No dia 3 de setembro o jornal Notícias do Dia promoveu um processo de demissão em massa. Segundo informações extraoficiais, houve um corte de 30% no pessoal, incluindo redação, transporte, comercial e assinaturas. Na redação foram nove jornalistas e um motorista. A justificativa da empresa foi a necessidade de “buscar mais produtividade com menor custo”, ou seja, buscar mais lucro às custas do trabalhador/a.
Profissionais com anos de trabalho dedicado a levar informação de qualidade à sociedade foram simplesmente dispensados. Tudo em função de um “processo de mudanças” orientado por uma consultoria que, batendo na já desgastada tecla de “atender a um novo modelo de negócios” (leia-se desmantelar a mídia impressa), aponta o caminho mais curto e insensível para assegurar o lucro da empresa.
Preocupação com a situação na qual serão jogados profissionais comprometidos com o jornalismo – e numa conjuntura de crise? Zero! Com a qualidade da Informação? Zero! Importante para a empresa é manter a margem de lucro. E isso ficou claro nas declarações do presidente do Grupo RIC SC, Marcelo Petrelli, ao portal Making Of: Precisamos readequar o jornal em todos os sentidos, pois os hábitos de leitura e o perfil do leitor mudaram e precisamos nos atualizar para acompanhá-los e nos mantermos em crescimento”.
Também reveladora foi a manifestação do diretor de conteúdo do Grupo RIC SC, Luís Meneghim, ao mesmo portal. “Estamos trabalhando para nos adequar à nova realidade do negócio da mídia impressa. Precisamos focar mais em conteúdo, trabalhar processos, buscar mais produtividade com menor custo e isso passa por reoxigenação na equipe de profissionais”.
Na prática, a realidade vivenciada Brasil afora demonstra que, “focar no conteúdo” com cada vez menos profissionais para produzir conteúdo é mais um tiro no pé. Mas esta “tendência de mercado” não deve ter sido detectada pela consultoria contratada.
Em síntese, a “readequação” orientada por consultoria se traduz em colocar profissionais competentes, pais e mães de família, no olho da rua em nome de uma “reestruturação produtiva” submetida aos ditames do mercado. Significa, também, aumentar a carga de trabalho dos que ficam, com “menor custo”.
O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina solidariza-se com os colegas atingidos e acionou sua assessoria jurídica para assegurar os direitos dos trabalhadores.
Os jornalistas, o jornalismo e a sociedade catarinense sofreram novo golpe!
Florianópolis, 04 de setembro de 2018.
Diretoria do SJSC