Blumenau, uma cidade sem alma

Por Sally Satler.*

Antes que muitos levantem seus cajados e atirem pedras, tenho a dizer que o título que leva esse artigo não foi dito por mim. Foi por um francês, que trabalhou por muitos anos na Alemanha, mas hoje mora na fronteira com a Suíça e esteve aqui na cidade no início deste ano (janeiro/2013). Veio até Blumenau a convite de uma amiga; e, passeando por aqui, disse que não entendia o porquê dessa paranóia da cultura alemã – se a essência dessa cultura vem sendo demolida e arrancada. Perguntou também onde estariam os jardins, as praças, os parques, as sombras e as árvores da cidade. Ao visitar a Vila Germânica, questionou porque Blumenau quer ser algo que ela não é.

As perguntas são difíceis de responder, mas foram essas as questões que me motivaram a escrever esse artigo.

Blumenau - uma cidade sem alma  - enxameloide
Enxamelóide Blumenauense. Foto: divulgação

 Fazendo uma breve análise do cotidiano blumenauense, fica difícil dizer que ele não tenha razão. Blumenau enche a boca de orgulho pra dizer que tem famosos eventos turísticos regados a cerveja e chopp, mas parece não ter muita sede de cultura, arte ou mesmo de lazer, que não seja aquele amortecido pelo álcool. Os investimentos públicos em arte e cultura na cidade ainda andam a passos lentos e dormentes. A maior parte dos incentivos são dados para manter uma hegemonia da identidade alemã, que já não se justifica mais dentre tantas outras. Sem falar nos empresários blumenauenses, que não contribuem sequer pela lei de mecenato, mesmo não lhes causando qualquer prejuízo financeiro, eis apenas direciona os impostos para atividades culturais da sua cidade.

E o que dizer das atividades de lazer? Numa enquete feita por um jornal local, ao perguntar ao leitor blumenauense se concordava com a rota de lazer todos os domingos, a quantidade de resposta ‘sim’ venceu por 62%, mas me assusta saber que 38% não concordavam. É que aqui uma boa parte do povo entende que atividade de lazer não pode atrapalhar a rotina de trabalho, o trânsito de veículos e que já está bom demais dar algumas voltinhas de carro nos shoppings. E muita fluoxetina para parecer feliz!

Na nossa cidade, as prioridades são os incentivos à construção de shoppings que não trazem qualidade de vida, mas geram ainda mais consumo; são as abarrotadas construções de prédios no centro e de pontes e mais pontes para desafogar o trânsito – mas que vai estimular a compra de veículos e entupir ainda mais o nosso centro urbano; não só de carros, mas também de água, muita lama e esgoto com qualquer chuvinha que cair. Os passeios públicos se restringem às calçadas, muitas delas mal feitas, estreitas e com buracos, sem esquecer que a obrigação de cuidar desse espaço é do proprietário, o mesmo que também reclama dos buracos nas ruas (o governo reflete o povo e o povo reflete o governo).

Mas o atraso e a cegueira por um punhado de dinheiro é tanta, que não se percebem os exemplos de mudança em outros mundos: cidades como Boston já estão retirando viadutos e em seu lugar colocando parques. Em Nova Iorque e Londres, estão fechando ruas para os carros, priorizando os espaços para passeios públicos. Na Alemanha, foi projetada a construção da primeira rodovia de uso exclusivo para o trânsito de bicicletas. No Rio de Janeiro, estão construindo túneis para interligar bairros e todos eles prevêem ciclovias seguras. Mas em Blumenau, para manter áreas verdes e os espaços mais humanizados, priorizar áreas para o lazer e construir ciclovias, o discurso sempre foi a falta de recursos. Mas verbas pra construção de novas pontes… sempre tem.

Também não se cogita implementar alternativas voltadas à restrição do uso indiscriminado de veículos na região central, como já vem ocorrendo em muitos países e cidades. Em Londres, Milão, Estocolmo, Sydney, Cingapura e Santiago, por exemplo, a circulação na região central é taxada (pedágio) e o dinheiro é revertido em investimentos no transporte coletivo barato e constante. Em alguns desses lugares foram feitos bolsões de estacionamento fora da cidade e quem estaciona ali paga preços módicos e ganha a passagem de ida e volta ao centro.

Americanos e europeus estão aprendendo a viver sem carro: em Manhattan, não há mais estacionamentos; em Munique (Alemanha), novos prédios só podem ser construídos SEM garagem. Medidas como essas têm estimulado investimentos em transporte público de qualidade. Mas aqui, insistimos num projeto de progresso atrelado a prédios com 2, 3 até 4 vagas de estacionamento por apto, pontes, viadutos e tudo SEM investir em transporte público de qualidade – ideias de um passado já condenado, mas que vence pelo temor de perder apoio financeiro e votos nas eleições, aliado ao imenso lobby das montadoras.

nova iorque novos passeios públicos

Em Nova Iorque, projeto prevê redução do espaço para automóveis e aumentos dos passeios

públicos, com mais espaços para pedestres e inclusive para mesas de restaurantes e cafés.

Fonte: http://vadebici.wordpress.com/

nova iorque times square ciclovia

De novo em Nova Iorque, em plena Times Square, espaço removido dos automóveis e transformado em ciclovia.

Fonte: http://vadebici.wordpress.com/

com ciclovia londres2

 No bairro Hackney, em Londres, rua é fechada para carros e transformada em ciclovia, sem alteração nenhuma na estrutura, apenas instalando barreiras para os carros.

Fonte: http://vadebici.wordpress.com/

Além disso, o nosso turismo não vive de mostrar a cidade real cotidiana. Atração turística, aqui, são aquelas criadas especificamente para iludir os turistas, maquiando Blumenau de cidade ‘alemã’. Gastaram horrores com a criação de uma ‘vila germânica’ de mentirinha, e no centro já deram incentivos fiscais para quem fizesse a montagem daqueles enxaimelóides para ingleses e tantos outros verem… a nossa cultura alemã de plástico. Mas não se interessaram em preservar seu patrimônio histórico: as casas antigas pouco a pouco foram demolidas na calada das noites, sob o silêncio e a conivência daqueles que deveriam impedir. Não conseguem perceber que o turismo interessante é aquele que mostra o dia a dia da cidade original: como em Ouro Preto, Mariana e Recife antigo, com seu conjunto arquitetônico preservado; o Rio de Janeiro com suas casas da Lapa e Santa Teresa; em Porto Alegre com seus prédios antigos e tantos outros lugares da Europa.

Pra dizer que a cidade tem ‘parques’, construíram espaços com pouco mais de meia dúzia de árvores e o maior deles tem até lagoa artificial. Pra dizer que a cidade tem ciclofaixas, pintaram algumas calçadas de vermelho, disputando o escasso espaço com os pedestres (e não evitando os atropelamentos).

E assim a cidade vai sendo maquiada e plastificada, buscando uma ‘bela’ aparência, tal como a socialite e suas infindáveis plásticas com um resultado tão artificial que muitas vezes beira ao monstruoso. Investe-se na vaidade da aparência e abandona-se a originalidade da cidade. Deixa-se à míngua os grupos de teatro e arte, mas não sem exaltar o pioneirismo de Roese Gaertner. Exalta-se um passado, mas se perde no presente. Lendo esses dias uma breve passagem do prólogo de ‘O último leitor’, de Ricardo Piglia, um trecho invariavelmente me fez lembrar Blumenau: ‘A diminuta cidade é como uma moeda grega submersa a brilhar sobre o leito de um rio à última luz da tarde. Não representa nada, somente o que se perdeu. Está ali, fechada, mas fora do tempo, e possui a condição da arte; desgasta-se, não envelhece, foi feita como um objeto precioso que comanda o intercâmbio e a riqueza.’ Nossa cidade está num limbo: num passado-cenário, com ares de modernidade.

Blumenau não consegue perceber que uma cidade só é boa para o turista se for boa para o seu cidadão. Que as áreas verdes e espaços de mobilidade mais humanizados, são elementos cruciais para a boa qualidade de vida e para tornar a cidade mais agradável para se viver, ainda que dentro de um ambiente extremamente artificial que já se transformou.

Ainda temos tempo de reverter esse ‘crescimento’ de prédios centrais, asfalto, pontes, viadutos e concreto. Mas depende de nós, cidadãos, exigir qualidade de vida e recuperar um pouco a alma de Blumenau. Precisamos ter mais envolvimento com movimentos, coletivos e entidades voltadas a essas prioridades. Como bem disse minha amiga, a jornalista Marta Raldes: “Vamos assumir responsabilidades. Enquanto Blumenau não enxergar ‘um palmo além do bolso’ não compreenderá o significado de representatividade, força política, consciência política, cidadania, mobilização, atitude…. práticas estas imprescindíveis para que algo aconteça. Sem isso, só sai shopping!”

O anônimo estrangeiro, autor do título desse artigo e que sentenciou nosso epitáfio, finalizou suas impressões dizendo que não achou a cidade parecida com nenhum lugar da Europa: achou tudo muito artificial, sem vida, sem cor. Pois então… Será que os cidadãos não conseguem perceber que a cidade há muito tempo perdeu sua alma? Que só conseguem (sobre) viver para o trabalho e seguem a lógica de que tudo que foge à rotina casa-trabalho-shopping-casa não pode e não deve crescer, pois foram treinados para uma servidão voluntária: trabalhar e trabalhar, para consumir e consumir, sem nada refletir.

Mas ainda há tempo de pensar e se articular para mudar. Só que não muito.

você praça acho graça você prédio acho tédio

                                                                                                  Concreto tédio

Tudo acaba em prédio
O terreno
O meu tédio
Em todo canto
Em tudo que sinto
Cimento, concreto
Mais um prédio subindo
Não vou me assustar
Se acordar
E ter um prédio
Em meu lugar
(Fernanda Tatagiba)

* Sally Satler é advogada e procuradora municipal. Entre viagens, fotografias e ciclismo, busca pensar e agir baseada numa perspectiva libertária. Publica sus artigos em http://www.blumenews.com.br/ e http://sallysatler.blogspot.com/

56 COMENTÁRIOS

  1. Conheci Blumenau há 20 anos. Era criador de dogue alemão e conheci algumas pessoas especiais, tão especiais que me disseram: filho isso aqui não é Alemanha , isso aqui é uma caricatura, dita por alemães de 60 anos nascidos na Alemanha na época. E disseram pra mim na época :. Compre um dogue alemão legítimo. Aqui é TD maquiagem…ainda temos bons cães mas logo teremos apenas filhos e netos orgulhosos que nunca irão para a Alemanha, não conheceram a guerra e a história da Alemanha. Esse é apenas um.patwue alemão. Fiquei impressionado e olhei criticamente a cidade e hj após todos esses anos observo que é uma cidade sem oportunidades, sem empregos, ou subempregos, o pobre continua serviçal e os filhos e netos de alemães se orgulham da cidade que inunda, não tem parque , a vila germânica é menor que qualquer praça de alimentação de shopping….comida cara. Difícil pensar em morar em Blumenau. Mas conheci sai Francisco do Sul e bombinhas e meu Deus….que cidades lindas e maravilhosas ….santa Catarina é linda e com.praias belíssimas….você não se arrependerá.

  2. Lixo de texto que fede a recalque.

    E inventou a história do suposto francês, mas pouco importa pois francês atual nem sabe o que é tradição e o que é ser francês.
    Pesquisei quem é a autora das ofensas à cidade e descobri que é uma forasteira esquerdalha…

    Ficou enraivecida com o caráter alemão de Blumenau… ? Será ? Algum motivo o show de agressões tem que ter…

  3. Fiquei muito decepcionado com a cidade. Não tem opção de lazer, cultura e etc, se resume em shoppings muito pequenos e com poucas opções de comida boa. Calçadas péssimas de andar, a cidade tem apenas um parque, isso mesmo UM parque e que não pode levar pet todos os dias, isso se limita a um dia no mês se não me engano. Vou esperar vencer meu contrato de aluguel e vou embora daqui. Estou acostumado em viver em grande centro, com cultura e opção de lazer. A cidade é bem tranquila e segura. Como outras pessoas disseram antes, é uma cidade que serve apenas para trabalhar, só isso.

  4. Nossa quanto comentário preconceituoso. Juan Medina, gente preguiçosa ?? Essa foi demais, pelo contrário, o povo daqui é muito trabalhador. Pior são os comentários de quem mora aqui, e fala mal da cidade, se não gosta daqui é simples, arruma sua mala e vai embora. E quem não gostou de visitar Blumenau, simplesmente não volte mais, a porta da rua é a serventia da casa. Falar mal assim de uma cidade, de um povo, e de sua origem, é ridículo. Eu por exemplo sou de origem alemã. Não conheço a Alemanha, mas meus antepassados ajudaram na fundação da cidade. Isso não me torna melhor, nem pior que ninguém.

  5. Tive o desprazer de passar um tempo na cidade de Blumenau. Realmente é muito ruim, tudo artificial, gente antipática e preguiçosa, arrumam problema com tudo e que acreditam realmente serem europeus. Adoram burocracia e perca de tempo a ponto do cartório te fazer ir lá pessoalmente e pegar fila só para saber o endereço do site deles ai fazem você voltar para casa, imprimir e preencher um requerimento e voltar lá novamente (pegando nova fila) devido a preguiça de imprimirem os requerimentos e deixarem lá – o mesmo acontece com as companhias de água e luz que te obrigam a se deslocar do local que você está após pegar fila para imprimir seu RG ou outro documento em outro local (que não volta troco) e voltar lá novamente pegando nova fila devido a preguiça de tirar uma simples xerox. Trânsito caótico com mão inglesa “por conta própria”, casas despedaçadas e muitas de madeira (exceto em volta da Germânica). Enfim..

  6. Nessa semana, em agosto de 2018, eu visitei Blumenau pela primeira vez. Vinha de balneário Camboriú e de Blumenau parti para São Francisco do Sul. Eu deveria ter ido direto pra São Chico. Foi uma grande perda de tempo. Tudo artificial. Nenhum atrativo . Não tem pra onde ir. 2:30 da tarde não se consegue almoçar. Estou até agora sem entender a lógica daquela vila germânica (lá até tinha comida, mas tudo com preço bem extorsivo). Eu esperava mais. Na xv de novembro a mesma coisa . Acho que os turistas de outubro de Blumenau estão entorpecidos ao ponto de achar aquilo uma maravilha. Eu fui e voltei sóbrio. Vim de São Paulo e me senti no centro de santo André. Não viajei 500 km pra visitar uma cidade grande e cheia dos problemas de São Paulo. Nem em balneário Camboriú, que é assumidamente desenvolvida, existe o caos de Blumenau. O texto permanece atual. Não pretendo voltar. A cidade não dá ao turista aquilo que ele ouve falar por aí. Cada turista frustrado que sai da cidade, são 10…20…50 turistas em potencial que a cidade perde. O boca a boca pro lado ruim se espalha mais. Já Balneário Camboriú eu recomendo a qualquer um. Uma cidade viva. Blumenau precisa reconhecer a sua identidade.

  7. Blumenau é a famosa cidade com um povo que se auto intitula alemão, mas nasceram em solo brasileiro e nunca foram para a Alemanha. Parece até que a Alemanha que pariu figuras como Hitler é um grande país no cenário mundial..

  8. Me mostre o Nirvana na terra e eu te farei feliz. Crítica de quem não está bem com a vida é só olha o lado negativo das coisas.Cure-se.Faça uma lista com vinte virtudes de seu inimigo e serás mais feliz.Sobre o francês em questão esqueceu que sua terra linda detonou nosso lindo planeta com as explosões nucleares no atol de Mururoa e mandou o Aiatolah Khomeini que vivia na França de volta para o Irã para começar a revolução islâmica que está destruindo a humanidade. Ainda bem que Blumenau sem alma está longe do paraíso francês. Namastê e Prosit. Vive lá diferénce! !!

  9. Infelizmente não é só Blumenau sem alma, é todo Brasil. Temos aí a possibilidade da cura de um câncer e pergunta quem pegou esta bandeira para estudar e saber se podemos dar condições melhores de vida para um doente! É um brasileiro que descobriu, mas os brasileiros não são inteligentes, só o resto do mundo, nós mesmo distruimos e menosprezamos a nós mesmo!! Inteligente são os outros, almados são os outros. É pior acreditar num papo furado de um Alemão que nem vive na Alemanha! Me poupe!!

  10. Se tivesse colocado “libertária” no começo do texto, nos pouparia de ler a velha ladainha esquerdista. Pois bem, vamos comparar o seguinte:

    Vamos adotar a retificação do rios e canalização de córregos que vários desses lugares citados no texto adotaram. Não pode: a FAEMA não deixa.

    Vamos desapropriar as favelas e recolocar os moradores dessas áreas em bairros planejados e bem servidos de estrutura de saneamento e transporte?

    Vamos exigir dos proprietários o zelo com as calçadas? Ah, não deu né? O dr. fulano de tal tem muitos terrenos e gastaria uma fortuna. Deixa assim mesmo!

    Blumenau é uma piada. A cidade não tinha esgoto até cinco anos atrás e querem falar de cultura? Vão virar uma cidade com “c” maiúsculo antes de querer falar de “humanizar” e outras besteiras. Aí é roça.

  11. Sou pesquisador, stricto-sensu, e gostaria de expressar alguns comentários:
    Para que se tenham mais praças, mais áreas verdes bem cuidadas é preciso investimento, como mão de obra qualificada para que se cuidem destes espaços (dentre tantos outros aspectos que estão diretamente ligados a QUALIDADE DE VIDA URBANA), porem o que poucos sabem é que várias administrações não cobram taxas (impostos) para manutenção destas, e isso constitui renúncia de receita. Você participa de alguma associação, como a de moradores, por exemplo? Como você cobra seus direitos? E como você ajuda na limpeza da sua rua? Ou cuida somente do seu quintal? Já sei! Isto é trabalho do gari, ou do pobrezinho que ganha hum salário mínimo.
    Construções como pontes, impermeabilização de ruas, avenidas (asfaltamento) tem verbas específicas, com vários programas governamentais aplicados a isto.
    O que quero dizer é que antes de se utilizar tanto senso comum, é preciso buscar fontes confiáveis. Generalização também pode ser considerada como um atestado de ignorância.
    Sim, deveriam haver mais investimentos relacionados a questão de qualidade de vida e urbana, porem a mesma carga que recai sobre as administrações municipais em trabalhar pela população, recai proporcionalmente sobre a população em cobrar seus direitos!
    Dizer que uma cidade tem ou não alma é uma grave acusação, que fere e muito o direito de preservação da cultura e da história.
    A alma de uma cidade se constrói com o tempo, e é no presente que se constrói, porem ainda estamos escrevendo a história, e não lendo.
    A chamada falsificação do patrimônio também é algo grave, porem o que a população está fazendo quanto a isto? Ou melhor, o que a população realmente pensa sobre?
    O problema é que muitos pesquisadores/críticos levam em consideração apenas a sua percepção, e esquecem-se de que há outros em seu redor.

  12. Em primeiro lugar, devo confessar que encontrei este site procurando por críticas NEGATIVAS sobre Blumenau, já que em tudo que tinha lido só falavam das qualidades da cidade.
    Fico feliz em ver que suas críticas estão próximas dos habitantes das cidades da Europa. Ao se viver em uma cidade, é natural que se preste atenção naquilo que deve ser melhorado.
    Realidade bem diferente de um morador do Rio de Janeiro, como eu. 🙁

  13. Cidade boa, é a que você levanta pala manhã toma um café preto passado em coador de pano, vai trabalhar e volta. Se a paz não estiver no teu interior todo o resto é compulsivamente ruim. O resto é viadagem de quem busca paz com uma alma desassossegada.

  14. Eu fico estarrecido quando ouço pessoas falarem que adoram Blumenau — o que está implícito morar e viver aqui.

    Não vou negar os fatos. A cidade é limpa, segura, tem uma oferta de empregos considerável, aluguel, suportável, mas… o povo daqui. Arghhhhh!

    Tem o forte regionalismo. Os blumenauenses se apregoam “donos da verdade”. Que verdade? rsrs.

    São arbitrários — autoritários — “frios” (abaixo da crítica) — mal educados (já viram como os clientes são tratados nos estabelecimentos comerciais?)

    Como os motoristas de ônibus dirigem? como as pessoas que te conhecem te ignoram em lugares públicos? (?!) a comunicação distante, desprovida de afetividade? Sofrível… Os relacionamentos interpessoais burocratizados e distanciados.

    Um isolamento e uma fria neutralidade, indiferença e ausência de bom humor que pode ser observável na maioria das relações interpessoais. Isto chega a indignar em muitas situações.

    Um individualismo extremado — um culto ao que se parece e não ao que se é (?) uma empáfia…

    Ausência de relacionamentos genuínos, verdadeiramente, humanos, amigos. O desprezo à emoção, o apego ao formalismo dificulta a aproximação entre as pessoas…

    Um ambiente social em que a acentuada disciplina e normatização, embrutece os contatos… Isto tende a sufocar os espaços criativos e as oportunidades de expressão da subjetividade humana…

    O extremo apego à noção de ordem e organização, o constante desejo de regramento, institucionalização e controle geram a impressão desconfortável de que somos controlados, o tempo todo, por uma estrutura invisível, como se fôssemos suspeitos de algo e tivéssemos que comprovar, de antemão, que nós, os brasileiros de outras regiões, não somos “maus”, bandidos, imorais,“preguiçosos” ou “indisciplinados”.

    Obviamente, Blumenau já tem seus argumentos idiossincráticos — institucionalizados, para explicar seu jeito de ser: a cultura “alemã”.

    Por fim é isto.

    Blumenau contém a “Visão em Paralaxe”, do filósofo esloveno Slavoj Zizek, que exemplifica com propriedade como é Blumenau: a partir da noção de paralaxe – um efeito de aparente deslocamento do objeto observado devido à modificação na posição do observador.

    A noção de lacuna paraláctica é a chave que nos permite discernir seu núcleo subversivo. Nas cidades brasileiras, enfrentamos um paradoxo básico: enquanto muitas praticam, espontaneamente, a dialética materialista, em termos filosóficos muitas delas oscilam entre o materialismo mecânico e o obscurantismo idealista (Blumenau).

    É essa lacuna paraláctica que também explica as duas dimensões irredutíveis da modernidade: a “política” é a lógica da dominação, do controle regulador (“biopolítica”, “mundo administrado”); a “econômica” é a lógica da integração incessante do excedente, da “desterritorialização” constante.

    A resistência à dominação política refere-se ao elemento “supranumerário”, que não pode ser explicado nos termos da ordem política; mas, como formular a resistência à lógica econômica da reprodução-pelo-excesso? (não podemos esquecer que esse excesso é estritamente correlato ao próprio excesso de poder, além, de sua função representativa “oficial”.)

    Pois é. Peguei pesado? Peguei, não é? Sinto muito. Tenho amigos alemães (que vivem, na Alemanha) que são muito mais flexíveis, amigos, alegres, solidários do que os alemães (?!) de Blumenau.

    Talvez, este meu olhar tão crítico e por vezes preconceituoso seja pelo fato de eu ter vivido em lugares mais liberais, democráticos, expansivos, lúdicos, bem humorados.

    Blumenau é para se trabalhar… trabalhar e deu! rsrs.

    Reinaldo Müller

  15. Estou morando em Blumenau a cerca de um ano. Sempre ouvi de amigos catarinenses que aqui era o melhor lugar do Brasil entre outros elogios.
    Mas na realidade, para quem gosta de sossego, só sair de vez em quando pra comer uma pizza ou beber um chopp, realmente é uma cidade boa. Mas para mim que estava acostumado a todo fim de semana ter um evento diferente, sair pelmanhã e ir para o Japão (bairro da Liberdade), de lá dar um pulo na Itália (Mooca), fazer um passeio pela história na estrada velha de Santos, andar de bonde na baixada, ver dezenas de shows sem pagar um centavo, exposições, cinema. Enfim, lá eu tinha um leque gigante de possibilidades, em 25 anos de vida ainda não tinha visto nem metade do que o estado tinha a oferecer. Já por aqui sinto falta de passeios mais alternativos. Dos festivais com dezenas de bandas de Rock, dos festivais orientais. É um bom lugar para turismo, mas para viver, eu não gostei.
    Mas como sempre digo, é tudo questão de ponto de vista. Eu cresci em meio ao caos da maior cidade do país, então é disso que eu gosto, da agitação, de tudo gigante. Já uma pessoa que nasceu aqui deve ver minha cidade natal como uma amostra grátis do inferno.

  16. Esqueci do principal, quem quer sair num barzinho mais ou menos, comer um lanche fora, essas coisas, se prepare, NAO VALE O QUE COBRAM, é tudo caríssimo e poucos se salvam na qualidade, qualquer X-Salada furéco querem cobrar 14 reais, cachorro quente 10 reais, pastel 6 reais, um churro na beira da estrada 4 reais, assim não da nem graça. O custo pra quem quer sair um pouco da rotina aqui é alto demais, primeiro que pra chegar em um lugar que em linha reta daria 2 KM de carro você precisa percorrer 20km pegando mao única daqui, retorno dali, e depois que chegou no destino ainda precisa pagar 5 reais pra estacionar o carro e comer um lanche caríssimo que não valeria nem metade do que pedem! isso é só um exemplo ok! mas é a realidade.

    • caro alex volte para o oeste, pague os mesmos valores, ganhe uns 900,
      e viva bem. ah aqui quase nao tem mao unica, mais facil. eu morro aqui no oeste a 25 anos nao desprezo nenhuma vila ou cidade, mas nenhuma nunca vai chegar aos pes de Blumenau.

      • saulo

        amigos vcs estão discutindo coisas de fácil resolução, pois morro em sampa, o que tenho a dizer que Blumenau em comparação a sp é Londres, são Paulo foi invadida e não tem mais jeito muitos migrarão pra cá e super. lotou a cidade o estado inteiro desorganizadamente,salve algumas cidades do interior que não ira demorar muito para sofrer do mesmo mau,tirando a falta de agua,
        resumindo; qualquer cidade de sc esta melhor que sampa, explico porque;sc tem a oportunidade de tirar de exemplo SP,RJ como não fazer pois esta em crescimento,SP,RJ já não tem como crescer .
        só minha opinião.

  17. Assim, estou morando em Blumenau a 2 meses, e posso dizer uma coisa, essa cidade é HORRIVEL! eu vim de uma cidade pequena, atraído por tudo o que o povo falava daqui, mas sinceramente, é puro sensacionalismo, pois como foi dito, a cidade é MAQUIADA. Começando, a sinalização aqui é péssima, quem não conhece a cidade, se perde completamente na certa, (um primo meu veio aqui fazer uma visita, e prometeu que aqui não pisa mais por esse motivo) fora que é cheio de mao única que força as pessoas a conhecerem a cidade minuciosamente para poderem se deslocar, já que a sinalização não ajuda muito, outra coisa é o povo daqui, eu venho de uma cidade do oeste do estado, e garanto que a cidade é 10 vezes mais receptiva e acolhedora, fora a cultura alemã que la realmente é praticada, e não maquiada. O povo natural daqui, em sua grande maioria, é arrogante, sim ARROGANTE, pessoas gentis que conheci nesses 2 meses em Blumenau, não são daqui! Desculpem aos que são Blumenauenses natos e não se encaixam nessa maioria e estão lendo isso aqui, mas isso é FATO. Outra coisa, essa cidade não tem arvores, a sim, vao dizer que ela é muito verde olhando de cima, claro, nos morros onde não da pra construir nada é mato sim, mas na cidade em si, é uma M….., praças com grama até no joelho, poucos locais de lazer, paisagismo da cidade um lixo. Outra coisa que me faz me arrepender muito de ter vindo para ca é a falta de boas calçadas para fazer uma caminhada, ciclovias que prestem e estradas descentes, pois quem quiser fazer uma caminhada aqui, precisa cuidar para não quebrar uma perna, caindo em algum buraco, não adianta o centro ser bonitinho, se 90% da cidade é um lixo, teria muita coisa ainda para descrever, incluindo transporte publico que é precário, velho e desorganizado, infraestrutura, etc, mas não adianta falar tudo, as coisas precisam mudar URGENTE, só vou esperar vencer meu contrato aqui e TCHAU BLUMENAU, com certeza vai ter gente achando que isso que escrevi é tudo barbaridade, mas quem já morou em alguma cidade realmente descente e veio para ca achando que ia ser melhor vai concordar com o que estou falando.

    • Fiquei muito decepcionado com a cidade. Não tem opção de lazer, cultura e etc, se resume em shoppings muito pequenos e com poucas opções de comida boa. Calçadas péssimas de andar, a cidade tem apenas um parque, isso mesmo UM parque e que não pode levar pet todos os dias, isso se limita a um dia no mês se não me engano. Vou esperar vencer meu contrato de aluguel e vou embora daqui. Estou acostumado em viver em grande centro, com cultura e opção de lazer. A cidade é bem tranquila e segura. Como outras pessoas disseram antes, é uma cidade que serve apenas para trabalhar, só isso.

  18. Sempre achei que Blumenau vive de um passado que não existe.
    Começando pela excessiva necessidade que se tem que atolar o centro de obras para mostrar ao turista que temos uma cultura germânica e esquecendo de colocar obras importantes nos bairros, mascarando a qualidade de vida da população com pracinhas!
    A rua XV de novembro no centro da cidade deveria ser sim um enorme calçadão. Chega de carro no centro. Pontes. Ruas e obras viárias só aumentam o fluxo de carros ao invés de melhorar. Bike nem se fala. Pedalo muito durante a semana de noite e sempre escapo de um motorista que não respeita ciclista, e pedestre que ainda não se ligou que o ladrilho vermelho é ciclofaixa, modelo copiado das cidades alemãs.
    O mundo tem muito a oferecer sim. Já morei fora daqui e todo mundo que já esteve morando fora de Blumenau sabe que todo mundo aqui acha que o seu umbigo é o centro do mundo!

  19. O quê mais me irrita ao ler um texto como esse são as comparações sem nenhum sentido. Querer comparar Blumenau a cidades como NY, Londres e Boston é simplesmente ridículo, não existe coerência ao fazer uma comparação como essa. Não podemos esquecer que nossa cidade faz parte de um país subdesenvolvido e tem apenas 300 mil habitantes, e é com cidades que tenham os mesmos parâmetros que devemos comparar. Cidades como NY, Londres e Boston, devem ser tomadas como exemplos e não como comparativos. Enfim, se continuarmos tomando cidades de primeiro mundo, que diga-se de passagem são muito diferentes da nossa, como comparativo, vamos viver para todo sempre numa cidade “sem alma”.

    • Lucas, a resposta a esse seu comentário está no comentário meu, logo acima do seu, especialmente nos primeiros parágrafos.
      “Sally Satler – 24/08/2013 at 17:56”

  20. Pessoas,

    Agradeço desde já a todos pela leitura e o debate proposto com esse artigo! Foram muitos os retornos, inclusive no meu blog e nas redes sociais. Vou tentar responder alguns pontos levantados por vocês aqui no portal desacato:

    Primeiro, eu destaco que as comparações que fiz no texto com outras cidades, especialmente aquelas da Europa, foi pra mostrar que Blumenau não o que ‘vende’ como cidade europeia (especialmente os seus jardins, praças, ciclovias, preservação de patrimônio histórico), como sempre quis se dizer e vender para turistas e até para seus moradores. E mostrando exemplos das grandes cidades, só demonstra o quanto é possível e mais fácil uma pequena cidade mudar (Blumenau possui 330 mil habitantes). Se as grandes cidades tem chance de reverter o crescimento desordenado, imagina uma cidade como Blumenau, que tem a chance de seguir exemplos bem sucedidos, ao invés de seguir o caminho de shoppings e mais shoppings, transporte público de má qualidade, trânsito caótico e desigualdade social.

    E longe de dizer que os problemas relacionados no texto pertencem somente à Blumenau ou Brasil, só que nem por isso devemos colocá-los para debaixo do tapete (com o perdão do trocadilho) e ficar apontando para as outras cidades, deixando tudo como está.

    Não sou jornalista, mas como advogada, gosto sempre de escrever buscando fontes confiáveis. O pedágio urbano cobrado em Sydney, como outras cidades citadas, eu peguei desses sites: http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/995
    http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?id=1289200&tit=Pedagio-urbano-1

    Criticar a própria casa e se envolver com movimentos para que a cidade se torne mais humana é exercício de cidadania. Deveria ser passatempo favorito da classe média brasileira também, quem sabe assim não teríamos, nós todos, melhor qualidade de vida!

    Sem dúvidas que muitos dos que nasceram ou moram em Blumenau não contribuem para esse avanço desordenado da cidade, lutam por qualidade de vida e sustentabilidade, nadando contra a maré (acho que essa é a alma que nos resta da cidade). Portanto, nem devem se ofender com o texto, e nem aqueles que pensam diferente de mim.

    Vale destacar, ainda, que sou ciclista em Blumenau, e é muito bom subir alguns morros de vez em quando. Uma delícia partir de bike do centro para o Garcia em direção a Nova Rússia, ou para o bairro Velha, chegando até Indaial; ou ainda ir até o bairro Água Verde. Quem diz que não dá pra andar de bike em Blumenau, nunca pedalou por lá ou não conhece de verdade a cidade. Aliás, quem só anda de carro, não sabe o que tá perdendo, pois não conhece e não respira aquela cidade. Temos muitos grupos de pedal em Blumenau, quase todos os dias os grupos saem de diversos pontos da cidade para fazer pedal noturno. Quem tiver interesse, é só entrar no grupo do facebook chamado “Pedala Blumenau” que possui mais de 2000 membros ou então no “Amigos da Bike”, que faz pedais às quintas a noite para iniciantes. Em Blumenau, também temos a ABC Ciclovias, que é a entidade que luta há mais de 30 anos para que se coloquem ciclovias nas ruas centrais e em bairros de Blumenau.

    Não quero que a minha cidade seja do jeito das cidades grandes, caótica e desordenada, como São Paulo ou Rio de Janeiro. Quero que Blumenau perceba que é possível não seguir os péssimos exemplos dessas cidades, só que podemos adotar os seus bons exemplos, como aqueles que relacionei no artigo. Por ser uma cidade de menor ou médio porte, ela ainda tem chance de reverter o caminho do crescimento desordenado e desumano.

    Resta dizer ainda que esse artigo realmente pode ser inútil, se as pessoas não compreenderem que o objetivo dele foi cutucar na própria ferida e que chama as pessoas para pensar e também agir para que nossa cidade se torne mais humana, sustentável e com qualidade de vida.

    Por fim, só tenho a agradecer a todos pela discussão e também concordar com a poesia do leitor Marcos Ladeira:

    Devia ser,
    Menos chopp e mais praças,
    Menos viadutos e mais parques floridos,
    Menos asfalto e mais espaços de bancos sombreados,
    Menos carros e mais bicicletas,
    Menos Bancos e mais bancos,

    menos Blumenau e mais BlumenHaus.

  21. Ridículo o seu texto. A cidade não tem que ser do jeito que as cidades grandes devem ser. Existem cidades que são citadas aqui que possuem problemas também, já esteve em nova York? Já viu os problemas e as partes boas, eu fui la em setembro passado, os metros são feios e sujos, piores que Sao Paulo. Já esteve em Sao Paulo ? Onde você já esteve? Texto infundado e inútil…

    • Fraquinho e sem argumento teu comentário! Você deve ser um Blu-Blu que não desmamou ainda! O povo paulistano sabe o que é vida difícil, e por isso sabe também distinguir o estilo de vida de uma sociedade. fraquinho vc Blu-Blu.

  22. Todas as cidades que você citou tem como forma de relevo a planície, o que facilita o uso da bicicleta. Blumenau é um vale, morros e mais morros. Não rola essa de bike, não. Sinto muito.

  23. Não sou de Blumenau. Não moro em Blumenau. Como turista, fui a Blumenau e achei a cidade sem atrativos, da primeira vez. Tentei uma segunda, e a cidade estava cinza, apesar do sol. A vila germânica me pareceu um shopping programadinho a céu aberto, nada mais. A natureza que resta salva a cidade de ser mais uma massa de construções sem planejamento, como inúmeras no Brasil e talvez em outros lugares do mundo. Mas é uma cidade limpa, o que aliás, é uma característica geral em Santa Catarina.O problema é que o chamado turístico não condiz com o que se encontra, daí talvez a crítica do francês. Pouco importa se nas ruas de Paris a gente encontra cigarro e outras sujeiras. Mas Chartres é Chartres e não uma igrejinha, Torre Eiffel é Torre Eifffel e não uma anteninha e Louvre é Louvre e não uma parede com 3 quadros. Vou voltar a Blumenau sem expectativas e olhar de novo o que é que Blumenau tem de bom e de verdadeiro. Talvez se possa recomeçar apartir daí… e quem sabe a população acorde e resolva simplesmente usar o seu poder de NÂO ESCOLHA para o que é ruim para a cidade e que ESCOLHAM o que é bom e AJAM, em vez de ficar reclamando do governo, do francês e da autora deste artigo bem escrito e cheio de opiniões. Agora falta fazer. Eu não entendo as pessoas que escolhem viver numa cidade e vivem reclamando dela. Então ou mudem de cidade para uma de seu agrado ou façam algo para mudar a cidade. Um monte de gente fazendo pequenas coisas faz uma diferença danada. Boa sorte!

  24. Concordo com Anonimo do dia 22/08 at 22:08: “Blumenau é uma cidade pequena de interior, com os problemas e vantagens de ser uma cidade pequena de interior”. O pessoal que mora nessa cidade não é ciente disso!!! É ciente, e como!, do seu grande poder econômico, da sua capacidade de esforço e de trabalho, do tremendo e “chato” costume de viver indo do trabalho para casa de segundas ate sextas… e de sexta e ate domingo preenchendo o “vazio interior” com cerveja e carne + cerveja e + carne, como se fosse o ultimo dia para comer e beber!!!
    Não são pessoas felizes mesmo rindo o dia tudo!!!
    Não representam o brasileiro comum que o mundo tudo conhece porque copiaram de outros um jeito de ser tentando aparecer como uma grande e maravilhosa cidade, e não desenvolveram o seu próprio jeito (que não é o alemão porque a cidade é brasileira!!! sabendo que os alemães pioneiros já morreram…) a partir da critica, do conhecimento, da reflexão e da humildade para aprender de outras culturas.
    Se Você falar de reflexão vão lhe mandar a trabalhar, porque em Blumenau o lema é: produzir, produzir e produzir!!! Para que? para TER,… para que?… para guardar muito ou para gastar muito!!! Os dois extremos onde o deus dinheiro os leva!! E para comentar pro outros tudo o que tem na poupança ou tudo o que compraram!.
    Se sentem poderosos e ricos e são miseráveis e pobres!!! Mesmo porque não conhecem outros lugares e o modo de vida de outros lugares… se estão perdendo o melhor da vida correndo atrás da maquina se sentindo orgulhosos disso!!!
    Vivem uma vida de aparência e nem sabem que tal condição é algo absurdo!!! Porque fazem do exterior o essencial das suas vidas!!! e esquecem do melhor que o homem possui que é aquilo que é intangível: Deus, a família, os amigos, o tempo dedicado à causas nobres!!!
    Não são cientes da vida que tem e se incomodam se alguém comenta isso!!! Cheios de insatisfação e levados pelo deus dinheiro são pressa fácil do consumismo e os gastos supérfluos.
    Na sua grande maioria tem mania de ser empresários ou de possuir cargos altos para se apresentarem em sociedade como os donos da xxxx ou os gerentes da yyyy!!! e para que os outros digam: ahhhhhh!!! pode passar “seu dono da zzzz”;… coisa infantil essa!!! piedade Senhor!!!

    São pessoas cegas que receberam esses costumes dos seus pais e repetem a mesma historia: adorar o deus trabalho, adorar o deus dinheiro, adorar o deus cerveja!

    No fundo de seus espíritos são muito carentes… incapacitados para enxergar que o conceito “qualidade de vida” não é acumular bens materiais ou aparecer em sociedade!!!… é de arrepiar ver manifestações de pessoas que acreditam ser ALGO porque se apresentam mostrando apenas coisas exteriores, supérfluas e efémeras… são para aborrecer mesmo!!!… só que eles não enxergam assim…

    Já psicologicamente falando não exerceram a capacidade de entender e valorizar o interessante mundo do abstrato porque vivem devotos do concreto… uma conversa de mais de 15 minutos com um familiar ou um amigo é ser infiel ao deus dinheiro e representa uma grande falta de aprendizado segundo os padrões do deus trabalho… frases como “com licença, peço perdão, você tem razão” não se encontram no seus dicionários…
    Emocionalmente falando são limitados para expressar os afetos… o império da razão escravizou suas emoções e ficaram sometidos a uma vida de inferno incapacitados de demostrar para familiares e amigos coisas simples da vida porque colocam a VIDA DE FACHADA (como mecanismo de defesa) antes que o espontâneo, verdadeiro, essencial e autentico!!!
    Fisicamente falando cada vez mais se manifestam doenças que surgem nos ambientes de trabalho porque trabalho excessivo, clima laboral agressivo e grosseiro e cobranças trás cobranças só produze doentes… cada vez há mais farmácias na cidade!!!

    Mas sera que esse povo não tem algo bom??? pode alguém se perguntar…
    Resulta difícil encontrar virtudes, atitudes ou bons exemplos (mesmo havendo) quando tanta vida de aparência, tanta fachada, tanto amor ao material, tanta agressão ou desafeto são explicitamente a razão de viver e o modo vincular-se e de receber às pessoas que se aproximam da “replica alemã no Brasil”…

    …sim algo deve-se deixar em claro e, COM MAIÚSCULAS ENFATICAMENTE MANIFESTAR: NÃO TODAS AS PESSOAS NASCIDAS OU QUE MORAM EM BLUMENAU SEGUEM ESSE PADRÃO DE VIDA!

    Tem muita gente que não é FACHADA NEM VIVE DE APARÊNCIAS!!!… há pessoas que cultivaram o bom senso de estreitar os vínculos com familiares ou amigos, que passaram do exercício do verbo TER para o verbo SER, pessoas que entenderam que o amor ao trabalho não é tudo na vida… eles se libertaram dos deuses dinheiro, trabalho e cerveja e hoje recebem do Deus altíssimo o entendimento da Sua boa, agradável e perfeita vontade; são pessoas que pagaram o preço por aceitar paradigmas diferentes e vivem num outro patamar, numa outra conceição da vida… pessoas que entenderam que os valores do Vale Europeu não é o modelo a ser seguido e sim o de outras lindas e afetuosas cidades brasileiras…

    Blumenau esta nascendo de novo!!! essa matéria de Sally Satler, mesmo que possa revoltar os espíritos dos cidadãos blumenauenses, lá na frente os fará novas pessoas e ficará no tempo o testemunho de agradecimento por terem participado desta necessária mudança de caráter, de mente, de vida!!! Ensinando aos seus filhos outros padrões de vida!!!

    Torço pelo Povo de Blumenau… declaro o meu amor pela cidade o pelos cidadãos dessa cidade e peço para que Deus ilumine o entendimento para que a mudança seja logo para que tenham vidas mais autenticas ganhando com isso saúde, amigos e a capacidade de poder desfrutar de coisas que os seus olhos não enxergaram nem seus ouvidos não escutaram…
    Isso Deus tem preparado para Blumenau!!!

  25. Devia ser,
    Menos chopp e mais praças,
    Menos viadutos e mais parques floridos,
    Menos asfalto e mais espaços de bancos sombreados,
    Menos carros e mais bicicletas,
    Menos Bancos e mais bancos,

    menos Blumenau e mais BlumenHaus.

  26. Acho muito esquisito esses comentários e o texto! Quem não é daqui, morando aqui, e dizendo que a cidade não tem relevância… oras, se não tem, você também não tem! A cidade tem seus pontos fracos, como em qualquer cidade. Em muitas cidades escandinavas que possuem ótimo IDH, o maior problema é o suicídio, por exemplo. Eu, como sou de Blumenau, posso garantir que o que eu menos desejo é que Blumenau se pareça com a Alemanha. É muito fácil falar de cultivar o passado, ainda falando de Alemanha. Podemos falar horas sobre o incrível passado deles! Aquele que não os orgulha! E a loucura que ainda leva jovens a agredir outras pessoas, inclusive no Brasil. E agora o que resta a eles é construir cidades legais, pra mostrar que evoluíram um pouco e que pensam sobre eles mesmos.
    A Europa, principalmente a Alemanha é um lugar fumante, os jovens fumam bastante, jovens morrem em acidentes por estarem embriagados, assim como nos EUA e no Brasil. E por sinal, tem um comentário aqui de uma pessoa que vive na Austrália, e já te diz o contrário do que é suposto, e aquele país é de primeiro mundo!Ser 100% é quase impossível!
    É claro que o sul é irrelevante, e que Blumenau está plastificada, olhe pro Rio de Janeiro, só fazem propaganda de mulata pelada, sambando em ritmo pouco parecido com o daquele que construiu sua fama! E ainda tem gente que diz que isso que é cultura… fazer turismo em favelas é atividade cultural e erguer um monumento ao funk também, claro!
    Ah!Vamos lá, um europeu “nos diz” que a cidade é sem alma, mas quem são os maiores financiadores do tráfico de mulheres e drogas? Imagina, ainda assim, as cidades deles são as mais-mais: mais evoluídas, limpas e felizes!:D E viva La Marseillaise!
    Resumindo, do mesmo jeito que a cultura alemã morreu em Blumenau, o samba morreu no Rio. Temos que melhorar? Sim! Mas não venham comparar com populações tão vagas quanto a brasileira, que dispõem de parques, ciclovias, e de um vigarismo silencioso inato! E isso é histórico! Basta você procurar aonde que a França joga seu lixo radioativo! Porque eles nunca tratam disso nos Índices que eles mesmos criam? Porque não levam em consideração o que não lhes convêm?

    • Parabéns Juliana ! Acho q o povo acaba transferindo suas frustrações pessoais ao local que vive, sem olhar para si. Tb sou Blumenauense nascida e criada, admiro minha cidade mesmo reconhecendo certos defeitos. Um abraço

    • Parabéns Juliana, concordo com você, e penso mais além, se a cidade é sem alma porque as pessoas que estão morando aqui e são de fora escolheram justamente Blumenau?
      Vão dizer agora que Gaspar vive de uma fachada Italiana?
      Há sim aspetos a melhorar, mas isso acontece em nivel municipal, estadual e nacional.

    • Sua crítica é muito fraca e mal argumentada Juliana. Você só consegue se defender atacando os outros. “Minha cidade pode ser feia mas a sua é pior, blablabla.” Releia o seu texto com olhar crítico. Pra você, um Francês não pode criticar Blumenau se ele não lida bem com seu lixo nuclear, oras que lógica brilhante!
      Atenha-se aos fatos mencionados, não ao ad hominem com generalizações grosseiras. A crítica é clara, sobre o fato que Blumenau tenta vender o que não é em essência. Não quer dizer que ela tem que copiar melhor a Alemanha pra melhorar. É só ser mais honesta como cidade, e buscar uma identidade menos forçada.

  27. como se esses fossem problemas específicos de Blumenau…isso é BRASIL, queridos. o jeitinho brasileiro de ser já chegou a blumenau faz um tempinho…

  28. Parabéns pelo texto, ótimo!
    Espero que chegue para algumas autoridades e pessoas desta cidade que ainda acreditam ser aquela velha “Vila Germânica” e que só eles continuam vivendo aqui!
    Mi

  29. Me mudei para cá a um ano, e concordo plenamente com o que disse o francês… Blumenau tenta parecer uma cidade turística, mas não se comporta como tal. E principalmente tem um estigma enorme de seu povo querer se sentir alemão mas não o ser, criando assim uma cultura de aparências e máscaras.

  30. Ok, vc merece um abraço apertado(Beto Morauer também, querido!), por eu não me sentir sozinha aqui nessa cidade que reflete a essência de seus moradores – os ‘altistas’ blumenauenses que me perdoem.

    Esse enxamelóide me lembra as aulas de planejamento urbano com o Vilmar Vidor que tinha pavor de nossa arquitetura FAKE. Blumenauense sempre viveu e viverá mais um pouquinho baseado em FACHADA, como a madeirinha colada no enxamelóide, nem parece e nem é!! Engana somente a si próprio.

    Na verdade mesmo: falta cultura, sobram fluoxetinas e sobrenomes que aos poucos vão perdendo a força!

    E isso não é coisa de alemão não.
    A fila anda.

  31. Concordo .. Excelente texto.
    Sou blumenauense de nascimento e criação e tambem penso que se a oktoberfest acabasse,
    não teríamos mais nada pra oferecer ao turista (não que hoje tenhamos, mas enfim)

    Moro em Curitiba fazem 2 anos e se você fizesse uma critica semelhante a essa para Curitiba,
    O bairrismo e o orgulho daqui te apedrejariam em praça pública heheh

    Abraço..

  32. Só alguns fatos, já que a autora não é jornalista, então não tem obrigação de correr atrás de fontes do que escreve, mas Sydney como citado não possui pedágio para a região central. Se tivesse muito menos é convertido para custeio de transporte coletivo barato, uma vez que a partir de Setembro agora o meu transporte vai levar um leve aumento de 39%. Constante? Duvidoso, já que os atrasos aumentaram 36% para algumas das regiões mais movimentadas.

    Fonte: Meu dia-a-dia, veracidade: http://www.smh.com.au/nsw/commuters-cry-foul-as-ferry-fares-rise-while-reliability-falls-20130727-2qr89.html.

    Quanto a um francês querendo definir a alma de uma cidade passando algumas semanas, penso que é um tanto duvidoso, se eu fosse aplicar o mesmo critério eu diria que a França é suja, porca e vai morrer de câncer no pulmão pela quantidade de restos de cigarro que vi jogado nas ditas árvores pela cidade. Estão lá para melhorar a qualidade de vida ou ser cinzeiro?

    Não pense o leitor que construir shopping-centers para consumo e dedicar mais tempo ao trabalho do que lazer é exclusividade de Blumenau, dado que o padrão aqui da sociedade Australiana é almoçar em 30 minutos em suas próprias mesas de trabalho e manter todas as lojas abertas por mais tempo nas quinta-feiras que é o dia do pagamento semanal. E isso é uma sociedade “primeiro” mundo, com segundo melhor IDH do mundo e a cidade entre as dez primeiras em todos os índices de qualidade de vida existentes.

    O que me parece é que criticar na Internet sobre a própria casa em comparação com um “primeiro mundo” idealizado como perfeito virou passatempo favorito da classe média brasileira.

    • “O que me parece é que criticar na Internet sobre a própria casa em comparação com um “primeiro mundo” idealizado como perfeito virou passatempo favorito da classe média brasileira.”

      Perfeito meu amigo!

  33. Faz um ano e meio que me mudei para o Rio de janeiro, e ouvi de muitos amigos tipicamente blumenauenses que eu iria sofrer muito lá, especialmente com violência ( não. Citado aqui). Fato é que cada vez menos gosto daqui, da blumelândia, dessa falta de visão do povo (reflexo da própria geografia, talvez? Vivemos fechados num vale, sem nunca ver o horizonte!) É triste, é minha terra, mas são poucas as oportunidades aqui! Parabéns pelo artigo, é exatamente o retrato do meu sentimento pela cidade!

  34. Caríssima,
    Consegues sintetizar angústias nossas e de muitos outros que não sabem direito por que a sentem. Sabe algo que é perceptível, mas que é tão maquiado que a pessoa não consegue precisar o que é? Pois é, teu artigo contribui para que possamos entender com mais clareza as angústias que Blumenau gera em algumas pessoas. Muito agradecido. Hábraços.

  35. Não sou de Blumenau, mas moro aqui há alguns anos. Desde que me mudei pra cá percebi uma coisa: o Blumenauense tem uma séria dificuldade em entender que essa cidade é uma cidade pequena e do interior. Nao só isso, como do interior de ~Santa Catarina~ (que é algo como o estado pequeno do interior do Brasil).

    Esse teu texto expressa bem essa visão. Fiz uma pesquisa rápida nas cidades que usas como exemplo e veja só o nível das comparações:

    Boston (capital, 625087 hab)
    Nova Iorque (8,245 mi hab)
    Londres (8,174 mi hab)
    Rio de Janeiro (6,232 mi hab)
    Milão (capital, 1,35 mi hab)
    Estocolmo (871952 hab, capital)
    Sydney (4,627 mi hab)
    Cingapura (5 mi hab)
    Santiago (6,027 mi hab)
    Munique (1,378 mi hab)
    Ouro Preto (70227 hab, 300 anos)
    Mariana (54219 hab, 317 anos)
    Recife (1,555 mi hab – 476 anos)
    Porto Alegre (1,51 mi hab – 241 anos)

    As únicas cidades que daria pra comparar com Blumenau com alguma seriedade são Ouro Preto e Mariana – mas mesmo essas tem ~o dobro~ da idade desta cidade.

    Longe de mim querer defender Blumenau, mas sempre me espanta essa incapacidade do pessoal de perceber o óbvio: Blumenau é uma cidade pequena de interior, com os problemas e vantagens de ser uma cidade pequena de interior. E dentre as cidades pequenas e de interior, é uma das melhorinhas que eu já conheci (embora, honestamente, não tenha conhecido muitas).

    Se ela não tem alma, é por que é muito pequena, jovem e irrelevante pra ter uma.

  36. Muito bom o texto, tenho sentido exatamente essa angústia nos últimos tempos (desde minha viagem de intercambio para Lisboa).

    Tem uma imagem que representa muito bem Blumenau, quase como se fosse uma caricatura:
    Na parte externa do Riska Faca, na vila germânica (veja desde já a ironia), as lajotas em forma de tijolos caídas, deixando à mostra o reboco e o falso enxaimel com parede de tijolo à vista…

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