Do UOL.- O governo argentino adiou para 2021 o pagamento da dívida em dólares emitida sob legislação nacional, entrando em ‘default’ seletivo com os credores locais numa estratégia para conter as reservas internacionais do país durante o combate à pandemia.
“Determina-se o adiamento dos pagamentos dos serviços de juros e de amortizações de capital da dívida pública nacional instrumentada através de títulos denominados em dólares norte-americanos emitidos sob lei argentina até 31 de dezembro de 2021 ou até data anterior que o Ministério da Economia determinar, considerando o grau de avanço e de execução do processo de restauração da sustentabilidade da dívida pública”, diz o artigo primeiro.
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Em outras palavras, o governo condiciona de forma unilateral o pagamento de capital e de juros aos credores locais de acordo com o avanço das negociações por uma reestruturação da dívida com os credores estrangeiros.
“Nesta crise econômica, acentuada pela pandemia do coronavírus, o governo quer ficar com todos os dólares que há na economia e não usar mais nenhuma reserva para pagar dívida até o final do ano. Isso é ‘default’ seletivo com credores locais, mas, em última instância, é ‘default’ da dívida pública porque altera os termos dos contratos com os credores “, avalia o economista Martín Tetaz.
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