O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (CEBRAPAZ) denuncia nos mais firmes termos mais um episódio no massacre contínuo do povo palestino por Israel. É notória e nem mesmo a mídia hegemônica consegue continuar omitindo a brutalidade desse regime e a gravidade das suas repercussões sobre a vida na Palestina, não só, mas especialmente evidenciadas pelas reiteradas ofensivas militares.
O ano já começou com a intensificação dos ataques por colonos israelenses às comunidades palestinas na Cisjordânia e pelo exército israelense à Faixa de Gaza, as continuadas medidas de “punição coletiva” contra as famílias e lares de pessoas ditas suspeitas por ações de resistência, o encarceramento massivo, a expansão das colônias em território ocupado palestino e as várias outras políticas de apartheid, implementadas inclusive em Jerusalém. Mas nos últimos dias, chocou o mundo o retorno dos ataques aéreos contra o campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, um epicentro da resistência palestina, duas décadas depois de terem sido mundialmente repudiadas ações similares realizadas durante a Segunda Intifada (2000-2005).
O campo de refugiados de Jenin, estabelecido em 1953 para abrigar palestinos expulsos de outros locais por milícias sionistas, é densamente habitado, de acordo com a agência responsável da ONU, UNRWA, por 23.628 pessoas (33,33/Km2). Trata-se de mais um local protegido tornado alvo de uma extensa ofensiva militar israelense que mobiliza mais de 1.000 soldados, de acordo com meios internacionais, com uma incursão terrestre iniciada na segunda-feira (3).
O sério impacto dessa escalada sobre a população local é amplamente denunciado. Além disso, notícias desta manhã de quarta-feira (5) dão conta de 12 palestinos mortos pelas forças israelenses em apenas dois dias. Mais relatos informam de outras incursões pela Cisjordânia com a detenção e ferimento de vários palestinos, inclusive em protestos contra a ofensiva a Jenin. Na terça-feira (4) foram detidas 20 pessoas, num total de 4.000 detidos neste primeiro semestre de 2023, segundo a Sociedade de Prisioneiros Palestinos.
Desde a Faixa de Gaza, Jerusalém, a Cisjordânia, os campos de refugiados e a diáspora, os palestinos têm apelado ao mundo que detenha Israel no seu curso genocida, responsabilize a sua liderança e finalmente encerre uma ocupação militar que dura quase seis décadas e que se tornou permanente, superando assim o estipulado por uma norma internacional já questionável.
A ocupação tem assegurado a expansão colonial por Israel e a liquidação do direito do povo palestino à autodeterminação, diante da impotência das Nações Unidas e graças à cumplicidade das potências imperialistas, encabeçadas pelos Estados Unidos e a União Europeia. Portanto, a resistência palestina, embora criminalizada por Israel e vilipendiada pelos seus aliados, é para além de um direito reconhecido pela ONU uma ação de sobrevivência, provocada pela ocupação militar, a colonização e o regime de apartheid de Israel.
Qualquer compromisso com a paz na região deve ser assente no fim imediato deste regime.
Palestina Livre, Já!
Pela Direção Nacional do CEBRAPAZ,
Jamil Murad
Presidente do CEBRAPAZ
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