Por Wilfred Gadêlha.
O que se temia, aconteceu: começaram a chegar as primeiras manchas de óleo ao Parque Nacional Marinho de Abrolhos, no sul da Bahia. Eram 11h40 da manhã deste sábado (2) quando o comando da Capitania dos Portos de Porto Seguro comunicou o fato a um grupo de WhatsApp criado para articular uma reação à maré negra que toma conta das praias do Nordeste desde o final de agosto. A primeira localidade a ser atingida é a Ilha de Santa Bárbara, uma das cinco que compõem o arquipélago, a primeira unidade de conservação marinha, criada em 1983.
Nesse momento, está se fazendo uma mobilização para que todos as embarcações, sejam pesqueira, sejam de outra natureza, se dirijam para o local, a cerca de 70 km da costa, à altura da cidade de Caravelas. Navios da Marinha e da Petrobras estão na área, na tentativa de impedir que o óleo se alastre, causando danos irreversíveis ao ecosssistema.
De acordo com ativistas do grupo SOS Abrolhos, que criaram toda uma rede de monitoramento da região, com a ajuda de pescadores e outros membros da comunidade, a Marinha convocou os voluntários para seguirem para o arquipélago para atuar na Ilha de Santa Bárbara. O local é para onde as baleias-jubarte migram em busca de águas calmas para o acasalamento. Além disso, outras 1.300 espécies, muitas delas em extinção, vivem na área de Abrolhos, que tem 913 quilômetros quadrados sob proteção.
*Wilfred Gadêlha é jornalista, formado pela Universidade Federal de Pernambuco
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