Algo se desnuda. Por Dinovaldo Gilioli.

Foto: Chatoberro/Pixabay

Por Dinovaldo Gilioli.

Todos vamos desaparecer um dia. Está devidamente comprovado! Digo isto porque alguém pode ter a brilhante ideia de indicar cloroquina para eternizar a vida. Alguém pode duvidar da ciência e dizer que a morte é invenção de comunistas para acabar com o capitalismo.
De certa forma isso faz algum sentido. Não a morte, mas o fim do capitalismo. Sim, porque se morrerem todos os trabalhadores e trabalhadoras, adeus capitalismo! Se não há mais ninguém para explorar, de onde extrair a mais-valia? Se não tem mais-valia, o sistema não se reproduz. Ou seja, sem trabalhadores o capitalismo não sobrevive.

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Nesse sentido, os grandes empresários pressionaram os médios e pequenos, que pressionaram os governos; exigiram a volta ao trabalho preocupados com a economia. Será que não entenderam ou não querem admitir? Mais de 100 mil vidas já se foram, milhões voltaram ao trabalho e a economia está em frangalhos. O que querem mesmo é a manutenção de suas riquezas através do Estado!
Macacos me mordam, não estou entendendo mais nada. Os que louvam, que veneram o deus-mercado, pedem a salvação para o diabo do Estado? O demo estatal é que tem que salvar os bancos? O demo estatal é que tem que garantir os lucros? O demo estatal é que tem que manter a ganância empresarial?
Algo se desnuda nessa pandemia e os neoliberais não conseguem esconder a hipocrisia: para o povo impõem o Estado mínimo; para eles, querem o Estado máximo. Agem, conforme o ditado dos milionários: comida pouca, meu iate primeiro.
Enquanto isso os pobres, os desempregados e tantos outros à margem, tem que se contentar com as esmolas do sistema. Enquanto isso, no estilo dos ministros Ricardo Salles e Paulo Guedes, a boiada vai passando (descaso com o meio ambiente, entrega do patrimônio público) e seguem colocando a granada no bolso do inimigo (o trabalhador).
Enquanto isso, o presidente Bolsonaro… Ah, deixa pra lá, esse aí sempre arruma um jeitinho pra desviar a atenção dos reais problemas do país e dispensa maiores comentários.
A opinião do/a autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

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