Derramamento de óleo na Tapera/Ilha de Santa Catarina


A gestão do risco de desastre ambiental não pode ser tratada como aconteceu com este grave fato. A gestão envolve o antes também, não é possível deixarmos, neste caso uma subestação, abandonada com materiais perigosos e contaminantes pois cedo ou tarde o desastre ocorrerá. A prevenção é muito mais eficiente e barata, muitas vezes evitamos o desastre. Ao mesmo tempo também precisamos de mais equipamentos e treinamento (agilidade) para combater e remediar o problema, no caso aqui o derramamento de óleo isolante, que vazou por aproximadamente mais de um mês, contaminando uma área bem extensa e ainda sem dados que comprovem que o mar, as criações de ostras e os peixes da região não foram afetados.

Tomado de: http://danielbiologo2.wordpress.com/2012/12/23/derramamento-de-oleo-na-taperailha-de-santa-catarina/, com matéria de Notícia do dia: Publicada em 19/12 por Ana Carolina Vilela. 

Vazamento de óleo na Tapera ameaça mangue da região

Os 12 mil litros de óleo que vazaram de transformadores já teriam contaminado o solo

Um vazamento de aproximadamente 12 mil litros de óleo de transformadores de centro de treinamento desativado da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), na Tapera, no Sul da Ilha, mobilizou na tarde desta quarta-feira (19) Bombeiros, Defesa Civil e Fatma (Fundação do Meio Ambiente). O óleo que estaria vazando há mais de uma semana no local, que hoje pertence à UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), já teria atingido o lençol freático, dois córregos próximos ao local e existe risco de chegar ao mangue. Alguns animais, como cobras, foram encontrados mortos nas imediações.

Segundo o comandante de área dos Bombeiros que está no local, tenente Fernando Ireno, o foco neste momento é conter a propagação do óleo. Ainda não se sabe se é de origem mineral, que não ofereceria tantos riscos ao meio ambiente, ou ascarel considerado altamente tóxico e derivado do petróleo. “A princípio se trata de óleo mineral, mas não podemos afirmar. A Fatma recolheu uma amostra para avaliação”, explicou.

Boias estão sendo colocadas pelos bombeiros nos córregos afetados para impedir que a grande quantidade de óleo chegue ao mangue. A drenagem do solo também está sendo realizada. “Inicialmente vamos tratar da contenção do vazamento para depois buscarmos uma alternativa para remover todo este óleo. Ainda não podemos precisar a magnitude dos estragos”, contou Ireno.

Os bombeiros retomam os trabalhos de contenção nesta quinta-feira. Há possibilidade de que a produção de ostras e mariscos da região seja prejudicada.

Furto de peças de cobre teria originado vazamento. O furto de peças de cobre de transformadores teria dado início aos vazamentos, segundo informações preliminares dos Bombeiros. “Tem uma peça que fica na parte de trás dos transformadores, conhecida como bujão, e ela foi retirada. Este óleo pode estar vazando há uma semana ou até mesmo há um mês. Só ficamos sabendo nesta terça-feira”, relatou o tenente.

O local onde ocorreu o vazamento era um centro de treinamento da Celesc e foi permutado pelo Governo do Estado em projeto de ampliação do aeroporto Hercílio Luz. A área hoje pertence à UFSC, segundo a assessoria de comunicação da Celesc. A Agecom (Agência de Comunicação da UFSC) foi contatada e ficou de se manifestar sobre o assunto.


Força-tarefa tenta conter o óleo na Tapera

Órgãos públicos tentam minimizar estragos do vazamento

Há um mês o vigia da subestação da Celesc, no bairro Tapera, registrou no seu relatório que ladrões arrancaram os registros de cobre dos tanques TT1, TT2 e L2D, mas nenhum fiscal da empresa passou por aquelas bandas. O resultado é o vazamento, que poderia ter sido evitado, de 11,6 mil litros de óleo tóxico, que através da vala de drenagem atingiu o mangue e se espalha pelas águas Baía Sul. Há risco que as fazendas de maricultura e os peixes sejam contaminados.

O solo também foi atingido, plantas e animais mortos estão sendo recolhidos para estudo. A vizinhança se queixa de dores de cabeça, nos olhos e náuseaOs óleos servem para resfriar os oito transformadores de energia. Os galões que abasteceram os tanques estão empilhados no local. O que representa na concepção de Daniel Araújo Costa, fiscal da Fatma (Fundação do Meio Ambiente), a primeira negligência. A segunda é o abandono do lugar. O terreno foi cedido para UFSC em troca de uma área próxima ao aeroporto. Funcionários da Celesc afirmam que o acesso ao local tem sido dificultado. A equipe da UFSC revida alegando que não podem ser responsabilizados. Ninguém se pronuncia oficialmente.

No ar há um forte cheiro de óleo. Sob as águas uma textura crespa e alaranjada. Desconhece-se o potencial venenoso do óleo, mas Daniel Costa alerta: “um litro de óleo de cozinha, que não é tóxico, contamina milhares de litros d’água. Esse dano foi muito sério e irreversível”.

Para minimizar os estragos, a Celesc contratou a empresa Ecosorb, que com apoio de boias tenta centralizar o óleo para iniciar o processo de sucção – que levará três dias. Os órgãos públicos integram uma força-tarefa.

A empresa divulgou comunicado informando que está tomando todas as providências para o processo de biorremediação da área atingida por vazamento de óleo de transformadores instalados no bairro Tapera, em Florianópolis. Segundo a assessoria de imprensa, a equipe está e continuará trabalhando até que todo resíduo seja retirado.

Dois caminhões tanque estão fazendo a sucção da água contaminada pelo óleo e depois irão armazenar em reservatórios de 10 mil litros para separação da água e óleo. De acordo com o comunicado, o vazamento ocorreu por ato de vandalismo e tentativa de furto.

Preocupação com a fauna da Baía Sul

Na tarde de sexta-feira, Fatma e Vigilância Sanitária recolhiam amostrar das águas, que serão analisados no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Santa Catarina), de Blumenau. A grande preocupação das equipes é que a fauna da Baía Sul seja contaminada. O monitoramento no mar exige mais recursos.

Bombeiros e Defesa Civil deram apoio à ação. Cerca de 20 pessoas trabalhavam na subestação, enquanto os moradores espiavam o vai-e-vem. A família de dona Severina Maria dos Santos, 72, está com dores de cabeça. “Não consigo dormir, estou tomando comprimidos e chás, mas o cheiro é muito forte”, reclama. Para neta Franciele, 10, tem dado leite para “desintoxicar”.

Artigo Publicado em 21/12-18:45 por Aline Torres. 

O líquido, que está vazando há cerca de um mês, causou sérios danos ambientais nas mediações. Segundo técnicos da Fatma, o óleo atingiu os animais, a vegetação e já teria infiltrado na terra. BAND Santa Catarina.

Fotos de Daniel de Araújo Costa, feitas dia 21/12/12.

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