Arte para todos no centro de Florianópolis

Sérgio Adriano H realiza mais um projeto de circulação por Santa Catarina que abrange sete cidades do Estado – Florianópolis, Blumenau, Itajaí, Joinville, Chapecó, Criciúma e Lages, além de São Paulo e Rio de Janeiro. Na Capital, estão previstas duas intervenções urbanas, a primeira na calçada do Museu de Florianópolis Sérgio Grando, hoje, dia 16, entre 14h e 19h, e a segunda na calçada da Fundação Cultural Badesc, amanhã, dia 17, entre 10h e 15h. A conquista do Edital Elisabete Anderle de Apoio à Cultura / Artes 2020, conduzido pelo governo do Estado, possibilita ao artista realizar o que ele denomina como intervenção urbana/exposição/ação, quando expõe na rua, diante de uma instituição ou em praça pública. Os trabalhos foram selecionados pelo curador Claudinei Roberto da Silva.

No Museu de Florianópolis, Sérgio Adriano integra hoje a programação Semana Nacional de Museus – O Poder dos Museus. Presencial, o evento “Negros: O Passado-presente em Florianópolis” faz conexões com o fato de que o prédio histórico no qual o museu está instalado teve a função primordial de cadeia, onde muitos negros escravizados estiveram presos. A agenda afirma a importância, o urgente resgate e a visibilidade da história e da cultura negras local em um evento cuja projeção é nacional.

Proposta pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) aos museus do país, a iniciativa alude o Dia Internacional dos Museus, comemorado em 18 de maio. Somam-se ainda às referências o calendário que relembra a assinatura da Lei Áurea, no dia 13 de maio de 1888.

“Negros: O Passado-presente em Florianópolis “envolve convidados ligados ao movimento negro ou temas relacionados à negritude. Sérgio Adriano H participa de uma exposição coletiva, dá um workshop de fotografia, faz a palestra “Ser Negro, Um Corpo Sem Direitos” e apresenta a exposição/ação “Não Consigo Respirar”. “CoMuM”, a exposição coletiva reúne Gugie Cavalcanti, Bruno Barbi e Sérgio Adriano H. Apresenta parte da produção recente nas seguintes séries: “Gestos”, de Gugie, “Pertencimento”, de Barbi, e “Ser Negro”, de Sérgio.

Na ponte Sérgio Adriano H. Foto: Divulgação

O workshop de fotografia, na Sala do Educativo e voltada para pessoas com idade acima de 16 anos, demonstra como a imagem nos leva a pensar, e o que pensar a respeito da imagem? Com base na filosofia e na história da arte, o artista propõe um diálogo sobre fotografia, performance, corpo, imagem e representação. Ele apresenta os conceitos da fotoperformance, artistas representativos, as técnicas básicas e a diferenciação entre fotografia de registro da fotoperformance.

A exposição/ação “Não Consigo Respirar” é composta por fotografias realizadas durante a pandemia da covid-19, apresenta dez autorretratos do artista sobrepostos por elementos cuja simbologia é alusiva a temas como a escravidão e ao ser negro no Brasil. Em frente ao Museu de Florianópolis, o artista se põe em ação e em diálogo com o público passante. “Em um mundo cada vez mais conectado na ignorância coletiva, a arte, cumpre seu papel resiliente no despertar dos questionamentos e na liberdade individual de pensar, concluir e se expressar”, diz Sérgio Adriano H.

Na palestra “Ser Negro, Um Corpo Sem Direitos”, como mestre em filosofia pela Faculdade São Bento (SP), o artista discute conceitos como a verdade, o conhecimento, os apagamentos históricos brasileiros e, como o negro é apresentado para a sociedade a partir da definição pejorativa do Dicionário da Língua Portuguesa.

Projeto “Não Consigo Respirar” começa circulação na Capital

Sérgio Adriano H Nâo Consigo Respirar. Foto: Divulgação

O projeto de circulação “Não Consigo Respirar” começa na Capital, envolvendo de modo autônomo duas instituições, o Museu de Florianópolis e a Fundação Cultural Badesc. Em consonância com uma poética de contestação que denuncia o racismo estrutural no Brasil e convida a pensar no drama dos invisibilizados, quer pela cor da pele, pela sexualidade ou condições sociais, Sérgio Adriano se apropria das últimas palavras de George Floyd, homem negro norte-americano que em 2020, nos Estados Unidos, foi algemado, jogado ao chão e sufocado até a morte por um policial branco.

As dez fotografias (80 x 120 cm) que constituem o projeto são fotoperformances da série “Ar Branco e Puro”, realizada em 2020 durante o isolamento social imposto pela pandemia da covid-19. Nestes autorretratos, faz referência à máscara de Flandres, peça para cobrir o rosto fabricada com folhas de flandres e usada no período da escravidão do Brasil para impedir a alimentação dos escravos. Com materiais ordinários do cotidiano, como sabão, garfo, faca, tijolo, brocha e cédulas de dinheiro em real e dólar, o artista estabelece analogias entre o passado e o contemporâneo para chamar a atenção sobre o ser negro no Brasil. Em frente ao Museu de Florianópolis e da Fundação Cultural Badesc, ele se põe em ação e em diálogo com o público passante. “Em um mundo cada vez mais conectado na ignorância coletiva, a arte cumpre seu papel resiliente no despertar dos questionamentos e na liberdade individual de pensar, concluir e se expressar”, diz Sérgio Adriano H.

Sérgio Adriano H Nâo Consigo Respirar. Foto: Divulgação 2

Com mais de 120 exposições individuais e coletivas, referência no cenário brasileiro quando se trata de arte contemporânea afrodescendente, com prêmios e reconhecimento, o artista faz arte desde 2001. Ele expande sua produção na clave fotografia, performance, arte e engajamento. O corpo, a palavra e a história são ferramentas discursivas que também incorporam a cidade, o percurso e o diálogo com o público. Ao discutir vida e morte, o tempo/espaço, aproxima arte e filosofia e faz pensar de modo singular sobre as injustiças.

SERVIÇO

O quê: Intervenção urbana/exposição/ação “Não Consigo Respirar”

Quando: 16.5. 2022, 14h às 19h

Onde: Calçada do Museu de Florianópolis Sérgio Grando, praça 15 de Novembro, 214, Centro, Florianópolis (SC), tel.: 3222-1333

Quanto: Gratuito

O quê: Intervenção urbana/exposição/ação “Não Consigo Respirar”

Quando: 17.5. 2022, 10h às 15h

Onde: Calçada da Fundação Cultural Badesc, rua Visconde de Ouro Preto, 216, centro, Florianópolis (SC), tel.: 3222-1333

Quanto: Gratuito

O quê: Palestra “Ser Negro, Um Corpo Sem Direitos”

Quando: 16.5.2022, 16h

Onde: Sala do Educativo, Museu de Florianópolis Sérgio Grando, praça 15 de Novembro, 214, Centro, Florianópolis (SC), tel.: 3222-1333

Quanto: Gratuito

O quê: Workshop de fotografia

Quando: 16.5.2022, 9h às 13h

Onde: Sala do Educativo, Museu de Florianópolis Sérgio Grando, praça 15 de Novembro, 214, Centro, Florianópolis (SC), tel.: 3222-1333

Quanto: Gratuito

Inscrições: https://forms.gle/8hgDRABFAywmuUe37

Vinte vagas. Divulgação dos selecionados no site do Museu de Florianópolis a partir de 11.05.

O quê: “CoMuM” – exposição coletiva

Quando: 16 a 22.5.22, seg a sex, 10h às 18h; sab e dom, 10h às 14h

Onde: Café do Museu Florianópolis Sérgio Grando, praça 15 de Novembro, 214, Centro, Florianópolis (SC), tel.: 3222-1333

Quanto: Gratuito

Circulação em Santa Catarina

Florianópolis, Museu de Florianópolis Sérgio Grando – 16.5.22 – 14h às 19h

Florianópolis, Fundação Cultural Badesc – 17.5.22 – 10h às 159h

Itajaí, Calçadão da Hercílio Luz – 18.5.22 – 9h às 14h

Criciúma, Praça Nereu Ramos –20.5.22 – 9h às 14h

Lages, Praça da Catedral – 21.5.22 – 9h às 14h

Chapecó, Praça Coronel Bertaso – 22.5.22, 9h às 14h

Blumenau, Museu de Arte de Blumenau, rua 15 de Novembro, 161, centro – 24.5.22, 9h às 14h

Joinville, EEB. Profº. Germano Timm, rua Eduardo Krisch, 34, bairro América – 25.5.22, 7h às 12h

São Paulo, Choque Cultural, data a definir

Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), data a definir

REALIZAÇÃO

Edital Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Artes – Edição 2020, Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Governo do Estado de Santa Catarina

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