Congresso discute construção de cidade antirracista no Rio

Em sua primeira edição, “Rio, uma cidade antirracista” amplia a discussão sobre a construção de uma cidade segura e saudável para pessoas negras.

Pot Jheniffer Ribeiro e Elias Santana Malê, para Alma Preta Jornalismo.  

Imagem: Divulgação/Wagner Silva

Na noite desta quinta-feira (1/9), aconteceu a abertura da primeira edição do congresso “Rio, uma cidade antirracista”. O evento acontece nos dias 2 e 3 de setembro, no Museu do Amanhã, no centro do Rio. O congresso contará com painéis e debates focados no assunto “cidades e antirracismo”, com temáticas que envolvem direito à cidade, meio ambiente, segurança e políticas públicas.

Com apresentação de Yuri Marçal, o evento de abertura ocorreu no Teatro Riachuelo e contou com a presença de parlamentares, candidatos às eleições e organizações da sociedade civil. O objetivo do congresso é analisar em detalhes as condições em que vivem a população negra carioca para a construção de políticas urbanas que garantam a construção de uma cidade segura e saudável para as pessoas negras.

Em entrevista à Alma Preta Jornalismo, a deputada federal e candidata à reeleição Benedita da Silva (PT-RJ) fala sobre o ineditismo do congresso em um momento político de retrocessos e sua importância para a construção de uma cidade inclusiva para as pessoas negras.

“Eu penso que esse congresso inédito vai apontar as novas políticas públicas que precisamos para combater o racismo. O Rio não é uma cidade acolhedora, é uma cidade que, a cada dia, mata negros e negras. Isso traz para nós uma preocupação muito grande na medida em que estamos vivendo um momento político de grande retrocesso para as cidades”, pontua a parlamentar.

Benedita ainda aponta a necessidade de um maior apoio do Estado e mais políticas públicas voltadas à inclusão da população negra e pobre.

“Como a maioria da população é negra e pobre, nós dependemos muito do poder público, então para que possamos ter uma cidade inclusiva do ponto de vista social, político e racial é necessário pensar uma política pública que torne a arquitetura da cidade funcional para as pessoas negras”, conclui a deputada federal.

O congresso é fundado e organizado pelo Laboratório das Periferias (Perifa Lab) em parceria com a Comissão de Assuntos Urbanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Instituto Clima e Sociedade, Casa Fluminense e Instituto Gueto.

Segundo Artur Miranda, diretor executivo do Perifa Lab, a ideia é que o congresso “contribua para que o recorte racial esteja no centro do planejamento urbano para a construção de uma cidade nova”.

Marina Marçal, coordenadora de política climática do iCS (Instituto Clima e Sociedade) relata que sua expectativa sobre os próximos dias do evento é que ele possa “integrar a população na discussão sobre as políticas públicas de meio ambiente e questões climáticas para que esses temas cheguem no dia-a-dia das pessoas. É muito importante a gente trazer esse debate na perspectiva racial em uma cidade que precisa muito discutir integração com as populações periféricas e negras que são as mais atingidas pelas mudanças climáticas. São elas que podem contribuir no debate de soluções baseadas pela natureza”.

O evento é gratuito e acontece das 10h às 17h no Museu do Amanhã, Praça Mauá, 1, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

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