Combinação de hidroxicloroquina com outros medicamentos matou o jornalista Renan, diz médico.

    Renan Antunes de Oliveira

    Por Kiko Nogueira.

    O jornalista Renan Antunes de Oliveira, morto aos 70 anos no domingo, dia 19, estava tomando um coquetel à base de hidroxicloroquina e azitromicina.

    Ele teve um infarto em sua casa em Floripa.

    Na semana passada, Renan baixou no hospital com suspeita de coronavírus.

    Fez uma tomografia dos pulmões e tinha os sintomas da covid-19. Os médicos receitaram-lhe, então, as drogas.

    Nem ele e nem a mulher, Blanca, assinaram termo de responsabilidade. Foram dispensados sem que a hipótese de internação fosse levantada.

    Na véspera de seu falecimento, cinco dias após o início desse tratamento, veio o resultado negativo para coronavírus.

    Renan fez um transplante de rim no mês passado e estava tomando imunossupressores como prednisona, sirolimo e tacrolimo, que baixam a imunidade.

    De acordo com a viúva, a lista desses comprimidos fora passada à equipe médica.

    A maioria desses medicamentos, combinados com a hidroxicloroquina, causa, entre outras coisas, arritmia cardíaca.

    No site Drug Interaction Checker, essas interações são todas desaconselhadas. “Evite ou use um medicamento alternativo”, diz o alerta (veja abaixo).

    “Essa interação medicamentosa matou Renan. Só deveria ser realizada em ambiente hospitalar”, diz Marcos Caseiro, médico infectologista e professor universitário, ele mesmo curado da covid-19.

    “É uma barbaridade o que fizeram”, afirma ele, que trabalha no Emílio Ribas do Guarujá.

    O antimalárico advogado por Bolsonaro e Trump foi alvo de um estudo nos EUA, o maior já feito até o momento.

    Não demonstrou benefícios para pacientes com coronavírus e causou mais mortes em comparação com aqueles que receberam tratamento padrão, relataram os pesquisadores.

    Levantamento do site Angioplasty.Org, comunidade de cardiologistas e pacientes, revelou que o número de pessoas que morreu em casa de ataque cardíaco em Nova York, entre 30 de março e 5 de abril, foi 8 vezes maior do que o mesmo período no ano passado.

    Jair Bolsonaro, como seu ídolo Trump, são os maiores garotos-propaganda do remédio.

    O clone brasileiro, até agora, não mostrou o resultado de seu exame para o vírus. 

    Quantas pessoas estão passando por tragédia como a de Renan no Brasil?

    Crowdfunding para ajudar a esposa e filha do Renan que ficaram numa situação econômica muito delicada.

    https://crowdfunding.dcm.com.br/projetos/um-alento-para-a-familia-do-renan

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