Dia do Saci: personagens da cultura brasileira ajudam a entender e a cuidar do meio ambiente

Halloween? Neste domingo, 31 de outubro, data em que se comemora o Dia do Saci, é o momento de resgatar a rica cultura popular diante do chamado Halloween

Crédito: Sônia Magalhães

Por Larissa Bohrer 

São Paulo – Neste domingo, 31 de outubro, se comemora o Dia do Saci. Mas, para além da figura do menino travesso que pula com um pé só, a data serve para resgatar a diversidade de personagens que compõem a rica cultura popular brasileira, como destacam pesquisadores do folclore à Rádio Brasil Atual. E também é um contraponto ao Halloween, celebrado no mesmo dia.

Embora a cultura brasileira seja rica em mitos com muita magia e fantasia, é mais comum que o mês de outubro seja lembrado pelo Dia das Bruxas, importado da cultura estadunidense, mas comemorado em pontos concentrados do Brasil, principalmente na região Sudeste. A avaliação do historiador e diretor do Colégio Viver, Diogo Garcia, é que, por trás dessa valorização de uma cultura estrangeira, há a visão de uma sociedade elitista, que enxerga o que vem de fora como “melhor” e por isso menospreza a cultura popular local.

Valorização

Apesar dessa divisão, o geógrafo, jornalista e ‘saciólogo’ Mouzar Benedito diz acompanhar cada vez mais lugares e escolas que estão comemorando o Dia do Saci. É o caso da pequena Sofia Gomes que, com apenas cinco anos, conhece não apenas o personagem, mas também os demais que compõem as lendas brasileiras. “Acho ele (Saci-pererê) bem engraçado porque vem em um pé só, pulando. Mas eu mais gosto da Sereia Iara porque ela canta”, observa Sofia.

O estudioso do Saci explica que essa relação com os personagens do folclore é importante não apenas para a valorização da cultura popular brasileira, mas também para que estas gerações entendam e ajudem a cuidar do meio ambiente. “Toda essa cultura e imaginário têm origem na nossa mitologia tupi-guarani e são ligados à questão ambiental.”

“Um dos principais mitos tupi é o do Curupira, protetor das florestas que castiga quem as derrubam. O Caipora é protetor dos animais que vivem nas matas e a Iara é protetora dos animais que vivem nas águas. O Boitatá é protetor dos campos. Então estamos sempre vinculados com essas questões e isso tem uma boa aceitação entre os professores e as crianças para entenderem o meio ambiente a partir desses seres, em que cada um protege uma coisa, mas, na hora ‘H’, eles estão todos juntos”, afirma Mouzar.

“No Brasil, temos uma boa parcela de pessoas que querem se identificar como brasileiros. Mas o que nos identifica como um povo são nossas culturas, festas e comportamentos”, completa.

Sócio-fundador da Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci), com sede em São Luiz do Paraitinga, em São Paulo, ele também garante já ter ouvido o assobio do Saci. Mas justifica que nunca conseguiu vê-lo porque o menino travesso também é muito rápido.

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