CINE INDI promove cinema local e hibridismo das linguagens em Chapecó

Projeto realiza mostras de cinema, oficina de realização audiovisual, apresentações artísticas e oficina de Desenho de Som. Toda a programação é gratuita.

A Mostra Itinerante de Cinema Independente (CINE INDI) chega a 3ª edição em 2022.  Promovida pela Lua Caolha Filmes e Produções, a iniciativa já atendeu 1.400 pessoas nas duas primeiras edições. A programação acontece nos meses de maio, junho e julho e é totalmente gratuita.

Serão realizadas sessões de filmes produzidos e realizados em Chapecó e região em escolas públicas e programas sociais, além de debate com a presença de um dos produtores audiovisuais. O CINE INDI também realizará duas oficinas de realização audiovisual em escolas públicas da rede municipal de ensino de Chapecó.

Nesta edição, o projeto vai além. A programação conta com a apresentação do espetáculo Vozes Vivas, da Cia ContaCausos, no dia 22 de junho, e show com os Irmãos Panarotto no dia 02 de julho. Os espetáculos acontecem no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), no bairro Efapi, em Chapecó.

Nos dias 9, 10 e 11 de julho também acontece o workshop de Desenho de Som com o cineasta e sound designer Rodrigo Ramos. A oficina é voltada a estudantes e profissionais da área audiovisual. Esse projeto foi selecionado pelo Edital Municipal de Fomento e Circulação das Linguagens Artísticas de Chapecó 2020 realizado pela Fundação Cultural da prefeitura de Chapecó.

Acesso ao cinema local

O objetivo das mostras de cinema nas escolas e programas sociais é oportunizar o acesso às produções regionais e promover discussões sobre a realização de cinema independente, bem como as temáticas tratadas nos curta-metragens e documentários.

“Há um cenário favorável ao crescimento e expansão do mercado de audiovisual e cinema em Chapecó. Apesar disso, a circulação e divulgação dos filmes de Chapecó e região ainda é pequena e o público local em geral desconhece estes produtos culturais. A questão das janelas de exibição é crucial para a democratização do cinema”, defende o coordenador do CINE INDI, produtor cultural e cineasta, Zé Boita.

Os locais de circulação dos filmes estão localizados em bairros periféricos e comunidades rurais de maior vulnerabilidade social, os quais têm acesso limitado a atividades culturais e carecem de iniciativas neste sentido. Serão exibidos os filmes A Palhaça Dentro do Espelho (2019), dos diretores Daniela Farina e João Lucas, Kiki – O Ritual da Resistência Kaingang (2012), de Ilka Goldschmidt e Cassemiro Vitorino, Hipopótamo (2020), de Taulan Cesco, Larfiagem (2017), de Gabriela Bresola, e Clareando (2015), de Julherme Pires e Zé Boita.

O projeto propõe, ainda, a realização de oficinas de realização audiovisual às crianças de escolas públicas municipais. Serão contempladas duas instituições de ensino com a intenção de qualificar e fomentar a produção de cinema independente fazendo uso de pouco recurso financeiro. “Os avanços tecnológicos e a popularização de celulares e câmeras digitais tornam mais fácil, mesmo com orçamentos nulos ou baixos, o surgimento de novos produtores e consumidores de audiovisuais”, explica Boita.

Hibridismo: a união das linguagens artísticas

A 3ª edição do projeto fomenta, ainda, o debate sobre hibridismo quando se mistura mais de uma linguagem artística – cinema, música, teatro, literatura, artes visuais – gerando, assim, infinitas possibilidades na criação artística. Por isso, consta em sua programação a peça Vozes Vivas, da Cia ContaCausos, e o show com os Irmãos Panarotto.

As duas apresentações utilizam recursos narrativos no palco que transitam entre as linguagens artísticas. Há alguns anos a Lua Caolha tem se dedicado a produzir e discutir o tema. Até o momento foram produzidos espetáculos em conjunto com a Cia Voeverá, Cia ContaCausos e com o Grupo Vertigem de Ações Poéticas. “O hibridismo na arte extrapola as fronteiras entre as linguagens artísticas. Cria nelas possibilidades de movimento, de expansão narrativa para os artistas e de novos sentidos no público”, argumenta o coordenador do CINE INDI.

Após as apresentações, haverá um bate-papo sobre com a atriz e produtora cultural Josiane Geroldi, os músicos Roberto Panarotto e Demétrio Panarotto, e o proponente do projeto, Zé Boita.

Workshop

Para finalizar, será realizado também um workshop de Desenho de Som. Trata-se de uma capacitação técnica específica para produtores audiovisuais, artistas, produtores culturais, técnicos de som e estudantes ministrada pelo cineasta e sound designer Rodrigo Ramos. Boita explica que “se tratando de produções de teatro e artes visuais que utilizam linguagens híbridas, perceber e conceber as paisagens sonoras e o som é essencial”.

“O CINE INDI acompanha, debate, instiga e investiga esta tendência no campo da arte e cultura e também forma produtores, técnicos, artistas e outros profissionais para pensarem e atuarem tendo como norte o hibridismo”, explica o produtor.

Programação completa:

Serão exibidos 5 filmes produzidos em Chapecó e região em 11 escolas públicas. Na telinha, os filmes A Palhaça Dentro do Espelho (2019), Kiki – O Ritual da Resistência Kaingang (2012), Hipopótamo (2020), Larfiagem (2017) e Clareando (2015).

Alunos das escolas públicas municipais participarão de duas oficinas de Realização Audiovisual.

22/06: Espetáculo Vozes Vivas, da Cia ContaCausos, no CEU, bairro Efapi, em Chapecó. Evento aberto ao público.

Espetáculo Vozes Vivas, da Cia ContaCausos, integra programação do CINE INDI. Foto Cia Contacausos.

2/07: Show com os Irmãos Panarotto, no CEU, em Chapecó. Evento aberto ao público.

9, 10 e 11 de julho: Workshop de Desenho de Som com o cineasta e sound designer Rodrigo Ramos para estudantes e profissionais do audiovisual.

Duas primeiras edições do projeto contemplou 1.400 alunos de escolas públicas

Espetáculo Vozes Vivas, da Cia ContaCausos, integra programação do CINE INDI

Irmãos Panarotto realizam show gratuito CEU, no bairro Efapi

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