O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou a interlocutores que foi traído pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). De acordo com informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o ex-capitão acredita que a parlamentar fez um acordo com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para retornar às redes sociais e se “livrar” da ameaça de ser presa.
Pessoas próximas a Bolsonaro ressaltaram que o ex-mandatário teve a certeza da “traição” no dia 6 de fevereiro, quando leu a notícia de que Moraes tinha permitido que Zambelli reativasse suas redes. Eles também classificaram as falas como “paranoias”.
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Em entrevista à Folha de S.Paulo, a bolsonarista reforçou a desconfiança do ex-chefe do Executivo. Ela disse que agora sua prioridade não é mais defender Bolsonaro, mas atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Eu tinha o papel de defender Bolsonaro e o governo, qualquer um que os atacasse tinha que virar um alvo meu. Nesta legislatura, Bolsonaro não é mais presidente, então nosso alvo tem que ser Lula, seus feitos e desfeitos”, afirmou.
Zambelli também admitiu que partiu dela a iniciativa de lançar uma ponte de diálogo com Moraes. A parlamentar ainda ressaltou que agora é contra o impeachment do magistrado: “Liguei [para Alexandre de Moraes] e mandei um e-mail. Alguns dias depois, minha rede foi devolvida, pode ter sido um gesto. Estou à disposição dele para conversar”.
“Bolsonaro não ganhando, a gente tem que virar a chave. Qualquer impeachment no STF, o substituto vai ser indicado por Lula. Pode entrar uma pessoa que faça as maldades do Alexandre de Moraes parecerem uma criança chupando picolé”, afirmou. “A gente está em outro patamar, agora não é hora de bater no STF, não é hora de fazer manifestação”.