Associação de juízes exige imediata soltura de Lula e demissão de Moro

A Associação Juízes para a Democracia (AJD) e a Associação Latinoamericana de Juízes do Trabalho (ALJT) divulgaram nota conjunta neste domingo (9) na qual dizem ser “imprescindível e urgente” para o restabelecimento da plena democracia e dos princípios constitucionais no Brasil, a declaração de inexistência de todos os processos que se desenvolveram em razão da Operação Lava Jato, inclusive daqueles que determinaram as condenações e a prisão do ex-presidente Lula.

Redação – Portal Vermelho

A reportagem do Intercept Brasil, publicada neste domingo (9), segundo as entidades, revela que quando ainda exercia função de Juiz na operação Lava Jato, o atual ministro Sergio Moro “aconselhou, ordenou, e, em determinados momentos, agiu como órgão acusador e investigador, num verdadeiro processo inquisitorial”.

Além da soltura imediata de Luta e todas as vítimas do processo ilícito, os juízes exigem a exoneração do ministro Sérgio Moro e investigação dos integrantes do Ministério Público Federal (MPF) citados na reportagem.

Confira a íntegra da nota:

A ASSOCIAC?A?O JUI?ZES PARA A DEMOCRACIA – AJD e ASSOCIAÇÃO LATINOAMERICANA DE JUÍZES DO TRABALHO – ALJT, entidades cujas finalidades abrangem, com destaque, o respeito absoluto e incondicional aos valores pro?prios do Estado Democra?tico de Direito, têm o compromisso de lutar, de forma intransigente, por uma democracia so?lida e comprometida com a justic?a, com a reduc?a?o das desigualdades, com a dignidade da pessoa humana e com o fortalecimento da participac?a?o popular democra?tica e do bem estar da populac?a?o, como exige a nossa Constituic?a?o, e por isso vêm a público manifestar-se diante das informações divulgadas pelo jornal The Intercept Brasil, na reportagem publicada na data de hoje, sobre comunicações realizadas entre o procurador federal Deltan Dallagnol e o atual Ministro da Justiça Sergio Moro.

As denúncias contidas em tal reportagem revelam que quando ainda exercia função de Juiz na operação Lava-Jato, o atual Ministro Sérgio Moro aconselhou, ordenou, e, em determinados momentos, agiu como órgão acusador e investigador, num verdadeiro processo inquisitorial. A notícia revela seletividade, discriminac?a?o e violac?o?es de direitos humanos e princi?pios constitucionais, algo que já vem sendo insistentemente denunciado por nossas entidades.

No curso dos processos que culminaram com a prisa?o do ex-presidente Lui?s Ina?cio Lula da Silva, a fixac?a?o da ela?stica compete?ncia do o?rga?o jurisdicional que concentrou os julgamentos relativos a? operac?a?o Lava Jato, ao arrepio das normas processuais aplica?veis e do devido processo legal; o abandono do elementar princi?pio da congrue?ncia entre denu?ncia criminal e sentenc?a e a na?o demonstrac?a?o com prova robusta de todos os elementos constitutivos do tipo penal invocado na imputac?a?o, como no caso do ato de ofi?cio para a caracterizac?a?o de corrupc?a?o passiva, ale?m de crite?rios ad hoc, exo?ticos e ine?ditos de dosimetria da pena definida, já indicavam a possibilidade, a probabilidade e a razoabilidade da percepc?a?o da pra?tica de lawfare.

As denúncias trazidas a público na data de hoje confirmam isso, revelando uma relação promíscua e ilícita entre integrante do Ministério Público e do Poder Judiciário.

Na?o ha? falar em Democracia, sem um Poder Judicia?rio independente, imparcial e comprometido com o império dos direitos humanos e das garantias constitucionais, sobretudo o devido processo legal e a presunc?a?o de inoce?ncia, para a realizac?a?o de julgamentos justos, para quem quer que seja, sem qualquer discriminac?a?o ou preconceito, sem privile?gios ditados por co?digos ocultos e sem a influe?ncia de ideologias poli?ticas ou prefere?ncias e crenc?as pessoais.

E? absolutamente imprescindível e urgente, portanto, para o restabelecimento da plena democracia e dos princípios constitucionais no Brasil, a declaração de inexistência de todos os processos que se desenvolveram em razão da Operação Lava-Jato, inclusive daqueles que determinaram as condenações e a prisão do ex-Presidente Lui?s Inácio Lula da Silva, por flagrante violação ao artigo 254, IV, Código de Processo Penal e à Constituição da República.

A AJD e a ALJT, considerando que tais fatos não foram negados na nota expedida por Sérgio Moro, exigem a imediata soltura do ex-Presidente Lui?s Ina?cio Lula da Silva e de todas as vítimas do processo ilícito relevado pelos diálogos que vieram a público na data de hoje, bem como a exoneração do Ministro Sérgio Moro e investigação dos integrantes do Ministério Público Federal referidos na aludida reportagem, atos essenciais para a retomada do Estado Democra?tico de Direito em nosso pai?s, condic?a?o para a superac?a?o da crise poli?tico-institucional em curso e o retorno a? normalidade democra?tica.

Brasil, 09 de junho de 2019.

 

1 COMENTÁRIO

Deixe um comentário para LAFITE MARIANO Cancelar resposta

Please enter your comment!
Please enter your name here


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.