Por Raphael Sanz, Revista Fórum.
A irritação do procurador-geral da República e procurador-geral eleitoral, Augusto Aras, com a operação da PF que fez buscas e apreensões nas propriedades de empresários que endossaram discursos golpistas de Jair Bolsonaro (PL) parece que finalmente tem uma explicação. Segundo informações exclusivas do portal Jota.info, os celulares apreendidos nesta terça-feira (23) durante a operação teriam gravações de trocas de mensagens entre Aras e alguns dos empresários golpistas.
De acordo com as fontes da Polícia Federal, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Ministério Público Federal (MFP), o teor das mensagens traria duras críticas a atuação do ministro Alexandre de Moraes, que acumula ministério no STF com a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ainda haveria comentários sobre a campanha de Bolsonaro nas mensagens que seguem mantidas sob sigilo pela investigação.
A função de Aras como procurador-geral Eleitoral balança diante das supostas conversas com empresários golpistas. A suspeição naturalmente levantada diante dos fatos coloca sua isenção diante dos acontecimentos em uma posição frágil.
Um dos contatos de Aras seria o empresário Meyer Nigri, da empreiteira Tecnisa, citado inclusive com agradecimentos em seu discurso de posse na PGR. Assessores de Aras declararam que o procurador-geral tem amigos no meio empresarial e que então seria normal que mantivesse conversas com eles.
Aras teria se irritado com a operação da PF contra os empresários por atrapalhar um acordo de domesticação dos ímpetos golpistas do presidente Bolsonaro mediante concessão de Alexandre de Moraes para as Forças Armadas na inspeção das urnas eletrônicas. Além disso, Moraes teria comunicado a PGR sobre a operação a menos de 24 horas da sua deflagração.
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