Aliados de Arthur Lira são alvo de operação da PF sobre fraude em kits de robótica

Ao todo são 26 mandados de busca e apreensão e dois de prisão no âmbito da investigação de supostas fraudes em contratos. Empresários aliados teriam intermediado contratos milionários de kits pedagógicos para escolas que nem internet têm

Foto: Sergio Lima/AFP

RBA.- Empresários aliados do presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), são alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (1º). Ao todo são 26 mandados de busca e apreensão e dois de prisão no âmbito da investigação de supostas fraudes em contratos para a a compra de kits de robótica pagos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). As investigações apontam para prejuízos públicos que chegam a R$ 8,1 milhões.

O caso veio a público em abril de 2022, após reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Uma mesma empresa – a Megalic – foi contratada para fornecer kits de robótica para escolas de diversos municípios alagoanos. A maioria dos contratos eram pagos com recursos das bilionárias emendas de relator do Orçamento. Na época, sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), Lira controlava a distribuição de parte desses recursos.

Relação de Arthur Lira com acusados é pública

A Megalic, que funcionava em uma pequena casa no bairro de Jatiuca, em Maceió, tem capital social de R$ 1 milhão. Segundo a PF, a empresa é uma intermediária nos contratos milionários. Isso porque não é a fabricante dos kits vendidos para distribuição em escolas que sequer têm internet. Os crimes teriam sido cometidos entre 2019 em 2022, em contratos de 43 municípios alagoanos.

A empresa é registrada em nome de Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD). É pública a proximidade do vereador e de seu pai com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Mas há outros alvos.

“De acordo com a investigação, as citadas contratações teriam sido ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica, através da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos certames e de cerceamento à participação plena de outros licitantes”, disse a PF em nota.

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