Por Altamiro Borges.
Bateu o desespero no “capetão” Jair Bolsonaro e nos seus milicianos – civis e fardados. Até a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro cancelou sua “turnê evangélica” nos EUA. O temor é que o fascista seja preso nos próximos dias – o que não deve ocorrer até o seu indiciamento, julgamento e condenação no Supremo Tribunal Federal. Temendo o pior, porém, o golpista parece que decidiu peitar o STF. Em vídeo postado nesta segunda-feira (12), ele convocou seus fanáticos seguidores para uma “demonstração de força” na Avenida Paulista, em São Paulo.
Na maior caradura, o fascista afirma que será “um ato pacífico em defesa do nosso estado democrático de direito”. Ele ainda pede para que os “patriotários” vistam camisetas verde e amarelo da seleção brasileira – alguns também poderão usar suas tornozeleiras eletrônicas. E ordena que os vândalos “não compareçam com qualquer faixa ou cartaz contra quem quer que seja. Nesse evento, eu quero me defender de todas as acusações que têm sido imputadas a minha pessoa nos últimos meses”.
A manifestação tem como alvo evidente o STF, que autorizou na semana passada a megaoperação da Polícia Federal que atingiu o coração do bolsonarismo – como quatro mandados de prisão e 33 de busca e apreensão. O ex-presidente precisa reunir sua tropa e evitar o isolamento. Até agora, nenhum governador bolsonarista de peso – Tarcísio de Freitas (SP), Cláudio Castro (RJ), Romeu Zema (MG) ou Ratinho Junior – criticou a ação da PF ou prestou solidariedade ao “mito”. Também entre os líderes evangélicos o silêncio é grande. Só o mercador da fé Silas Malafaia saiu em defesa do “capetão” e ainda chamou os outros pastores de “cagões e covardes”.
Caso seja processado e condenado pelo STF, o ex-presidente poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos. O golpista pode ser punido pelos crimes de tentativa de golpe de Estado (pena de 12 anos de reclusão), tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito (oito anos de cadeia) e associação criminosa (mais três anos). Jair Bolsonaro já foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ficando inelegível até 2030, e também é alvo de outras investigações no STF. A provocação marcada para 25 de fevereiro na Avenida Paulista, o tal do “ato pacífico”, pode aumentar ainda mais as suas penas.
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