Ato suprapartidário em defesa da democracia é realizado em Erechim-RS

Dezenas de representantes de sindicatos, movimentos sociais, partidos políticos, cooperativas, instituições públicas de ensino e sociedade civil estiveram presentes, oriundos de diversos municípios do Alto Uruguai Gaúcho, firmando o compromisso pela construção de uma frente ampla democrática regional.

MAB.- Na noite desta quinta-feira (13), foi realizado em Erechim o Ato Pluripartidário em Defesa da Democracia, que teve como objetivo afirmar o compromisso do Alto Uruguai Gaúcho em torno da união em uma frente ampla democrática, diante do momento eleitoral decisivo pelo qual passa o Brasil, com frequentes ameaças autoritárias ao Estado democrático de direito as vésperas do segundo turno das eleições.

O momento inicial de análise de conjuntura contou com a contribuição do professor Thiago Ingrassia, docente da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS campus Erechim. Em sua fala, afirmou o desafio de todos e todas que se colocam em defesa da democracia e da dignidade humana a participar ativamente da vida política do país e dos espaços e processos de decisão, em períodos eleitorais e para além destes, como prática cotidiana. Ingrassia denunciou as práticas e aspectos fortalecidos pelo governo Bolsonaro, como a polarização da sociedade, as “fake news”, os ataques a mídia e liberdade de imprensa, o encorajamento a tentativas de golpe, o discurso antissistema, o orçamento secreto, a compra de votos dentre tantos outros. “A reeleição de Bolsonaro significa um imenso retrocesso para o país, com legitimação da barbárie. É necessário recuperar junto ao povo a memória afetiva dos governos populares, apresentando as propostas para a reconstrução do país, com fortalecimento da democracia”, afirma Ingrassia.

Tatiane Paulino, da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, afirmou a necessidade de retomada do símbolo nacional da bandeira do Brasil, na luta por um país soberano e a serviço do povo, ganhando as ruas, conversando com o povo, apresentando as propostas de Lula para a reconstrução do Brasil. Paulino alerta que o que está em jogo nas eleições é a defesa da democracia, enquanto a garantia de condições de vida melhores para a classe trabalhadora, em oposição as ameaças autoritárias de ditadura, de avanço da violência, violação de direitos.

“Este ato é a concretização de uma necessidade urgente que está posta, de fortalecimento das frentes democráticas em enfrentamento a violência, ao autoritarismo, ao retrocesso. É preciso somar forças nas agendas regionais neste período de campanha eleitoral dos próximos 15 dias, entendendo que não há outra alternativa a não ser eleger Lula”, disse Paulino. Encaminhou-se, com o ato, a realização do trabalho coletivo pactuado pelos integrantes da frente ampla, a fim de garantir que a democracia prevaleça no Brasil e no Rio Grande do Sul.

Todas as representações dos partidos políticos presentes realizaram falas, tendo em comum a afirmação do compromisso de votar pela democracia, voto este representado pela candidatura de Luis Inácio “Lula” da Silva (PT), a nível nacional, e sinalizando também a candidatura de Eduardo Leite (PSDB) ao governo do estado do RS, como sendo a via democrática possível na atual conjuntura. Leandro Puton, do PDT, apontou para o combate à fome, juntamente com a construção de consciência política e alianças regionais. Para Celio Fiabani, do PT “A união que estamos firmando hoje só é possível porque vivemos em um país democrático, e é em defesa disto que nos colocamos em luta lado a lado. O resultado das urnas definirá o futuro destas e das próximas gerações, e cada um/a de nós tem uma tarefa grandiosa neste momento histórico. Nem um voto a Onix e Bolsonaro!”.

Representando o PSDB, esteve presente Dimas Tortelli, o qual reforçou a importância da construção da frente ampla democrática na região e em todo o estado, assim como a participação do partido nesta articulação, reafirmando o nome de Eduardo Leite enquanto defensor e representante da democracia no RS, sendo um aliado na luta contra o autoritarismo. Carla Talgatti, do PSB, denunciou a onda bolsonarista que descaracteriza o processo democrático, colocando em jogo os direitos conquistados ao longo das décadas, que vêm sendo retirados do povo nos últimos anos. “ Estamos juntos e juntas nas trincheiras, nos colocando a disposição para lutar pelo fortalecimento da esquerda no RS, que nos apresentam diversos desafios”.

Na fala do Partido Cidadania, Luis Antonio Zamboni se afirmou a luta contra o autoritarismo representado por Bolsonaro, a nível de Brasil, e Onix Lorenzoni no RS. Já para Sandra Picoli, do PCdoB, dentre as grandes tarefas que estão colocadas no momento atual, estão a necessidade de reverter os votos de Bolsonaro para Lula, convencer quem está desacreditado a ir votar. “Eleger Lula é votar pela continuidade da democracia no Brasil, na contramão do que representa Bolsonaro e Onix. Precisamos ganhar as redes e as ruas divulgando as propostas de Lula. Não é só derrotar o Bolsonaro, é derrotar o bolsonarismo.”

O professor Demian Boaroli, docente do IFRS em Erechim, representando as instituições públicas de ensino, apontou para a tarefa de enfrentar o movimento de despolitização que vem se enraizando na sociedade, principalmente junto a juventude, de forma a promover a educação, a formação política para a compreensão da realidade, munindo o povo de ferramentas para analisar a realidade e participar de forma ativa e consciente dos processos decisivos para os rumos do país. “Política não é palavrão, ela faz parte da vida, está presente sempre que tomamos posição, que tomamos decisão. É preciso recuperar a identidade de classe do povo trabalhador.”

A fala representando o sindicalismo foi feita por Adilson Luiz Szymanski do SindiSaúde. “Nós, sindicalistas, estamos vendo de perto as consequências dos desmontes promovidos pelo governo Bolsonaro, com crescimento dos índices de desemprego, precarização do trabalho, redução drástica de investimentos, com destaque para a saúde, a educação… O que nos une hoje é a luta para derrotar um mal comum, estamos fazendo história e voltando a erguer a bandeira da democracia, dos direitos sociais.”

Gervásio Plucinski, da Unicafes, se manifestou em nome do cooperativismo, o qual tem como principio a democracia. “No RS, vemos este princípio ser deturpado em diversos espaços, com dificuldade de dialogo entre as partes. Estamos unidos na construção do cooperativismo solidário, que vem sendo destruído pelo governo Bolsonaro. Não ter posição neste momento é algo grave, diante da ameaça de reeleição de Bolsonaro e eleição de Onix Lorenzoni, ambos com fortes características autoritárias. Nos colocamos lado a lado na construção desta frente democrática para elegermos Lula presidente e fortalecer a democracia e o cooperativismo gaúcho.”

A atividade foi organizada e contou com a presença de cerca de 80 participantes de diversos municípios da região do Alto Uruguai, dentre representantes do MAB, Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul – CPERS Sindicato, Sindicato Unificado dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Alto Uruguai (SUTRAF-AU), Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Erechim e Região (SindiSaúde), Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde, Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (FETRAF-RS), União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES), Cooperativa Central da Comercialização da Agricultura Familiar de Economia Solidária (CECAFES), Cresol, Agricoop, Cooperativa Nossa Terra, Associação dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos do Alto Uruguai do RS (ATAPERS), Associação dos Conselheiros Tutelares do RS, Centro de Tecnologias Alternativas Populares – CETAP, Pastoral da Juventude, PT, PCdoB, PDT, PSB, MDB, PSDB, Cidadania, PSOL, agricultores, professores das instituições de ensino públicas de Erechim (UFFS, UERGS, IFRS) e sociedade civil.

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