Comissão da Verdade: dados impactantes sobre o conflito armado na Colômbia

Foto: Jornal El Colombiano

Criada em 2016 na Colômbia, após os acordos de paz, a Comissão apresentou seu relatório final. Segundo documento, 450 mil pessoas foram assassinadas no país desde 1958. Por Misión Verdad – Tradução de Pedro Marin para a Revista Opera

A Comissão da Verdade da Colômbia, criada em 2016 após os acordos de paz entre o governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), apresentou seu relatório final depois de vários anos de tentativas de esclarecer os ocorridos durante o conflito armado iniciado há várias décadas.

O documento procura oferecer uma explicação ampla sobre a complexidade da guerra interna que este país vive e o seu custo em termos humanos. Aqui estão alguns fatos chocantes detalhados no trabalho da Comissão da Verdade:

– Desde 1958 foram assassinadas mais de 450 mil pessoas. Destes crimes, 45% foram cometidos por grupos paramilitares, 12% por “agentes do Estado”, com as FARC responsáveis por 21%.

– Ao menos 6,4 mil pessoas foram desaparecidas ou assassinadas por membros do Exército, para que fossem apresentadas como guerrilheiros. É o que se conhece como “falsos positivos”.

– Cerca de 30 mil crianças foram envolvidas no conflito armado.

– Dos mortos em conflito (homicídios, desaparecimentos letais forçados, em cativeiro ou por minas terrestres) 80% foram civis e 20% combatentes. 121.768 pessoas desapareceram desde 1958. Há hoje 7,7 milhões de deslocados forçados pelo conflito.

Esses crimes se traduzem em desconfiança por parte da população em relação às instituições do Estado, cuja reputação continua manchada vários anos após a assinatura do acordo de paz entre o governo e os grupos guerrilheiros. O governo do presidente cessante Iván Duque representou um retrocesso nesse sentido, pois continuaram os massacres e assassinatos contra guerrilheiros desmobilizados e outros ativistas.

* Pedro Marin, 26 anos, é editor-chefe e fundador da Revista Opera. Foi correspondente na Venezuela pela mesma publicação, e articulista e correspondente internacional no Brasil pelo site Global Independent Analytics. É autor de “Golpe é Guerra – Teses para enterrar 2016” e co-autor de “Carta no Coturno – A volta do Partido Fardado no Brasil.

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