RFI.- A advogada Stella Morris, 37 anos, de origem sul-africana, confirmou em um vídeo de 12 minutos, publicado no Twitter do WikiLeaks, que teve dois filhos com o australiano Julian Assange, fundador do site de vazamentos. O mais velho, Gabriel, de dois anos, e o caçula, Max, de um ano, nasceram durante o período em que Assange esteve refugiado na embaixada do Equador em Londres. A existência das crianças foi revelada na edição de domingo (12) do tabloide britânico Mail.
“Apaixonar-se, em um contexto em que todos tentam destruir sua vida, foi uma espécie de ato de rebelião”, explica a advogada, comparando sua história com a que ocorre “em tempos de guerra”. Morris decidiu revelar a existência dos filhos porque “teme que a vida de Assange esteja em perigo se ele permanecer em Belmarsh”, a prisão de alta segurança de Londres onde ele está atualmente detido devido à nova pandemia de coronavírus, informou o jornal.
No final de março, a justiça britânica recusou-se a liberar Assange, alegando que havia “sérias razões para acreditar” que ele não compareceria em convocações futuras.
Os Estados Unidos querem processar Assange por espionagem. O australiano, que está com 48 anos, publicou uma série de documentos sigilosos do governo norte-americano, registros da guerra do Afeganistão e do Iraque e mensagens diplomáticas confidenciais. Mas a justiça britânica suspendeu até 18 de maio o exame do pedido de extradição feito pelos EUA.
Filhos visitam Assange na prisão
Segundo o tablóide Mail, Assange e Morris começaram seu relacionamento em 2015, quando ela visitou seu cliente na embaixada do Equador. O primeiro filho foi concebido no ano seguinte. O australiano pôde acompanhar os nascimentos das duas crianças, em Londres, por vídeo e chegou a ver o mais velho, Gabriel, pessoalmente durante uma missão diplomática equatoriana, acrescentou o jornal. Os dois meninos são britânicos e já visitaram o pai na prisão, de acordo com o Mail.
Jennifer Robinson, uma das advogadas de Assange no Reino Unido, também confirmou à agência AFP que Assange e Morris formaram uma família. Ela explicou que Morris já havia declarado a relação perante à justiça britânica em março, em uma das tentativas de libertar o fundador do WikiLeaks sob fiança.
“Apesar de sua declaração sobre sua família e evidências médicas dos sérios riscos à saúde de Assange, o juiz rejeitou a libertação”, disse.
No Twitter, o Wikileaks destacou que a companheira de Assange, “mãe de dois filhos pequenos, insta o governo do Reino Unido a libertá-lo e a outros prisioneiros, pois o #coronavírus está causando estragos nas prisões”.
Com informações de agências
—
Assista ao #JTTDIário #FiqueEmCasa, no Portal Desacato e redes sociais.