Despejo forçado da Ocupação Carlos Marighella

Redação.

Nesta manhã (14 de junho) as famílias da Ocupação Carlos Marighella, localizada na Guarda do Cubatão em Palhoça, foram despejadas por uma operação organizada pela prefeitura com um número desproporcional de policiais do choque e da cavalaria, intimidando as famílias que contam com cerca de 80 crianças, mulheres grávidas, idosos e pessoas com deficiência.

Foto: @marighella.sc
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Contrário ao pedido do Senado Federal para que não ocorresse a desocupação, a prefeitura e a secretaria de habitação de Palhoça, sob a alegação de que os prédios ocupados não possuem estrutura adequada para moradia, levaram as famílias para um ginásio de esportes.

Foto: @marighella.sc
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A alternativa proposta pelo prefeito Eduardo Freccia demostra que a preocupação não era de fato a segurança dessas famílias, mas sim com a propriedade privada de um terreno abandonado há 8 anos.

O ginásio localizado na comunidade de Caminho Novo (km 214 da BR101) é utilizado por mais de 300 pessoas, crianças e idosos, inscritos em atividades que acontecem ali e não é adequado para moradia. Não possui cozinha, vedação apropriada para o frio, é pequeno demais para receber 97 famílias e do lado de fora tem uma vala de esgoto à céu aberto. Cabe assinalar ainda que estamos em meio a quarta onda de pandemia com todos os hospitais lotados e com frio intenso.

Foto: @marighella.sc

Em uma cidade do porte de Palhoça, que está entre as que mais cresce no estado, não se tem planejamento de habitação social. Quando famílias se organizam para conquistar um direito garantido pela constituição federal, que é a habitação, são tratadas como criminosos. O que pode ser observado pela forma ostensiva como foi feito o despejo forçado, arremessando em caminhões os poucos pertences que possuem, sendo muitos móveis quebrados no processo.

As famílias que ocuparam no dia 5 de maio os prédios inacabados e abandonados há 8 anos, estavam revitalizando esse espaço. Mesmo com todas as dificuldades e em meio à ataques a ocupação, corte de água e luz, os moradores limparam o terreno, fizeram uma horta, limparam os prédios, montaram uma cozinha e despensa e estavam tornando o espaço habitável.

    

A ação da prefeitura agrava a condição de moradia das famílias e, além de não resolver o problema, cria outro ao retirar o espaço de lazer e esporte da população de Caminho Novo.

Hoje foram garantidas marmitas para as famílias, mas a partir de amanhã, mesmo sem condições para isso, já fica sob responsabilidade do movimento. Portanto doações de alimentos além de produtos de higiene pessoal são muito bem vindas.

As famílias da Ocupação Marighella seguem resistindo! Enquanto morar for privilégio, ocupar é um direito!

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