Argentinos fazem ato de repúdio ao golpe militar de 1976

b_450_0_16777215_00_archivos_Administradores_diego_2014-03_290314_ditadura_argentinaÀs vésperas do aniversário de 50 anos do golpe militar no Brasil, milhares de argentinos realizaram atos nas ruas de Buenos Aires para lembrar os 38 anos do Golpe que colocou o sanguinário general Jorge Rafael Videla no poder daquele país.

A ditadura que durou sete anos, entre 1976 1983, deixou um saldo de 30 mil desaparecidos (este número pode chegar a 50 mil) e 500 bebes seqüestrados. Desaparecimento forçado, tortura, sequestros dos bebês dos inimigos políticos. Bebês que foram em grande parte adotados pelas famílias dos militares envolvidos no golpe.

Com o sequestro, o Terror “(…) começaram a bater na minha companheira com um cinto, puxavam seus cabelos e davam chutes nos pequenos Celia Lucía, de 13 anos, Juan Fabián, de oito anos, Verónica Daniela de três anos e Silvina de somente vinte dias. As crianças eram empurradas de um lado ao outro e perguntadas se iam amigos à casa. Depois de maltratar minha companheira, pegaram a neném de somente vinte dias; pegaram-na pelos pés, de cabeça para baixo, e começaram a bater nela, gritando à mãe: ‘se você não falar, vamos matá-la’. As crianças choravam e o terror era imenso.” Uma menina de cinco anos, obrigada a presenciar a tortura contra seu pai, se mataria com a arma do avô. Um garoto de 14 anos foi torturado na frente da mãe porque a “patota” acreditava que ela havia escondido a escritura da casa (leia mais).

Muitas crianças seqüestradas descobriram suas origens e estiveram na manifestação desta segunda-feira. Ao lado das Mães da Praça de Maio, que ganharam esse nome porque durante a ditadura se reuniam na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, palácio do governo argentino, para exigirem notícias de seus filhos desaparecidos.

Os atos de repúdio ao golpe começaram com uma vigília na Escola de Mecânica da Marinha (Esma). O local serviu como a maior prisão clandestina da ditadura, em plena Buenos Aires, onde eram realizadas torturas e assassinatos.

No mesmo dia foram publicados livros com documentos secretos localizados em antigos prédios do governo.

Fonte: Diário Liberdade.

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