A presidenta Dilma Rousseff esteve em Camaçari e Salvador, na Bahia, nesta terça-feira (22), onde participou da entrega de obras. Em ambas as cidades a presidenta discursou e reafirmou o seu compromisso com a democracia e disse que tem “coragem” para “enfrentar” todos aqueles que querem “atropelar” a democracia para chegar ao poder.
“O Brasil é uma democracia forte, com instituições fortes que nós construímos, todos nós. Eu tive 54 milhões de votos [em 2014] e devo milhões desses votos ao povo baiano. Agradeço esses votos. Primeiro, a melhor forma de agradecer é honrá-los com programas como esse, o Minha Casa Vida”, disse a presidenta na entrega de 7.555 moradias do Programa Minha Casa Minha Vida nos municípios de Camaçari (BA), Juazeiro (BA), Simões Filho (BA), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Ponta Grossa (PR) e Santa Cruz do Sul (RS).
“Segundo, a melhor forma de honrá-los é tendo coragem de enfrentar as dificuldades deste momento de crise, jamais deixando de enfrentar todos aqueles que acham que o melhor jeito para chegar à Presidência da República é atropelar a democracia. Atropelar? Não vão!”, acrescentou.
Dilma voltar a afirmar que o país vive um momento de dificuldade, mas salientou: “É verdade também que, mesmo assim, não paramos”.
“Então, eu posso garantir a vocês: o país não vai parar. Nós vamos continuar criando emprego, assegurando renda e vamos lutar todos os dias para vencer esta crise. Eu conto com vocês. O destemor de vocês diante da luta diária é o destemor que nós unidos, juntos, iremos superar e vencer a crise”, completou.
Mais cedo, em Salvador, a presidenta afirmou: “O impeachment em si não é golpe, está previsto na nossa Constituição. Vira golpe quando não há nenhum fundamento legal para qualquer projeto de impeachment. Não há fundamento legal, porque no meu passado e presente não há acusação fundada contra mim”.
Dilma participou da entrega da Estação Pirajá e do trecho Bom Juá-Pirajá, do Sistema Metroviário. Segundo a presidenta, a Constituição Federal é clara ao prever o impeachment em caso de crime de responsabilidade do chefe de Estado, o que não se aplica a ela. “Não há fundamento legal porque eu tenho uma vida ilibada. No meu passado e no meu presente não há nenhuma acusação fundada contra mim”, rebateu.
Sem citar nomes, a presidenta Dilma mandou um recado direto à oposição derrotada nas urnas: “Não gostar do presidente, querer encurtar o tempo para chegar a ser presidente e perder eleições sistematicamente não são alegações previstas na Constituição”.
Para ela, os defensores do impeachment trabalham com a tese do “quanto pior, melhor”. “É pior para o povo brasileiro e melhor para uns poucos. O que nós temos de garantir é que o Brasil volte a crescer, a gerar empregos e isso nós somos capazes de fazer”.
Dilma pede ainda para que as pessoas envolvidas no processo de impeachment coloquem os “interesses do Brasil” acima de “interesses partidários”.
“Isso significa que temos que fazer grande esforço para que o que queremos individualmente não atrapalhe o que quer o país”, completou a presidenta, que discursou para centenas de pessoas. Em meio ao público, houve também quem criticasse o seu governo e, em mais uma demonstração de compromisso com o país, Dilma destacou a importância do respeito à “democracia”.
“Nós somos democratas, nós convivemos com a diferença. Deixe as manifestações continuarem porque isso é intrínseco à democracia. Nós lutamos muito para que tivéssemos o direito de manifestar quando quiséssemos”, declarou.
Sobre a obra, a presidenta enfatizou que, “mesmo num momento de dificuldades imediatas, nós não vamos parar” e o seu governo vai “continuar investindo naquilo que faz diferença na vida das pessoas”.
“E se tem uma coisa que faz diferença é o transporte urbano. O metrô e a integração com todo o sistema de transporte urbano. Porque isso significa ganhar tempo”, afirmou.
“Eu acredito que é muito importante que a gente tenha consciência que num momento difícil, apesar dele, vamos fazer as mudanças necessárias para o país voltar a crescer”, concluiu Dilma.
Fonte: Portal Vermelho