Apoio popular nos EUA a “israel” é o mais baixo do século

Número de estadunidenses com uma opinião positiva sobre o regime genocida de Tel Aviv é o menor desde o ano 2000

pesquisa anual de Assuntos Mundiais da Gallup, realizada de 3 a 16 de fevereiro e publicada na última segunda-feira (24), revelou que a popularidade de “israel” entre o público estadunidense caiu violentamente devido ao aprofundamento do genocídio do povo palestino a partir de 7 de outubro de 2024.

Apenas 54% dos cidadãos dos Estados Unidos avaliam “israel” positivamente. No corte partidário, os republicanos continuam tendo uma visão majoritariamente favorável ao regime terrorista de Tel Aviv (83%), contrastando com só 33% de democratas e 48% de eleitores independentes.

A enorme queda na visão positiva de democratas e independentes sobre “israel” rebaixou a percepção média dos cidadãos a seu menor nível desde o ano 2000, quando também estava em 54%. A última vez que os estadunidenses tiveram opiniões piores sobre o “estado” criado por Reino Unido e EUA — 48% favoráveis ??— foi em fevereiro de 1992. A menor pontuação de todos os tempos foi de 45% favoráveis ??(e 45% desfavoráveis) em 1989.

No começo de 2023, portanto antes do início da nova etapa de dizimação de palestinos em Gaza, 82% dos republicanos apresentaram uma visão positiva de “israel”, contra 56% dos democratas e 67% dos independentes. Portanto, enquanto o apoio republicano manteve-se estável, o democrata caiu 23% e o independente 19% (embora até o republicano tenha caído para 77% no início de 2024, apesar de subir novamente com a eleição de Donald Trump).

De fato, o apoio do eleitorado democrata a “israel” está em queda livre há cinco anos. Em 2020, 67% dos democratas tinham uma opinião favorável à entidade sionista. O mesmo vale para os independentes, para quem “israel” é visto negativamente de forma crescente desde 2021.

Gráfico da Gallup com a evolução do apoio a “israel” entre republicanos, democratas e independentes desde o início do século XXI

Os 50 pontos percentuais que separam a visão positiva republicana e democrata em relação à ditadura de Tel Aviv quebram o recorde anterior de 30 pontos medido no ano passado, principalmente por causa de uma queda de 14 pontos na classificação dos democratas. A lacuna atual também é quase três vezes maior do que a diferença média de 18 pontos que existia entre 2001 e 2023. Ao longo desse tempo, os republicanos têm consistentemente visto “israel” de forma mais favorável do que os democratas.

Respondendo a outra pergunta do levantamento, 32% dos adultos estadunidenses, 45% dos democratas, 33% dos independentes e 18% dos republicanos disseram ter uma visão favorável à Palestina.

Ainda de acordo com a Gallup, este ano marca a primeira vez que qualquer grupo partidário teve avaliações desfavoráveis ??de “israel” em nível majoritário, com 60% dos democratas expressando essa visão. Quarenta e quatro por cento dos independentes também têm uma opinião desfavorável da entidade genocida.

Fator para a derrota de Kamala Harris em 2024

A pesquisa Gallup conclui que “a crescente lacuna partidária provavelmente reflete a oposição dos democratas às ações de Israel na guerra Israel-Hamas”. “Também pode ser uma reação ao forte apoio de Trump a Israel, destacado em sua reunião com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na Casa Branca no início deste mês”, completa.

Mas é um diagnóstico limitado. A oposição do eleitorado democrata não é acompanhada pela postura dos deputados, senadores e, muito menos, pelo governo democrata que esteve à frente dos Estados Unidos nos últimos quatro anos. O ex-presidente Joe Biden é corresponsável pelo extermínio de cerca de 60.000 palestinos em Gaza, ao ter dado apoio irrestrito e incondicional a Benjamin Netanyahu desde o 7 de outubro.

Outro estudo de opinião, publicado em janeiro pelo Instituto para o Entendimento do Oriente Médio em parceria com a YouGov, apontou que muitos democratas deixaram de votar em Kamala Harris devido ao apoio de Biden (e dela mesma) a “israel”.

Se Harris tivesse prometido romper com o apoio ao genocídio feito por Biden, incríveis 36% (dois terços) dos eleitores que votaram em Biden em 2020 e recusaram votar em Harris em 2024 teriam mantido o voto democrata. Segundo 53%, o apoio do governo democrata a “israel” foi exagerado. Para 55% deles, o que “israel” tem feito em Gaza é um genocídio.

“Está claro que essa questão desempenhou um papel fundamental também nos principais estados onde a eleição foi decidida”, disse o IMEU (na sigla em inglês). Nos seis estados considerados como “campos de batalha”, que mudaram seu voto de Biden em 2020 para Trump em 2024, um quinto desses eleitores disseram que “acabar com a violência de Israel em Gaza” foi sua principal questão para decidir não votar em Harris, a segunda razão mais citada, atrás apenas da economia (33%).

Esse percentual foi maior no Arizona (38%), Michigan (32%) e Wisconsin (32%), além de 19% na Pensilvânia.

O levantamento do IMEU coincide com pesquisa de opinião realizada pouco antes das eleições pela Associated Press-Centro NORC para a Pesquisa de Assuntos Públicos, que indicou que 60% dos eleitores democratas afirmavam que “israel” tinha “enorme” responsabilidade pelo aumento das tensões e da violência na região.

Logo após o chefe do genocídio, Netanyahu, ter enviado seus tanques e soldados para massacrar palestinos em Gaza, mais uma vez, uma outra pesquisa já havia sinalizado a queda no apoio aos democratas. Em 31 de outubro de 2023, estudo encomendado pelo Instituto Árabe-Americano mostrou que o apoio dos árabes nos EUA a Biden havia caído de 35% para 17%, ou seja, pela metade. E mesmo antes da explosão de violência sionista esse apoio já estava em queda: 59% dos árabe-estadunidenses apoiavam Biden em 2020.

A mesma pesquisa mostrou que, pela primeira vez desde o início da série histórica, em 1997, a maioria dos árabes-estadunidenses não se identificava mais como democratas (32% se identificavam como republicanos e 31% como independentes). Um quarto da comunidade já não sabia mais em quem votar nas eleições do ano seguinte, enquanto quase 14% disseram que votariam em Robert F. Kennedy Jr., que deixou o Partido Democrata para se candidatar como independente e depois abandonou a corrida para apoiar Trump, sendo o atual secretário da Saúde do novo governo.

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