Bolsonaristas usam escolas paramilitares para doutrinar crianças

Bolsonaristas miram crianças e adolescentes através de academias com cunho paramilitar para expandir doutrinação. Foto: Reprodução

Por Vanessa Lippelt.

Na Berlim de 1931, a doce voz de um jovem alemão, adolescente ainda, irrompe entoando a canção “O amanhã pertence a mim” cujos versos dizem “o sol no prado é quente de verão | O cervo na floresta corre livre | Mas reúnam-se para saudar a tempestade | O amanhã pertence a mim”. A câmera desce lentamente do rosto pueril em direção ao braço do rapaz que enverga uma braçadeira onde, subitamente, surge a suástica. A partir de então, a canção evolui, tornando-se vigorosa, furiosa, com outros jovens e adultos se juntando ao, outrora, adorável adolescente que ergue o braço adiante em saudação nazista.

A cena acima, parte do musical Cabaret, de 1973, dirigido por Bob Fosse, retrata como o nazismo aliciou o espírito inocente de jovens alemães e perverteu-os, através do Deutsches Jungvolk e da Juventude Hitlerista, em soldados assassinos cujas almas foram arrebatadas por Hitler. O ultranacionalismo deveria ter seu futuro assegurado através da doutrinação de crianças e adolescentes, afinal, o amanhã pertence aos jovens. “Agora pátria, pátria, mostre-nos o sinal, seus filhos esperaram para ver.”

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