Por Isadora Rupp.
Pouco mais de 100 dias após registrar os cinco primeiros casos de coronavírus, Curitiba, capital do Paraná, passou de uma situação confortável para dramática em relação à pandemia. Até metade de maio, eram 600 casos de covid-19 e taxa de ocupação de UTIs que não ultrapassava os 50%. Em março, quando entraram em vigor as medidas de isolamento social, a adesão dos curitibanos foi boa, bem como a obrigatoriedade do uso de máscara nos locais públicos.
Com o surto controlado, a prefeitura de Curitiba relaxou as regras e permitiu a reabertura de shoppings e academias no dia 20 de maio. O resultado: os casos quintuplicaram.
Na segunda-feira (22), eram 3.032 casos confirmados e 114 óbitos. Na terça-feira passada (16 de junho), houve recorde de 510 registros. Em todo o Paraná, são 14.336 casos e 460 mortes, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
O Conselho Regional de Medicina do Paraná confirmou, na segunda-feira (22/06), a primeira morte por covid-19 no Estado de um médico que atendia casos da doença: Caio Martins Guedes, de 33 anos, residente no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul (Região Metropolitana de Curitiba).
A ocupação dos 223 leitos de UTI do SUS exclusivas para a covid-19 na cidade beira 80%. Na semana passada, esse porcentual chegou a 85%. Dados da Sesa do dia 22 de junho mostram que hospitais como Evangélico e Hospital do Trabalhador (ambos em Curitiba) estavam com 100% das UTIs de covid ocupadas.