.
Por isso se faz necessário fortalecer as medidas de mobilização já votadas na categoria e a realização de setoriais e assembleia para organizar desde a base os metroviários para que possam debater, decidir sobre os rumos da mobilização e fortalecer a luta contra o projeto de privatização, terceirização, precarização e retirada de direitos.
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