Por Jair de Souza, para Desacato.info.
É muito dolorido constatar como a hipocrisia, a falsidade e a maldade pura chegou a atingir a muitos daqueles que deveriam lutar em defesa dos princípios pelos quais Jesus Cristo entregou sua vida.
Refiro-me a muitos falsos pastores que se dizem evangélicos, mas que no fundo estão mais a serviço da causa do diabo do que da de Jesus. São esses falsos cristãos que fizeram um alvoroço monstruoso para protestar contra um inexistente kitgay (algo que não existia fora da cabeça desses falsos pastores e das hordas bolsonaristas, mas que, se existisse de verdade, não representaria nenhum perigo para ninguém). Alguém sabe de algum momento na vida de Jesus em que ele tenha se preocupado em perseguir os homossexuais?
É preciso muito caradurismo para imaginar que, em lugar de lutar em favor de justiça para os mais humildes, de lutar contra a opressão exercida pelos poderosos contra a gente simples, de lutar para que os seres humanos praticassem o bem e fossem tolerantes, Jesus teria se preocupado fundamentalmente com a questão de preferências sexuais.
Enquanto urravam contra o inexistente kitgay, esses falsos pastores apoiavam, ou não se manifestavam, sobre a pregação de Jair Bolsonaro em favor da expansão do uso de armas mortais. Aí, cabe fazer uma perguntinha: Em que momento de sua vida Jesus apareceu empunhando armas mortais, ou fazendo apologia do uso delas? Armas são para trazer a morte, Jesus sempre foi pela vida!
Claro que, depois de sua morte, apareceu gente escrevendo falsidades sobre Jesus e querendo transformá-lo até em um general guerreirista que iria encabeçar guerras onde milhões seriam exterminados. Então, outra perguntinha: Com exceção dos agentes do diabo que se fingem de cristãos, alguém consegue imaginar Jesus Cristo comandando a matança de milhões de seres humanos?
O massacre perpetrado por jovens bolsonaristas contra crianças indefesas em uma escola pública da periferia de Suzano deveria servir ao menos para nos alertar sobre os falsos divulgadores da palavra de Jesus. Jesus é, sempre foi, e sempre será, um símbolo de paz, de amor, de fraternidade e de solidariedade. Nunca um senhor da guerra. Isto de senhor da guerra é apropriado para milicianos, não para Jesus e seus seguidores sinceros.
*Economista formado pela UFRJ e mestre em linguística também pela UFRJ.