Contra PL das Fake News, Dallagnol publica fake news e é criticado por evangélicos

Pesquisadora aponta que projeto não pretende "censurar nenhuma expressão de fé religiosa"

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por Igor Carvalho, Brasil de Fato.

Na manhã desta quinta-feira (25), o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) publicou em suas redes sociais que a aprovação do Projeto de Lei 2630, conhecido como PL das Fake News, irá provocar o banimento de versículos bíblicos das redes sociais.

“Até a fé será censurada se nós não impedirmos a aprovação do ‘PL da Censura’”, afirmou Dallagnol, que citou seis versículos que, segundo o parlamentar, não poderão mais ser reproduzidos nas redes sociais (ver imagem).

Leia mais: Câmara aprova urgência para votar Projeto de Lei das Fake News.

Andréa Laís, assessora de pesquisa da Casa Galileia, grupo que monitora redes sociais evangélicas, lamentou a publicação de Dallagnol. “A narrativa da censura associada ao pavor de uma eminente perseguição religiosa foi sempre acionada como ‘carta trunfo’ pela direita religiosa como tentativa de barrar avanços na pauta dos direitos humanos ou em qualquer outro debate político em que se sintam ‘ameaçados’ de perder espaço.”

Ainda de acordo com Laís, a fake news é uma “aliada” da direita religiosa, que associa “informações enganosas ao constante senso de urgência que parte dos crentes vivem sob um regime de pavor do fim dos tempos.”

Relator do projeto, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) reagiu imediatamente em suas redes sociais. “É por esse tipo de indignidade que as redes sociais estão cheias de discurso de ódio e desinformação. Quem lucra com essa campanha mentirosa, que explora a fé alheia para politicagem barata, deputado? Só reforça a URGÊNCIA da regulação”, pediu o parlamentar.

“Parlamentares representantes da extrema direita evangélica conhecem bem o texto da PL 2630 e tem conhecimento de que não se trata de censurar nenhuma expressão de fé religiosa. Mas pregam esse pavor porque não querem ser submetidos a regulações mínimas. Portanto, se utilizam de mais uma fake news para impedir a aprovação da ‘PL das Fake News’ porque sabem que perderão uma importante ferramenta aliada”, finalizou Laís.

Edição: Glauco Faria.

 

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