Por Ana Rosa Moreno, Puebla, México, para Desacato.info.
Tradução de Elissandro Santana.
(Port./Esp.)
Lembro-me muito bem de uma frase que ficou na memória citada por minha professora de Ciências Políticas na Universidade “Ao final não importa a cor, o partido ou a direção, o que importa é o interesse”. E é justamente isso o que vimos de 12 a 14 de setembro quando Benjamín Netanyahu, Primeiro Ministro Israelense, como rockstar, fez um tour por alguns países da América Latina. Em cada país visitado, foi recebido com honra, abraços e fotos de recordação, esquecendo a lista de crimes que carrega em suas mãos contra o Povo Palestino.
Benjamin Netanyahu quis ser o Primeiro Ministro Israelense a visitar a América Latina para fortalecer laços, acordos e tratados com a Argentina, a Colômbia e o México.
Parace-me importante destacar o caso do México porque há alguns meses, em 28 de janeiro, o executivo israelense publicou em sua conta no Twitter que apoia totalmente a construção do muro fronteiriço do presidente dos Estados Unidos.
Embora o Ministério dos Negócios Estrangeiros Mexicano tenha exigido uma retração ou um “Me desculpe”, o governo da ocupação israelense se recusou a explicar e fez como se essa questão não fosse com ele. Qualquer governo em seu julgamento sólido antes dessas declarações já teria quebrado as relações com esse país e teria expulsado o embaixador com todo o corpo diplomático, no entanto, é o México, e aqui foi recebido com todas as honras.
O Primeiro Ministro da Ocupação Israelense chegou durante a madrugada de 14 de setembro ao México, um dia antes da data em que se comemora em todo o país o início do processo da independência mexicana. Data que também me parece contraditória, porque setembro é nosso mês e nele nos lembramos dos princípios pelos quais, supostamente, regem nossa política interna e externa: soberania, autodeterminação dos povos e não intervenção estrangeira sendo Israel não respeita nenhum desses princípios.
Qual foi o propósito da visita de Benjamin Netanyahu ao país?
Benjamin Netanyahu visitou nosso país pelo fato de que (infelizmente) temos um Acordo de Livre Comércio e, com base nisso, buscamos promover o diálogo político, o intercâmbio econômico e as relações de cooperação entre os países signatários. É aqui que o meu comentário inicial entra, no final, independentemente das cores ou do lado, o interesse vem primeiro.
De acordo com o site oficial do Governo Federal do México, em nosso país, a comunidade judaica é de 70 mil pessoas. Tal comunidade participa de forma ativa na economia nacional, além de gerar empregos e, como resultado, o país oferece ao setor empresarial de Israel (N. da R.: Israel não representa todos os judeus do mundo) um crescente mercado interno, mão de obra altamente qualificada, infraestrutura de alto nível, condições de investimento atraentes e um excelente clima de negócios.
Além disso, nosso governo congratula-se com o regime que atualmente ocupa a Palestina ilegalmente por seus importantes avanços em inovação, gerenciamento de energia e água limpa, bem como incubadoras de empresas ou startups. Mas ele esquece que o país que ele alega admirar mantém o povo palestino ocupado, assediado e segregado. O que o governo mexicano realmente admira é todo o seu aparelho militar para espionar, violar os direitos humanos e manter sua população reprimida. O México gastou em meio ano o valor de R$ 55.842.189 na aquisição de armas e na manutenção de equipamentos militares para as empresas Elbit Systems, Israel Weapon Industries e Israel Military Industries, de acordo com o relatório “Aquisição de aeronaves, armamentos e veículos comprados por esta Secretaria de Estado no período de janeiro a setembro de 2006” realizado pelo Ministério da Defesa Nacional (Sedena) a partir de dados do Ministério das Finanças e do Crédito Público.
Por esta razão, nosso belíssimo presidente, eleito pelos empresários no México, esquecendo a falta de respeito que teve o líder israelense com o nosso país, concordou com o ministro israelense da ocupação os seguintes compromissos:
• Modernizar o Acordo de Livre Comércio entre os dois países.
• Incentivar contatos entre as comunidades empresariais.
• Participar em projetos conjuntos de cooperação na América Central.
• Trabalhar em colaboração com a segurança cibernética para combater crimes eletrônicos.
Enquanto o encontro dos líderes estava acontecendo, vários jornais internacionais publicaram em seus portais artigos sobre empresas israelenses que estão desenhando protótipos para a construção do muro no território mexicano que também teremos que pagar.
Uma delas é a Elta North America, uma fabricante de defesa israelense, que foi nomeada pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, como uma das oito contratadas para construir modelos para as propostas de muro. O fabricante israelense receberá entre US $ 300.000 e US $ 500.000 em doações para desenvolver seu protótipo, informou The Jerusalem Post. Estima-se que o projeto final alcançará até $ 25 milhões. Antes de ser escolhido como um possível construtor, o presidente Trump foi inspirado pelo programa de construção de paredes de Israel para sua própria fronteira sul. “Se você acha que as paredes não funcionam, tudo o que você precisa fazer é pedir a Israel”, disse ele em novembro de 2016. Outro motivo para quebrar as relações diplomáticas e expulsar todo o corpo diplomático de nosso país.
Nosso presidente esqueceu que Benjamin Netanyahu apoia a construção do muro e que as empresas de construção israelenses morrem de desejo por tornar realidade essas construções racistas e xenófobas, mas não as pessoas mexicanas. De fato, intelectuais e organizações de direitos humanos, Mexicanos Unidos, México com Palestina e o Movimento BDS México organizaram manifestações e fizeram declarações públicas em rejeição à visita do presidente israelense ao país.
Um relatório do jornal El Heraldo indica que, de um total de 4121 menções geradas em redes sociais e outros portais da internet, 72% dessas publicações rejeitam a visita do agente israelense. Infelizmente, esse apoio não foi visto na rua, porque naquela mesma semana o país estava envolto por duas notícias que desviaram a atenção do povo mexicano, mas, não por isso, menos importantes, o primeiro foi o tremor de 8,2 graus na escala Richter que abalou o país e que deixou afetado aos estados de Oaxaca e Chiapas deixando-os na ruína e no assassinato de Mara Castilla, estudante da Cidade de Puebla que foi sequestrada e morta pelo motorista da unidade móvel Cabify quem não a levou ao seu destino.
A visita Primeiro Ministro Israelense ao nosso país é apenas um sinal claro do servilismo e da submissão do governo mexicano.
Benjamín Netanyahu apoya construcción del muro de Trump y es recibido en México con todos los honores
Por Ana Rosa Moreno, Puebla, México, para Desacato.info.
Recuerdo muy bien una frase que quedó grabada en oro, citada por mi profesora de Ciencias Políticas en la universidad: “Al final no importa el color, el bando o la dirección, lo que importa es el interés”. Y justo es lo que vimos del 12 al 14 de septiembre cuando Benjamín Netanyahu, tutelar ejecutivo israelí como rockstar, hizo un tour por algunos países de Latinoamérica. En cada país que pisó se vio lleno de honores, abrazos y fotos del recuerdo, olvidando la lista de crímenes que carga en su bolsillo contra el pueblo palestino.
Benjamín Netanyahu quiso ser el primer mandatario israelí en hacer una gira por América Latina para hacer más fuertes los lazos, los acuerdos y tratados con Argentina, Colombia y México.
El caso de México me parece importante destacar porque hace unos meses, el 28 de enero, el ejecutivo israelí había publicado en su cuenta de twitter que apoya totalmente la construcción del muro fronterizo del presidente de los Estados Unidos.
A pesar de que la cancillería mexicana exigió una retracción o un “lo siento mucho”, el gobierno de la ocupación israelí se negó a dar explicaciones e hizo como si la virgen le hablara. Digo, cualquier gobierno en su sano juicio ante estas declaraciones ya hubiera roto relaciones con dicho país y hubiera expulsado al embajador con todo y cuerpo diplomático, sin embargo es México, y aquí se le recibió con todos los honores habidos y por haber.
El tutelar del ejecutivo de la ocupación israelí llegó en la madrugada del 14 de septiembre a tierras mexicanas, un día antes de la fecha en que se conmemora en todo el país el inicio del proceso de la independencia de México. Fecha que también me parece contradictoria, porque septiembre es nuestro mes, en el que recordamos los principios por los cuales supuestamente se rige nuestra política interna y externa: soberanía, determinación de los pueblos y no intervención extranjera. Israel no respeta ninguno de estos principios,
¿Cuál fue el objetivo de la visita de Benjamín Netanyahu al país?
Benjamín Netanyahu visitó nuestro país por la razón de que tenemos (lamentablemente) un Tratado de Libre Comercio y en base a esto se buscó promover el diálogo político, los intercambios económicos y las relaciones de cooperación entre los países firmantes. Y es donde entra mi comentario inicial, al final no importan los colores o el bando, el interés es primero.
Según la página oficial del Gobierno Federal de México, en nuestro país la comunidad judía es de 70 mil personas y dicha comunidad participa activamente en la economía nacional, además de generar empleos. Como consecuencia, el país ofrece al sector empresarial de Israel (N. de la R.: Israel no representa a todos los judíos del mundo) un mercado interno creciente, mano de obra altamente capacitada, infraestructura de alto nivel, condiciones atractivas para las inversiones y un excelente clima de negocios.
Además, nuestro gobierno le aplaude al régimen que actualmente ocupa ilegalmente Palestina por sus importantes progresos en innovación, energías limpias y gestión del agua, así como en incubadoras de empresas o startups. Pero olvida que dicho país al que dice admirar mantiene al pueblo palestino ocupado, asediado y segregado. Lo que el gobierno mexicano realmente admira es todo su aparato militar para espiar, violar derechos humanos y mantener reprimida a su población. De hecho, México ha gastado en medio año la cantidad de 3 mil 305 millones 53 mil 850 pesos en la adquisición de armas y el mantenimiento de equipos militares a las empresas Elbit Systems, Israel Weapon Industries e Israel Military Industries, de acuerdo al informe de “Adquisición de aeronaves, armamento y vehículos adquiridos por esta secretaría de Estado en el periodo enero a septiembre del 2006” realizado por la Secretaría de la Defensa Nacional (Sedena) tomando datos de la Secretaría de Hacienda y Crédito Público.
Por ello, nuestro guapísimo presidente por mandato de los empresarios en México, olvidando la falta de respeto que tuvo el mandatario israelí con nuestro país, acordó con el ministro de la ocupación israelí los siguientes compromisos:
- Modernizar el Tratado de Libre Comercio entre ambos países.
- Fomentar los contactos entre las comunidades empresariales.
- Participar en proyectos conjuntos de cooperación en Centroamérica
- Trabajar de manera colaborativa en materia de ciberseguridad, a fin de combatir delitos electrónicos.
Mientras la reunión de mandatarios se daba, varios periódicos internacionales publicaban en sus portales artículos sobre las empresas israelíes que están diseñando prototipos para la construcción del muro en el territorio mexicano que, además, tendremos que pagar.
Una de ellas es Elta North America, un fabricante israelí de defensa, quien ha sido nombrado por Donald Trump, presidente de los Estados Unidos, como una de las ocho empresas contratadas para construir modelos para sus propuestas de muro. El fabricante israelí recibirá entre 300.000 y 500.000 dólares en donaciones para desarrollar su prototipo, informó The Jerusalem Post. Se calcula que el proyecto final costará hasta 25.000 millones de dólares. Antes de ser elegido como posible constructor, el presidente Trump se inspiró en el programa de construcción de murallas de Israel para su propia frontera sur. “Si crees que los muros no funcionan, todo lo que tienes que hacer es preguntar a Israel”, dijo en noviembre de 2016. Otra razón más para romper relaciones diplomáticas y expulsar todo el cuerpo diplomático de nuestro país.
A nuestro presidente se le olvidó que Benjamín Netanyahu apoya la construcción del muro y que las empresas constructoras israelíes mueren por hacer realidad dicha construcción racista y xenófoba pero no al pueblo mexicano, de hecho, algunos intelectuales y organizaciones en pro de los Derechos Humanos como Mexicanos Unidos, México con Palestina y Movimiento de BDS México organizaron mítines e hicieron declaraciones públicas en rechazo de la visita del mandatario israelí en el país.
Y un informe realizado por el periódico El Heraldo indica que de un total de 4121 menciones generadas en las redes sociales y otros portales de internet, el 72% de esas publicaciones son de rechazo a la visita del mandatario israelí. Lamentablemente ese apoyo no se vio en la calle debido a que en esa misma semana el país se vio envuelto por dos noticias que desviaron la atención del pueblo mexicano, pero no por ello son menos importantes. La primera fue el temblor de 8.2 grados en la escala de Richter que sacudió el país y que dejó afectado a los estados de Oaxaca y Chiapas dejándolos en la ruina y el asesinato de Mara Castilla, estudiante poblana quien fue secuestrada y asesinada por el chofer de la unidad móvil Cabify quien no la trasladó a su destino.
La visita del tutelar del ejecutivo israelí a nuestro país solo es una muestra clara de servilismo y sumisión de nuestro gobierno.