Por Ronnie Huete Salgado, para Desacato.info, da Califórnia, EUA.
Sempre soube o risco que corria defendendo a vida e os recursos naturais em Honduras, no entanto, sua luta a multiplicou em muitos, dentro da sua Honduras natal e fora das fronteiras do país.
Berta Cáceres, companheira, irmã, sua eterna luta contra os novos conquistadores na América Latina, teve seus frutos. Enfrentou com afinco as grandes transnacionais e brigou sua batalha até o final, fazendo honra ao poema musical do cantor e autor venezuelano Ali Primera: “Os que morrem pela vida não podem chamar-se mortos”.
As lágrimas da alma devem transmutar fogo, que combata nossos inimigos, os ímpios que assassinam mulheres valentes como Berta Cáceres. Que este luto nos leva à reflexão, de que só as armas nos farão livres da opressão.
Berta Cáceres, aquilo se fará realidade, sim, isso que mencionávamos nas marchas, irmã, façamos com que seja realidade, a insurreição será nossa liberdade.
Irmã, agora te multiplicas em milhões no mundo, porque a mãe terra exige justiça pelo teu assassinato.
O inimigo treme com teu espírito, que se mistura entre os universitários e todos os que vão às ruas protestar pelo teu vil assassinato. Não há dúvida, irmã, continuas viva, mas compa, dirias para mim, sangue de mártires, semente de liberdade!
O dia 3 de março de 2016, deve ser um dia declarado como o dia da liberdade da América Latina, porque Berta Cáceres, sempre manteve seu braço firme pela emancipação da sua pátria, junto com os irmãos lencas, que lideraram imensas batalhas nos espaços mais corruptos de Honduras; o Ministério Público, o Congresso Nacional, a Casa Presidencial, e toda a falsa estrutura democrática que desmorona a humanidade e que habita em Honduras.
Dá vergonha e asco que pessoas como Aline Flores, da Corporação Flores em Honduras, prefiram vender o país como uma simples mercadoria e façam acusações contra Berta Cáceres, cujo legado de defesa do meio-ambiente será uma sementeira de novos revolucionários, já que poderão matar um revolucionário, mas, jamais sua revolução.
Como jornalista independente e defensor dos direitos humanos, invoco aos organismos de direitos internacionais para que se façam presentes em Honduras, porque certamente, a repressão fascista no país latino-americano, seguirá sendo a agenda sangrenta de quem representa o Estado falido de Honduras, atual laboratório imperial na América Latina.
De igual forma, faço um chamado para que o governo dos Estados Unidos da América, através de sua estrutura política desde Washington D.C., não siga financiando a militarização no triângulo norte, já que esta errônea decisão tem gerado uma guerra moderna, não declarada, silenciada, mas, assassina em grande escala.
Aos povos do mundo em geral e da Nossa Pátria Grande América Latina, Brasil, Bolívia, Venezuela, Argentina, Equador, México, Uruguai, América Central, México e demais países irmãos, que nos unamos em espírito e carne para combater a nova intentona castrense do império sionista com sede em Washington.
Condeno com veemência o vil assassinato da irmã Berta Cáceres, dirigente indígena, ambientalista, defensora da vida, e exijo que se esclareça seu assassinato ante as entidades internacionais de justiça, para se bote em pratos limpos este acontecimento, já que em Honduras, o Estado está falido e toda a estrutura judicial está ao serviço de quem rompe com a vida e exalta a avareza e a desonra de uma terra.
Berta Cáceres costumava dizer irmãos, irmãs, compas, porque sua paixão pela vida ia muito além dos limites estabelecidos, a irmã Berta, amava sua terra e seus recursos naturais, cuja vida corre perigo de extinção.
Exorto à Pátria Grande, América Latina e os demais países irmãos, a seguir o exemplo da valente irmã Berta Cáceres, e condenar seu assassinato que tem uma forte marca política e de perseguição de anos, por sua defesa da vida e o meio-ambiente.
“Compa, me falava Bertita, quando vai acontecer aquilo, e juntos ríamos. Aquilo era a insurreição.” Nem esquecer, nem perdoar!
Versão em português: Raul Fitipaldi, para o Portal Desacato.
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Cualquier atentado o amenaza para el autor de este artículo es responsabilidad de quienes representan y gobiernan el Estado de Honduras y sus invasores o los que menciono en el presente artículo.