Um ano após a ocupação das terras griladas na SC 401, Norte da Ilha de Santa Catarina, a Comuna Amarildo já está assentada em terras próprias, na cidade de Águas Mornas. A luta também garantiu outros dois territórios, em Mirim Doce e Santa Terezinha, conquistados com muita luta do povo da periferia e do campo, provando que nossos direitos, terra, trabalho e teto, só a luta faz valer!
Mais do que conquistar um pedaço de chão para nossas famílias, a Ocupação Amarildo trouxe pelo menos mais duas grandes vitórias para o povo. A primeira é termos denunciado e provado que as terras da SC 401 são públicas e que um dia voltarão para o povo. A segunda é ter, com o exemplo e a organização, despertado a consciência de milhares de trabalhadores e trabalhadoras para a luta por terra, trabalho e teto, direitos fundamentais que nos foram negados sempre.
Nesse rápido e árduo caminho até o nosso assentamento pelo Plano Nacional de Reforma Agrária, regularizado pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), muitas experiências fortaleceram ainda mais nossas convicções. A principal é de que existem duas classes fundamentais, a classe trabalhadora e a classe exploradora (burguesia). Nós, da Classe trabalhadora temos o imenso desafio de um dia sermos livres e acabarmos de vez com a exploração. Lutamos pela Reforma Agrária Popular para termos terra, trabalho e teto, educação, saúde e segurança.
Sentimos na pele todas as mentiras e ameaças dos capachos dos poderosos que não perderam tempo em nos difamar nas TVs, rádios e jornais, e também em nos reprimir com a violência policial e até mesmo de capangas. Passamos por tudo isso e, agora sim, estamos construindo nossas vidas, casas, plantações, cinema, educação e o que mais precisarmos.
Toda essa vitória do povo não teria sido possível sem a unidade na ação e no planejamento com estudantes, professores, indígenas, quilombolas, sindicalistas e militantes populares! Nosso agradecimento a todos esses setores e mais que isso, esta unidade de ação é a única possível para se contrapor a hegemonia do capitalismo e sua face mais cruel, o agronegócio, que mata florestas, povos e envenena águas, tratando tudo como mercadoria.
Deixamos a mensagem de que você trabalhador(a) deve se organizar por local e moradia, estudo ou trabalho e levantar-se por seus direitos. Convidamos para refletir também sobre o que será do seu futuro se continuar sendo explorado a vida toda. O que será do planeta se deixarmos a água e a terra serem todas envenenadas pelo agronegócio?
Convidamos você a ingressar na luta pela Reforma Agrária Popular!
Venha conosco cuidar da vida do povo, da terra, do futuro, plantando e comendo sem agrotóxicos, com distribuição de terras para quem nela trabalha e por trabalho cooperado, sem exploração.
Amarildo PRESENTE! PRESENTE!
FIRME! Por Reforma Agrária e poder popular.