Tendo em vista que a PEC 206 pode voltar a tona a qualquer momento, no JTT-Manhã Com Dignidade desta quinta-feira (26), esteve presente a Secretária Geral da União Nacional dos Estudantes, Isis Mustafa. A representante, é também uma das estudantes que faz parte da parcela de estudantes que não podem pagar mensalidade de uma universidade. Quanto a situação reflete: “Os investidores e capital não querem nós na universidade”.
A entidade recebeu a notícia no anoitecer de segunda-feira (23), e então foi iniciado o movimento para impedir a votação e aprovação da proposta, com manifestações em universidades e plataformas digitais. Isis percebe a existência de um incômodo com a ampliação do ensino superior, principalmente em relação à democratização do ingresso à universidade.
“O poder militar é totalmente contrário a soberania nacional como uma nação independente. Acabar com a universidade, perpassa tudo isso, colocar a universidade a serviço do capital perpassa por este projeto”, destaca.
Para a secretaria as marcas histórias do período escravocrata no Brasil permeiam o momento atual. Espera-se, que principalmente, pessoas negras estejam no sub-emprego ou mesmo, vivendo em condições precárias de trabalho ao invés de estarem nas universidades, exercendo trabalho intelectual.
Outro fato pode ser observado quanto a apresentação da PEC. Em 2017, o governo Temer junto do Banco Mundial publicou um Relatório apontando que supostamente o país gastava muito com educação, saúde e demais áreas. Para cumprir o compromisso com o capital e investidores internacionais, precisaria ser reduzido estes gastos. Neste relatório, já era apresentada como proposta a cobrança de mensalidades em universidades públicas. Ou seja, alguns dos interesses por trás desta medida é justamente o Banco Mundial, interessado em tornar a educação pública mercadoria, desrespeitando totalmente seu valor intelectual, social e humano.
Para acessar à entrevista completa abaixo: