Por Fernando Brito.
A Comissão de Linchamento, digo, de Julgamento do Impeachment do Senado recusoou-se, hoje, a ouvir quatro testemunhas da defesa, regularmente aprovadas, sendo que duas delas já encontravam no Senado para depor.
O “argumento”, segundo a senadora Simone Tebet, do PMDB, é o de que “já temos o nosso juízo de valor formado, por isso entendemos que não é necessário ouvir algumas testemunhas”.
Note-se que eram as primeiras testemunhas da defesa e a senadora “já tem o seu juízo de valor formado” e portanto, não precisa ouvi-las.
E não eram testemunhas “políticas”, mas técnicas: Marcus Pereira Aucélio, ex-subsecretário de Política Fiscal do Tesouro Nacional; Esther Dweck, ex-secretária de Orçamento e Finanças; Marcelo Saintive, ex-secretário do Tesouro Nacional, e Marcelo Amorim, ex-coordenador-geral de Programação Financeira do Tesouro Nacional.
Se isso não é cerceamento de defesa, Dr. Lewandowski, o que seria? A dona Janaína Paschoal assumiu suas funções garantidoras e agora vale o que ela convocar a maioria golpista de comissão a fazer?
Ou, como diz o incrível Luís Roberto Barroso, não vem ao caso não ter havido crime de responsabilidade porque criem de responsabilidade “acha-se um”?
Estamos vendo o Judiciário brasileiro coonestar um processo que chega as raias do impensável.
Não é que os juízes-senadores não dêem crédito às testemunhas: eles sequer querem ouvi-las.
“Vamos logo, vamos logo, que nós já montamos a forca lá fora o e Michel tá esperando…”
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Fonte: Tijolaço.