A Etnomatemática surgiu na década de 1970, a partir de críticas acerca do ensino tradicional de Matemática, que costuma enxergar na Grécia Antiga o berço da ciência e desconsiderar outros saberes.
“As diferentes formas de matemática que são próprias de grupos culturais, chamamos de Etnomatemática”, definiu Ubiratan D’Ambrósio, pesquisador e professor brasileiro pioneiro no tema.
Isso significa compreender que a matemática está presente na cultura de todos os povos, originária da habilidade de responder às necessidades de sobrevivência por meio da solução de problemas e atividades do dia a dia.
Neste entendimento, a Etnomatemática consiste em compreender e valorizar a existência da matemática vivenciada na prática por artesãos, pescadores, pedreiros, costureiras, comerciantes ambulantes, entre outros, em sua própria leitura de mundo por meio dessa ciência. E em diferentes culturas como a indígena, cigana, ribeirinha, etc.
Etnomatemática na escola
Para aproximar a Etnomatemática da escola é preciso basear as aulas e as atividades no contexto sociocultural, no território, nas necessidade e aspirações pessoais e profissionais dos estudantes. Além de promover relações interculturais, a abordagem visa um processo de ensino-aprendizagem mais criativo e plural.
Como a etnomatemática é um instrumento poderoso para aproximar e valorizar outras culturas e saberes, também pode ser utilizada, por exemplo, como uma das ferramentas para se combater o racismo, apresentando para os alunos a matemática a partir da cultura africana, vertente chamada de afroetnomatemática.
Confira entrevista com o matemático Ubiratan D’Ambrósio, referência na área: