O procurador federal da Argentina Federico Delgado aceitou nesta quinta-feira (07/04) uma denúncia contra o presidente do país, Mauricio Macri, por sua participação em duas sociedades offshore. Com isso, será aberta uma investigação contra o presidente.
O promotor propôs que Sebastián Casanello, juiz que tratará do caso, determine, como “primeiro passo” do processo, se Macri “omitiu maliciosamente” sua participação na empresa Fleg Trading, revelada pelos “Panama Papers”, e Kagemusha, revelada pela investigação de um jornalista argentino. Será investigado ainda se as offshores desempenharam atividades ilegais.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, não se posicionou publicamente nesta quinta-feira a respeito da denúncia das offshores
“São duas grandes investigações: a omissão de dados na declaração e se na atividade dessas empresas houve alguma irregularidade. E, depois, se o presidente participou dessa irregularidade”, declarou o procurador.
No documento, Delgado afirmou que os arquivos vazados no último domingo (03/04) por um consórcio internacional de jornalistas revelam “as múltiplas faces da fase financeira da relação social capitalista; em particular, o uso instrumental de sociedades para evadir impostos ou lavar dinheiro proveniente de atividades ilícitas”.
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A denúncia foi apresentada pelo deputado Darío Norman Martínez, da coalizão kirchnerista FPV (Frente Para a Vitória), que levou à Justiça argentina os documentos que citavam Macri como diretor da Fleg Trading e da Kagemusha.
Até o momento, o presidente argentino não se posicionou sobre o caso. Sobre a revelação da empresa Fleg Trading, registrada pelo pai de Macri nas Bahamas em 1997 e em que o presidente argentino consta como diretor, o chefe de gabinete da Presidência, Marcos Peña, afirmou que “não há nada a ocultar” sobre as participações de Macri.
“A empresa não registrou atividade, por isso não havia nada para declarar. É habitual que os empresários coloquem como diretores seus familiares por causa da confiança. Não comunicamos antes porque não havia nada para comunicar”, disse Peña. De acordo com ele, a empresa teria servido para realizar um investimento no Brasil que acabou não ocorrendo e, portanto, deixou de operar em 2007.
Foto: EFE
Fonte: Opera Mundi