Por Plinio Teodoro
A pandemia do coronavírus aliada à política neoliberal iniciado com Michel Temer e aprofundada com Jair Bolsonaro e Paulo Guedes jogou a economia brasileira no precipício.
Divulgado nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,31%, o menor índice desde agosto de 1998 (-0,51%) e a segunda maior queda desde o início da série histórica, em 1980.
A inflação negativa sinaliza a entrada do país em uma crise econômica sem precedentes, com aumento do desemprego e da desigualdade social, agravados pelas pandemia e pelas políticas neoliberais que jogaram milhões de trabalhadores na informalidade.
A leitura ficou abaixo da mediana das projeções de 34 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo jornal Valor Econômico, de queda de 0,24%. O intervalo das projeções ia de recuo de 0,47% a decréscimo de 0,13%.
Segundo o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram deflação em abril e o maior impacto negativo do mês, -0,54 ponto percentual, veio do grupo Transportes (-2,66%). A segunda contribuição negativa mais intensa (-0,05 p.p.) veio dos Artigos de residência (-1,37%), cuja queda foi mais intensa que a registrada em março (-1,08%).
As altas se deram no consumo de famílias, com alimentação e bebidas (1,79%). Além dos alimentos, o setor de vestuário foi o único a ficar no positivo, com 0,21%.
A queda no grupo dos Transportes (-2,66%) deve-se sobretudo ao recuo observado nos preços dos combustíveis (-9,59%), em particular da gasolina (-9,31%), que apresentou o maior impacto individual negativo no índice do mês (-0,47 p.p.).
