Por Maria Fernanda Garcia.
(Matéria de janeiro 2019). Segundo dados de uma pesquisa divulgada no fim do ano passado pelo Instituto Ipsos, os brasileiros são os que mais acreditam em fake news (notícias falsas) no mundo.
De acordo com o estudo, no Brasil, 62% dos entrevistados admitiram já ter acreditado em alguma notícia falsa. Os outros países onde mais entrevistados já foram enganados pelas fake news foram Arábia Saudita (58%), Coreia do Sul (58%), Peru (57%) e Espanha (57%). Na contramão, vieram os italianos. Apenas 29% deles declaram já ter acreditado em uma notícia falsa.
A pesquisa, feita entre junho e julho de 2018, ouviu 19.243 pessoas em 27 países e revelou que 58% dos consultados se acham capazes de identificar as fake news.
Nas últimas eleições brasileiras, a questão das notícias falsas foi bastante discutida. A ex-presidente da Costa Rica Laura Chinchilla, chefe da missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Brasil, chegou a declarar na época que o uso do WhatsApp para disseminação de notícias falsas na eleição brasileira era um caso “sem precedentes”.
“O fenômeno que temos visto no Brasil talvez não tenha precedentes fundamentalmente por uma razão. No caso do Brasil, estão usando redes privadas, que é o WhatsApp. É uma rede que apresenta muitas complexidades para que as autoridades possam acessar e realizar investigações”, disse Chinchilla durante o segundo turno das eleições.
Para tentar resolver o problema, o WhatsApp anunciou agora em janeiro que vai restringir para cinco o número de pessoas ou grupos para as quais uma mensagem pode ser reenviada, em uma tentativa e combater a disseminação de notícias falsas entre os usuários do aplicativo.