Comunidades Mbya Guarani sofrem impactos do ciclone extratropical

Cimi Sul – Equipe Porto Alegre.- Foram momentos assustadores. Na madrugada de 16 de junho de 2023, o ciclone extratropical atingiu várias regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Causou alagamentos, derrubou árvores, arrancou telhados e inundou casas, comunidades e bairros inteiros.

Outra vez as vítimas foram os mais pobres, aqueles que vivem nas comunidades de periferias, indígenas e quilombolas.

Essas pessoas já sofrem as “agruras da vida”, falta-lhes saneamento básico, moradia, transporte, emprego, assistência e passam dificuldades, inclusive, para se alimentarem adequadamente.

Em Porto Alegre, a comunidade Mbya Guarani, Pindó Poty, Lami, teve seus espaços de vida completamente alagados. As casas foram inundadas, os pertences e animais domésticos carregados pelas águas.

Por volta das 05 horas da manhã, a Força Civil e o Corpo de Bombeiros, sabendo que naquele lugar há um arroio e a cada chuva, mais intensa, ocorrem alagamentos, se deslocaram até a comunidade e promoveram o resgate das famílias.

Todos foram levados a um abrigo no Bairro Restinga. Como não houve a possibilidade de recolherem os pertences as famílias ficaram sem agasalhos, roupas, cobertores e colchões.

Em diálogo com o Cacique Roberto Ramires e seu Vice Gabriel, eles relataram as preocupações das famílias pelo fato de terem perdido tudo. E solicitam aos amigos, parceiros e aliados que mobilizem esforços no para adquirirem e doarem, especialmente roupas, cobertores, colchões e alimentos.

Também apelam para que a Funai busque recursos no sentido de assegurar, aos Mbya, assistência neste período de extrema dificuldade.

Enquanto as águas não baixarem eles devem permanecer no abrigo, mas assim que possível retornarão à comunidade, onde precisarão de apoio para reconstruir tudo outra vez.

Dentre as comunidades mais impactadas estão ainda os Mbya Guarani de Canela, Terra de Areia. Maquine, Torres, Osório, Eldorado do Sul – Arroio Divisa – e Barra do Robeiro – Passo Grande.

Há momentos em que somente a solidariedade de pessoas, entidades, comunidades, associações, igrejas, organismos – viabiliza apoio, conforto e esperança aos que são vulnerabilizados pela omissão do poder público, pela discriminação. Intolerância e racismo.

Porto Alegre, 16 de junho de 2023.

 

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