Por Luisa Fragão.
A corrida pela imunização contra a Covid-19 no Brasil evidenciou a fragilidade do sistema de vacinação nacional. Enquanto apenas dois institutos são responsáveis pela fabricação dos imunizantes para o Sistema Único de Saúde (SUS), o país possui cerca de 30 fábricas para vacina veterinária.
A maioria dessas fábricas estão no Sudeste do país e já garantiram um faturamento de cerca de R$ 6,5 bilhões ao setor farmacêutico veterinário. A informação é da BBC Brasil.
Em relação aos imunizantes para humanos, o Brasil tinha pelo menos cinco institutos capazes de produzir vacinas na década de 1980. Atualmente, no entanto, há apenas dois em operação: Bio-Manguinhos, da Fiocruz, e o Instituto Butantan.
A indústria de pesquisa em vacinas no Brasil começou a declinar a partir da década de 1990, com a abertura comercial promovida pelo então presidente Fernando Collor. O país passou a permitir a entrada de produtos importados e muitas indústrias brasileiras não resistiram. Enquanto isso, China e Índia decolaram como grandes produtores de insumos farmacêuticos.
Com isso, enquanto o Brasil depende da importação da grande maioria das vacinas usadas pelo SUS, mais de 90% das utilizadas em gado são fabricadas no país, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).