A pedido de um deputado do PSL, a Assembleia Legislativa de São Paulo marcou uma homenagem ao ditador Augusto Pinochet, que comandou o Chile entre 1973 e 1990.
A atividade foi marcada à pedido do deputado estadual Frederico D’Ávila, que hoje integra o PSL, mas pretende migrar para o partido que será criado por Jair Bolsonaro (Aliança Pelo Brasil).
O evento está marcado para o dia 10 de dezembro. Aparentemente para mascarar o pedido, o evento foi marcado em homenagem a Augusto P. Ugarte, como que escondendo o sobrenome pelo qual era conhecido o ditador.
O general Augusto Pinochet tomou o poder após um golpe militar contra o presidente socialista Salvador Allende, em 1973. A chegada ao poder do general foi o resultado de uma conspiração apoiada pelos Estados Unidos e pela ditadura militar brasileira.
Pinochet comandou uma das mais sanguinárias ditaduras do continente. O regime resultou em mais de 3.000 mortos ou desaparecidos, milhares de prisioneiros torturados e estima-se em 200 mil os chilenos forçados a se exilar.
O regime ditatorial de Pinochet foi também o primeiro a implementar as reformas econômicas neoliberais, ainda nos anos 1970, afastando o Estado de áreas como saúde, educação e previdência. A destruição do sistema previdenciário do Chile e o endividamento da população que tem de pagar pela educação são dois dos principais motivos pelos quais os chilenos têm promovido manifestações contra o governo de Sebastián Piñera atualmente.
O deputado estadual Emidio de Souza (PT) informou que vai encaminhar representação ao presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris (PSDB), pedido de cancelamento da sessão para homenagear o ditador chileno Augusto Pinochet.
“Uma Casa de Leis que representa o povo jamais deve homenagear uma pessoa que reconhecidamente cometeu crimes contra a humanidade”, enfatizou o parlamentar.