Dino determina que PF acompanhe caso sobre morte de irmão de Sâmia Bomfim, um dos médicos assassinados no Rio

Três ortopedistas foram mortos a tiros na madrugada desta quinta (5) em quiosque de praia, na Barra da Tijuca

Diego Ralf Bomfim trabalhava como médico ortopedista e estava no Rio para um congresso – Reprodução/Instagram/Diego Ralf Bomfim

Por Caroline de Oliveira, Brasil de Fato.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou à Polícia Federal (PF) o acompanhamento das investigações sobre a execução de três médicos na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ), na madrugada desta quinta-feira (5). Uma das vítimas é Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, irmão da deputada federal por São Paulo Sâmia Bomfim (PSOL).

“Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à deputada Sâmia, ao deputado Glauber e familiares”, informou Dino em seu perfil no X, ex-Twitter, em menção ao deputado federal pelo Rio de Janeiro Glauber Braga (PSOL), que é cunhado de Diego e companheiro de Sâmia Bomfim. 

Dino afirma, ainda, ter conversado sobre o caso com o governador do Rio, Cláudio Castro, que teria informado que a Polícia Civil já está realizando diligências investigatórias.

Assassinados em quiosque na praia

Diego e outros três médicos, Marcos de Andrade Corsato, 62 anos, Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos, e Daniel Sonnewend Proença, 32 anos, foram vítimas de um ataque a tiros em um quiosque, na avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Apenas Daniel sobreviveu. Ele se encontra em uma unidade particular do Hospital Municipal Lourenço Jorge, para onde foi levado com pelo menos três tiros.

De acordo com a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ), o crime ocorreu pouco antes de 1h desta quinta-feira (5). Na ocasião, três homens vestidos de preto desceram de um carro branco, que ficou estacionado do outro lado da rua do quiosque, aproximaram-se dos quatro médicos e efetuaram os disparos, sem anunciar assalto, e fugiram. Toda a ação dura menos de um minuto. Foram pelo menos 20 tiros.

O modo como foi praticado o crime aponta para indícios de execução. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) da Polícia Civil, no entanto, ainda investiga o caso.

Os médicos, que não eram do Rio de Janeiro, estavam na cidade para o 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo. Eles estavam hospedados no Hotel Windsor, que sedia o evento, em frente ao quiosque onde foram assassinados.

Diego Ralf Bomfim era especialista em reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP. Marcos de Andrade Corsato era assistente, e Perseu Ribeiro Almeida era especialista em cirurgia do pé e tornozelo, ambos no mesmo instituto. Daniel Sonnewend Proença é formado pela Faculdade de Medicina de Marília (SP) e especialista em cirurgia ortopédica.

Repercussão

Em nota, o Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) lamentou as mortes. “O Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP recebeu com consternação a notícia do falecimento de Marcos de Andrade Corsato, médico assistente dedicado e atuante do grupo de Tornozelo e Pé da instituição, bem como dos ex residentes Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida. O IOT- HCFMUSP estende as condolências aos familiares e amigos.”

O PSOL também prestou solidariedade por meio de nota. “Expressamos toda nossa solidariedade e apoio à deputada e à sua família, assim como aos familiares dos colegas de Diego. Exigimos às autoridades competentes que investiguem este crime de forma rigorosa e eficiente, para que os responsáveis sejam identificados e punidos de acordo com a lei. O PSOL também reforça seu compromisso com a luta por um Brasil mais seguro, justo e igualitário, onde vidas não sejam perdidas para a violência desenfreada.”

Edição: Geisa Marques

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